ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre o sigilo e a espionagem,
acontece a Inconfidência.
E diz o Vigário ao Poeta:
“Escreva-me aquela letra
Do versinho de Vergílio...”
E dá-lhe papel e pena.
E diz o Poeta ao Vigário,
com dramática prudência:
“Tenha meus dedos cortados,
antes que tal
verso escrevam...”
LEBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se ao redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus - pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
...
(...Liberdade - essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não
entenda!)
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