BONS ESPOSOS
PRAÇA GONÇALVES DIAS - S. LUIS MA |
O que mais se espera dos jovens é que se apaixonem.
Corações e mentes prontas para fazerem suas escolhas, o que se espera. E não se
desfaçam os laços tão facilmente, o que acontece com os casais modernos. Gente nova,
cheia de vida, livre e descontraída a reclamar que havia “romance” demais na
nossa história passada.
O
mundo deixou, sim, de ser aquele testado pelos mais velhos. Os esposos hoje com
menos sorte de perseverarem nas promessas de para sempre se amarem. Mas saibam que o segredo das famílias de tempos
atrás era a devoção que desabrochava em cada um, a despeito das ofertas
mundanas. Nos dias atuais, em vez da piedade, inúmeras benesses ofertadas, algumas
tão falsas quanto desastrosas, que podem levar à impiedade, afastar o ser
humano de si mesmo e de Deus.
Bem verdade que as mães, hoje em dia, estão mais alegres e joviais, divididas entre cuidar da casa e se
dedicarem ao trabalho fora, profissionais requisitadas, além das solicitações
mundanas que cumprem a contento. Os pais, como sempre, preocupados com os
negócios, atentos ao que acontece na política, e tudo o mais que eles atendem na
sua moderna ambição de sucesso. Os benefícios da ciência, e as pessoas gozando de mais saúde e vida prolongada. Maravilhas tecnológicas
surgem a toda hora, sem a qual não se pode mais viver.
— Não
sei, realmente, onde vamos parar.
Maria
riu das palavras da avó, que segurava um vaso de planta que acabara de regar,
analisando-o bem, antes de colocá-lo de volta sobre o aparador da sala. O genro
da filha acabara de chegar e reclamava do aumento dos preços do combustível.
Vinha buscar a mulher que fazia uma visita aos parentes próximos. Mas antes do
casal ir embora ia “fazer uma boquinha”, ou seja, degustar a sopa, a melhor
refeição da tarde com um frio que fazia nos últimos dias. Todos se dirigiram à
cozinha, de onde vinha aquele cheiro característico. A sopa de lentilha.
O casal ainda sem filhos, de
volta para casa, no carro, Maria falou para o marido:
— Tive
uma conversa com mamãe, contei a ela sobre como eu ando nervosa, agitada. E quem
mais sofre com minhas arrelias é você, meu marido. Sei que não há razão para eu estar tão fora
dos eixos, como me acho. Peço desculpa, e que você me ajude a sair dessa.
Em
casa da mãe Maria havia escutado da avó:
— Maria, você é o sol da família, não se feche em seu mundo, esteja atenta ao que se
passa com as pessoas que estão ao seu lado, dê a eles mais amor e se preocupe
menos. Deixe de criar problema em sua cabeça, tudo isso afeta você e os seus
familiares. Tenha uma vida mais leve e descontraída. Seu marido é uma pessoa sensata, pode achá-la tola, quando o que todos querem é que você seja mais agradável
e menos reclamona.
Suspirou Maria para si mesma: "Pobre Mário, como o tenho negligenciado".
Em sincronia com a mulher aos eu lado ele pensa: "Pobre Maria, devo tratá-la com mais afeto."
Mesmo
longe dos grandes conflitos mundiais, as pessoas sofrem suas consequências.
Um mundo avançado no conhecimento, mas em nada mudara no sentido da paz. E o
muito havia piorado quanto aos conflitos pessoas e às guerras. A sonhada paz
embelezadora da vida, enquanto a feia guerra só destrói. Os artefatos cada vez
mais belicosos, com alto poder de destruição. As mentes cada vez mais afiadas
para desafiar o outro. E quando uma nação, como a Rússia, avança no espaço da vizinha
Ucrânia, despedaça as famílias na sua crueldade, e são as mulheres e crianças as pessoas mais prejudicadas. A renitência dos males,
que, com maior incidência, invade o século XXI.
O carro está parado no sinal, Maria chama a atenção do marido para dois jovens esposos que saiam da
igreja onde acabaram de se casar. Fala que certamente estão sonhando com um
mundo melhor, e que parem as guerras de perturbar suas vidas. E se encontre o mais rápido caminho da paz e prosperidade duradoura. Cada um em seu lar olhando para o
outro com mais afeto e menos cobranças, basta o que acontece lá fora.
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