De ums forma ou de outra a pessoa sempre merece
o que lhe acontece, seja de bom, ou de ruim, essa é a verdade. Certo que, direta
ou indiretamente, haja responsáveis pelo que acontece de bom, como de ruim. Compete
a cada um receber de braços abertos, ou
livrar-se de um, ou do outro. Agir como um antigo artífice em sua oficina, em
seu trabalho artesanal, que avaliava com precisão o que pretendia fazer, tornava-se
um perito no que fazia, tendo como meta atingir um resultado de altíssima
qualidade, a exemplo de violino stradivarius.
Certo que o mestre sempre terá que administrar medidas conflitantes entre o
calculado e a experiência prática.
Maria
não esquece as lições da avó, que era a melhor da cidade confeiteira de doces
para festas, também mestre na vida, e que
costumava dizer em determinadas situações: Eu
mereço. E Maria podia ter dito o mesmo quando, por exemplo, recebeu de
presente aquela garrafa de cachaça. Era jovem,
e ficou confusa, mas hoje acha que mereceu, pois teve na infância um pai que
bebia, mas que deixou o mau hábito, e teve uma longa e feliz vida, ao lado da excelente
esposa e seus bons filhos. Mereceu. Maria também pode dizer que mereceu o
privilégio de ter estudado toda a infância e mocidade em um colégio católico, graças
à ação benéfica de uma parenta, sua
madrinha, e lhe é grata.
A família,
a escola, a religião impulsionam as pessoas, pois todos merecem as melhores
instituições para trilhar um caminho feliz, de fé, esperança e amor. E o mais
importante de tudo, evitar a deterioração mental, tanta coisa ruim que anda solta
por aí para causar estrago. Também nunca perder a noção do certo e o errado. Sim,
Maria mereceu esse seu caminho, às vezes, duro e cansativo. Mas ao fim da sua auspiciosa
jornada pode dizer: “Eu mereço”!
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