REDES NOSSAS DE CADA DIA
No seu programa “Conversa”, Pedro Bial
foi categórico: “A internet é movida a ódio”. John Green, autor de sucesso escrevendo para jovens, é também categórico quando fala na Veja do caráter tóxico da internet, que se imiscui em
qualquer lugar, todo mundo zangado, sem conseguir ter moderação, raras as
conversas boas e produtivas. E digo aqui sem errar que é um reflexo do que
acontece com o mundo contemporâneo em suas relações humanas. Aquela demonstração
de amor das pessoas nas redes, os melhores amigos, e de uma hora para outra a
coisa vira do avesso. Entrei em pânico
logo no início, mas já estou acostumada. Se bem que, de vez em quando, ainda
sinta arrepios, com as “verdades”, ou mentiras deslavadas, ditas aos quatro
ventos. Algumas denúncias frutos do feminismo, interessado em denegrir, quando
o que se devia era agir, indiscriminadamente. O grande alcance da internet podia
ajudar a abrir as cabeças para os graves problemas sociais. Uma utopia, ao que
parece.
A verdade não depende do olhar de
fora, nem da maneira como o outro se apresenta. Há pessoas sedentas de
aprovação, querem ser amadas a qualquer custo, e para tanto procuram
impressionar. Um espaço propício para exposição são as redes sociais, coisa
deveras arriscada, conquanto corajosa. É terrível o que há por trás dessa
comunicação em que se julga uns aos outros, até em desacordo com o próprio juízo,
costumam ir na onda. E há quem se ofenda por tudo, qualquer opinião é motivo de
provocação. Não é deitar e rolar nas redes, tem que haver responsabilidade. Algumas
postagens são tentativas de amenizar os possíveis
conflitos virtuais: “A verdade de cada um só Deus sabe!” Ou ainda: “Cada pessoa
é que sabe dos seus pedaços que ficaram pelo caminho!” Há algum valor nas redes
sociais? Sim, mas infelizmente, às vezes, parece que se trata de redes de
intrigas, atuando mais como provocação para a guerra de egos. Conquanto uma
guerra santa às vezes seja necessária.
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