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TEMPO DE QUARESMA

                                               

                                              VIDA   EM  ABUNDÂNCIA

Lencóis Maranhenses

Segundo Buda, desejos e paixões tornam o homem um eterno insatisfeito. A raiz do problema é o estado de ignorância, ou de falência mental, que priva da percepção e da compreensão, necessárias à libertação dos entraves ao crescimento pessoal. O ensinamento budista está alinhado ao  grego, pré-socrático, do “conhece-te a ti mesmo”. O primeiro requisito é ativar a centelha da consciência, “ser ativo, resoluto e perseverante”. Mas, em especial, ter o olhar direcionado para o alto, para Deus, como ensina a religião cristã.

O budismo acredita na transitoriedade das conquistas através do seu método de aprendizado, e mais que a “total solução” para os problemas da humanidade estaria fora da religião. Quando é contrário, a crença religiosa responde para um estado de espírito, de contínua libertação para os que creem, sendo a única ambição do cristão tornar-se sábio e honesto. E há o desonesto, que esconde o jogo, se esconde, enquanto procura defeito nos demais, e ainda faz que entreguem uns aos outros.

Não é uma “especulação inútil” as questões metafísicas abordadas pelo catolicismo. Especular é típico da racionalidade. A religião católica é profundamente sábia em sua fé. E sólida, como demonstra a solidez das belas e firmes construções dos templos católicos, em pé ainda por milênios. Também não é o caso de   desprezar o  ensinamento de Buda. Nesse sentido, o que abunda não prejudica. Disse Jesus:“ Eu vim para que tenham vida em abundância.”