NO CAMPO DOS SONHOS
Infância, juventude,
mocidade e velhice, são as quatro fases da vida. A infância é início do plantio; a juventude é
tempo de sonhar com a futura safra; a velhice é
o fim da colheita. Entre deux âges,
como dizem os franceses — entre o início e o fim — há o tempo do meio, da mocidade,
tempo de planejar e plantar, e esperar que os frutos estejam prontos para serem
colhidos. A busca vai ser sempre por superação de uma fase para outra.
A velhice é a
fase de maior peso. Ainda em plena mocidade, ou idade
da razão, também dos arrojos, da impulsividade, do cultivo no campo dos sonhos. Se planejarmos bem e plantarmos no tempo certo vamos ter o
que colher. E quando chegam os primeiros cabelos brancos é prenúncio da velhice. E o domínio sobre sobre nós memso, sinal que envelhecemos. Daí para
frente a contenção e a fé, que nos acompanham desde sempre, e proporcionam amparo espiritual à idade. O tempo da velhice
é da pacificação.
E se a velhice
nos chega por fora, por dentro estamos mais vívidos que nunca. O passado não
passou, está presente em nós. Indo do fim para o princípio, voltamos às dores e aos albores da infância, que tanto nos
marcou . Assim como retornamos à rebeldia dos verdes anos, não mais para
destruir, e sim restaurar o que soçobrou às intempéries. Tempo da velhice, de reconstituir a vida em um patamar das "insignificâncias", que tanto significado têm, superior às coisas, que se supõe ser de maior valor.
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