O BICENTENÁRIO DE DOIS GRANDES MESTRES
Trata-se de Richard Wagner (1813-1883)
e Giuseppe Verdi (1813-1901), os maiores nomes da ópera, sempre presentes nas salas de apresentações pelo mundo afora, desde que aconteceu em
1607 a primeira obra lírica completa, “O Orfeu”, de Claudio Monteverdi. Na
atualidade não há cantor lírico, nem interessado em música, que desconheça
esses dois expoentes da ópera, nascidos antes da transformações por que passou
a Europa, nem o primeiro era oficialmente alemão, nem o outro italiano, pois
Alemanha e Itália só passaram a existir no segunda metade do século XIX. Wagner
expressa o romantismo alemão, era famoso por suas criações épicas, uma espécie
de mitologia nacional, seus libretti de
espacial qualidade escritos por ele mesmo. A ópera “O Anel do Nibelungo”,
considerada a mais ambiciosa arquitetura musical da história, não havendo nada que
identifique a música de Wagner com a tragédia nazista, já que o anel represente
a riqueza que se possui, e não o orgulho nacional alemão. Verdi, com outro tipo
de nacionalismo, sempre a serviço do público que ele satisfazia, criando sua
música para um texto pronto. A ópera “O Trovador”, baseado no drama romântico
do espanhol Antônio García Gutiérrez; Otelo e Falsaff baseado nas peças de
Shakespeare, as adaptações dos textos aquém da música de Verdi. Dois nomes excepcionais
na música, num século que deu grandes nomes na literatura: Ibsen, Strindberg,
Balzac, Flaubert, Tolstoi e Dostoievski. O que eles teriam em comum? Viviam um
tempo politicamente enfermo, que ia produzir as patologias do século seguinte,
segundo Nelson Ascher, na revista Veja da semana passada.
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