ELE É O CARRO!
Tem uma
história o Audi-A1 que compramos há poucos meses. Não é de agora nossa simpatia
por esse carro alemão, um sonho quase impossível, pois é uma marca que só visto a por aqui dos modelos grande e de grande
luxo, o preço lá nas alturas. Além disso, o perigo do carro importado, de algum
ladrão achar que se trata de gente rica e tentar sequestrar o dono, melhor não
arriscar. Nosso antigo carro de porte médio espremido pelo do vizinho ao lado, com
seu veículo maior atravessando na vaga, e não satisfeito ainda trocou-o por um
desses tanques nacionais, que só tem tamanho e nada mais. Acontece que nas
garagens de prédio, aqui e ali, ocorrerem imbróglios entre os moradores.
Conosco coisa pequena, se comparada a outras por aí, mas que nos causava certo
desconforto, já que não somos mais crianças.
O outro
vizinho da frente também adquiriu o seu de igual porte, inclusive, com cara de
dinossauro, feio que só ele, e sabe como são os carros nacionais quanto à
tecnologia, chamados até de carroças por um presidente, que acabou cassado,
não por essa declaração, mas por seu
personalismo, seu prazer de roubar, iludindo a população que elegia um “caçador
de marajás”. Os servidores públicos tidos como os grandes vilões da história. Coitados
do povo do nosso país, que se ilude com personalidades nada confiáveis. Parecia
uma provocação, mesmo humilhação, os dois mastodontes frente ao nosso carrinho.
Acontece que precisávamos trocar de carro, já com cinco anos. Eis que em visita
ao Parkshopping, nos deparamos com o Audi-A1, lançamento, por preço acessível
ao bolso da classe média. Acredito que com a crise na Europa vieram para cá em
busca dos consumidores brasileiros, nossa economia numa fase boa, inclusive, com uma boa
indústria automobilística, que saíra da fase de produzir carroças... Ainda não
somos primeiro mundo, mas vamos chegar lá. Aliás, pessoalmente não tenho do que
me queixar dos carros que possuí.
Compramos nosso
Audi A1, modelo esportivo de duas portas, coisa de primeiro mundo, direção e
manobras espetaculares. Chegamos com o
pequeno, mas fabuloso carro importado, e parecia que conduzíamos David
com sua funda, pronto para enfrentar, não um, mas dois Golias. Lógico que a
garagem não era arena romana, mas lugar
de vaidades, os carros como deuses para certas pessoas. Estávamos na desforra. Quando ainda possuíamos
o Clio, uma amiga que passava uns dias conosco no Rio, e resolveu tripudiar, não se sabe por que
cargas d´águas, falou ao marido em Brasília por telefone para que ele fosse nos
buscar no aeroporto com o carro velho, em vez do novo. Constrangimento do qual nos
safamos driblando o casal e pegando um
taxi. Na cabeça dessa nova rica só merecíamos entrar num carro inferior, não estávamos
acostumados com o que era bom... E dizer que a tal cortou cana no passado de
pobreza. Nosso Audi veio suprir uma necessidade de conforto pessoal, além de
podermos exibir o que há de melhor. Somos normais como todo mundo, até mesmo exibidos.
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