QUEM ROUBOU O MEU LUGAR?
A qualquer momento nosso lugar pode
ser roubado, é a sensação que tenho diante do que parece ser artimanhas do
destino para com esse ou aquele. Trocaram-se as bolas, ou os lugares. Diante dessa
realidade, do fato consumado, me vejo imaginando um outro jogo, da seguinte
forma: E se as coisas fossem diferentes, se as pessoas tivessem feito outras escolhas, seguido por outro
caminho? Principalmente, quando as coisas não vão bem para um lado ou para o
outro. Modifico então as situações para melhor adequá-las. Mesmo sabendo que razão mesmo eu não tenho para
mudar nada, mas sinto prazer nesse jogo inocente e particular.
Estar no lugar certo, na hora certa, seria
fruto da sorte, o que nem todo mundo tem. Mas há quem atire a sorte
pela janela, chute a coitada pela porta a fora. Quanta gente não faz isso, e
nem se dá conta! O certo é que ninguém toma o lugar do outro se não houver descaso
para com o que se quer de verdade. Seja o que for para ser nosso, deve haver
empenho para que fique resguardado esse direito. E que o poder do inimigo, ou
simplesmente algum oportunista, não possa roubar. Sempre pode ter alguém de
olho no nosso pedaço de queijo, naquela nossa justa fatia do bolo.
Quem não viu um dia a mesa cheia de guloseimas e de repente avançarem
sobre ela, não sobrando nada para quem ficou aguardando educadamente a vez? Resta
ter paciência, esperança, de que algo mais vá ser oferecido aos convivas, pois
a festa não acabou, ela continua. Mesmo que já não seja a mesma coisa, pode ser
até melhor, acreditar nisso. Podemos perder uma fatia, um pedaço bom da vida,
mas o que importa é que ela ainda está aí para ser degustada, resgatada da
inércia, e as coisas aconteçam, não tanto para o nosso bom ou mau gosto e, sim,
para o nosso bem.
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