domingo, 4 de fevereiro de 2024


 



 

 

                                                        VIDA E MÍSTICA


S. LUÍS- MA



          
           

 

A natureza se mostra com honestidade e modéstia”. É o que esclarece Richard Sennett no seu livro “O Artífice”,  e dá um veredito: “A naturalidade é decepcionante.” E pede atenção: “Mas fique clara a artificialidade”.  O caminho das artes e ofícios cuidadosamente arquitetado pelo homem, através de sua mente criativa e transformadora. E dentre as coisas extraordinárias que fez e faz,  Maria tem consciência das que merecem as glórias recebidas, e outras que estão aquém dos louros.  

As maravilhas que o homem cria, culturas  de valores inestimáveis.  A artimanha do homem em associar sua mente ao ouvido, olhos e mãos, na confecção das imortais obras artística, ou simplesmente criar coisas de utilidade. Raras as criações no passado, e duravam por um longo tempo, mas na atualidade tudo se finda em um piscar de olhas, saem de moda. Produzidas em grande escala com auxilio das máquinas, uma enxurrada de coisas são criadas para o consumo imediato, duram pouco tempo, logo ficam ultrapassadas. Mais que as realizações são as frustrações que se acumulam vida afora. Resistir aos excessos. Não tramar contra a vida, e sua mística. 

Para ilustrar essa história Maria fala da sua resistência, como a de toda gente, para não fracassar como ser humano,  e viver o melhor que pode. Não sendo em vão que desde sempre haja a tentativa de desvendar os segredos da alma, que são os segredos da própria existência. Certo que há mistério em tudo que existe, e mais ainda no homem. Antes as sensações e emoções eram conseguidas por meios diferentes dos atuais.  Hoje a pessoa questiona se vai à igreja, por exemplo, ou ficar horas diante de um aparelho de TV. São duas atitudes diante na vida, que podem ser concomitantes, já que as missas são transmitidas até via satélite.  E que se viva em harmonia com as coisas simples, de aparente artificialidade, sendo cultura.  Verdade que nós somos os livros que lemos, as viagens que fazemos, as músicas que escutamos, as pessoas que amamos, e por aí vai. Para os especialistas, no final das contas, o que brada mais alto em cada um é a genética. O homem é mesmo um mistério!

 

 


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