SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO
Em Atenas está programado o casamento de Teseu
e Hipólita, o plano é social, cultural e político, dentro da história, precedido
por desentendimentos de casais em outros planos, não históricos. A civilização
ocidental, o helenismo, vai tentar uma saída para o impasse. O universal Teseu decide
que outras bodas devam acontecer ao mesmo tempo que as dele. No texto de
Shakespeare temos Hémia e Helena, ou seja, a crença e a arte, que amam Lisandro e Demétrio, respectivamente. Em
pleno preparativos para as bodas as duas irmãs vão se tornar inimigas, pois os eleitos
deixam de corresponder aos seus apelos. As personagens femininas estão seguras
do seu amor, ao contrário das masculinas que são levianas. Num ambiente adverso,
de transição entre o primitivo e o civilizado, os desejos são extremados e
acontece a troca dos casais: Demétrio, o amor de Helena, cai de paixão por
Hérmia, amor de Lisandro. A dionisíaca
paixão que antecede a visão apolínea e sóbria da vida. Egeu, pai de Hérmia,
quer o casamento da filha com Demétrio em vez de Lisandro. Em fuga para a
floresta Hérmia e Lisandro, o casal apaixonado, vai sofrer a interferência de
Puck, o espírito natural, para fazer Demétrio, que corre atrás de Hérmia, amar Helena.
Puck recebe ordens de Oberon, o poder dos mares, ou do inconsciente, que está martirizado
pelo ciúme que tem de Titânia a rainha das fadas, ou da fantasia. O gênio da floresta promove a maior
confusão.
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