domingo, 21 de novembro de 2021

 



                  NÃO SOMOS DESVALIDOS

 



Cá estamos, chegados de pouco nesse mundo de espetacular progresso, também de grandes tragédias. Ainda em meados do século XX, época da minha juventude, contávamos com alguns benefícios, e já achávamos ótimo o rádio, e os remédios para amenizar as dores. Diante de tão grandes avanços na saúde, da fantásticas descobertas científicas e tecnológicas, podemos hoje gozara uma vida bem mais confortável e longa. A natureza sempre pródiga, de onde tiramos tudo para nossa sobrevivência, e até do ar que respiramos são captadas as ondas para essa fantástica comunicação da qual nos valemos na atualidade. Modernidade boa essa de agora, sem esquecer que nem tudo é essa maravilha, que a gente pensa que é.

Somos hoje quase dois dígitos de bilhões de habitantes ocupando um terço da terra, o resto é mar e gelo. E faz tempo que o planeta sofre a ação do homem, que suga o que pode  também o que não devia explorar. E não seria exagero dizer que chegamos ao século XX encurralados, a exemplo dos desastres ambientais, que tornaram-se mais e mais frequentes, a maioria provocada pelo homem, com seu poder de destruição. Deitado em berço esplendido, relaxado, para gozar, tanto quanto para tripudiar.  Ora parecemos gênios, ora loucos, desvairados. Ou simplesmente somos irresponsáveis, mal educados, folgados, frustrados e etc. A irracionalidade prestes a tomar as rédeas de nossa vidas. E vamos em frente com nossos breves prazeres e as mais duradouras penas.

Pensar e agir como desvalidos é uma contradição, já que somos dotados da razão. Mas dos bens ao nosso dispor, para que sejam consumidos com responsabilidade, o que fazemos? Desperdiçamos sem parar. A moda agora é se queixar de tudo, até mesmo se desesperar quando as coisas não andam como se quer, por exemplo, quando o celular deixa de funcionar porque a carga acabou. E tudo acaba como sabemos. No caso, porque deixamos de carregar a bateria. E se nos descuidarmos do essencial pode acontecer até mesmo uma tragédia. Enquanto isso corrermos desvairados em busca de mais e mais prazeres, que amamos mais que a própria vida. Mas será que estamos aqui para o simples gozo? Vai entender esse ser, que somos nós, os humanos! 

No mínimo por precaução, devíamos estar atento em sentir a vida, como deve ser sentida, e ela tem um sentido. Tem gente que se declara ser isso e aquilo, menos gente de verdade. Na realidade carentes criaturas, sem consciência de suas próprias vidas, nem da realidade da vida terrena. Simplesmente não avaliam nada, acham melhor gozar os restos desse nosso mundo de excessos. O auge, e já a decadência. E a moçada o que devia era aprender que tem que se educar, e, em especial, cultivar a boa vontade. Digo boa, porque hoje o que há é má vontade, ou falta de respeito, desonestidade. Os jovens reclamam de serem pressionados por todos os lados, mas o mundo é para estar ao seu lado, e não contra eles, como acontece atualmente. 

Saudade de quando havia esperança e boa vontade de fazer a vida valer a pena. E fizemos. Mas como aceitar umas tantas coisas que se propagam por aí? Tripudiamos contra nós mesmos, enquanto nos mimamos desse jeito. Há uma saída para o suicídio da humanidade, que ora se esboça? Lógico que sim. A começar pela esperança. Lembram da caixa de Pandora? A esperança ficou no fundo da caixa quando os males fora espalhados pelo mundo!  

A vida clama por nosso particular comprometimento.


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