quarta-feira, 4 de junho de 2025

 


            


      CASA  ASSOMBRADA - PARTE 2

 



Vermeer no seu quadro  Rua de Delft,  faz revelações impressionante sobre uma casa na sua cidade natal. As janelas estão fechadas e o interior parece às escuro, certamente uma casa fria, com as chaminés desativadas,  sinal que não há fogo nas lareiras e fogões. Sem energia para o aquecimento, e também nos fornos das oficinas, que  funcionavam nos lares, também locais de trabalho. Havia uma espécie de trama malígno contra a família, o trabalho, a vida das pessoas individualmente, que é mesmo que tramar contra a vida em seu todo. Uma casa antiga, sem sustentabilidade, semi-abandonadaida, como tantas outras mundo afora, o que vai ainda contecer na modernidade. Estariam os jovens agachados na calçada de Delft a confabularem sobre tocar fogo na casa, em tudo? 

Uma escura e silenciosa casa que Vermeer pintou no século XVII  pode ser avaliada junto com a casa do quadro simbolista “A Tempestade”, pintado séculos depois por Munch. A casa em chamas ao fundo do quadro, como atingida por raio, ou bomba, de onde fogem um grupo de mulheres. O local não é mais um abrigo da família, e sim uma zona de conflito, que explodem nas guerras, como atualmente ocorre na Ucrânia e também em Gaza. Os homens fora doss lares, do trabalho, deixam suas famílias no abandono, quando não morrem todos vítimas do fogo inimigo. E mesmo em tempo de paz, há uma paz enganosa, quando há crianças abandonadas, que acabam nas ruas. 

Duas mulheres e  duas criança do lado de fora da casa em Delft, como que em desencanto com a vida, ou à espera de que as coisas mudem, ou seja, haja reforma na casa e as pesoas possam viver ali em "paz e prosperidade", lema da República holandesa.  E o que lhes aguarda o futuro? A rua larga á frente da casa, é um caminho, por onde podem sair para lgum outro lugar. Triste a situação de quem fica, e mais triste ainda quem sai de casa sem ter para onde ir, sem o apoio necessário para construírem aprópria vida, que liberte a mente e o espírito, que seja de verdadeiro progresso. Na inglaterra, início da Era Industrial, Charles Dickens condena as chaminés de Londres, por poluirem o ar com a queima de carvão, para produzir energia necessária ao funcionamento das máquinas da industria em expansão. A moderna tecnologia cada vez mais poluente,  com e produção em larga escala. mesmo assim a salvação para o pintor de Delft estaria no progresso, conquanto haja necessidade de equilibrio na balança dos fatos e feitos,  e se messa  suas consequências. 

A modernidade prometia enormes benefícios á humanidade, o que de fato aconteceu, muito embora não tenham cessado os conflitos internos e entre as Nações, E já no século XX ocorreram duas grandes guerras, até mesmo um holocausto, a grande tragédia dos tempos modernos.  Os males que provocam a irracionalidade, apontados por artistas e pensadores. Goethe, ilustre representante da burguesia alemã, também fala de chaminés em sua “cozinha tenebrosa”, laboratório dos alquimistas, da bruxaria, da gnose, que apagam a luz da razão. E onde não há amor não há razão. O fogo do amor, assim cmo a luz do conhecimento para que a razão aflore. A sociedade moderna que só se consolidou no sáculo XVIII. Declara o célebre escritor alemão que “ dignidade burguesa é a pátria do humanismo, e a grandeza mundial filha da burguesia”

Privilegiados seres humanos que habitam esse maravilhoso planeta Terra. Mas o quanto se pode acreditar na vontade do homem? A boa vontade que deve ser cultivada E, custe o que custar, o mundo evolua de verdade, deixando para trás miséria, inlusive a provocada pelas guerras. Anna Arendt  fala que "compreender o mundo e tentar agir nele é prova de que  o homem e o mundo foram feitos um para o outro". Sim, se o mundo não foi feito para os seres humanos, pelo menos fomos capacitados a compreender e a trabalhar conscientemente no mundo, o que é uma grande vantagem sobre os irracionais. Manter, pois, acesa a luz da civilização cristã, para que nunca mais aconteça no mundo outra a irracionalidade como a de Hitler, que acendeu os fornos nazistas, não para a produção, nem para o progresso, mas para o extermínio de milhões de judeus, num retrocesso ao pior grau de obscurantismo. Uma Alemanha digna e honesta, mas ao adotar o nazismo  foi capaz dessa barbárie, o que causa perplexidade. 

O passado nos adverte sobre a possibilidade de ser ignorado, ou subvertido os ensinamentos ao longo dos séculos, como a Bíblia legado do povoJudem que devem sua inteligência à leitura do livro sagrado. E não se faça propaganda de um progresso que em nada beneficiaria o homem, mas o sacrifica e sua liberdade. O paleontólogo Peter Ward diz que construir civilizações é livrar os seres humanos do instinto assassino da sua própria natureza. O homem que se diz civilizado, mas, por absurdo que pareça, tenta sempre retroceder ao caos. Despreza o que sua inteligência produz de inteligente, de bom e de belo,  e parte para a guerra, por exemplo, onde ninguém é de fato vencedor.

 


 


                  

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário