O AMOR NO OUTONO DA VIDA
ficção
Sempre ao cair da tarde, ele sonhava com o reencontro. Após o trabalho ficava sentado no café perto do
seu edifício de classe média, pensando que ela chegaria apressada, ele a espera
para vê-la meiga a sorrir. Ela também vinda do trabalho. Doce o seu beijo,
quente o seu abraço, eles presos para sempre em doce laço. Faz algum tempo! E cada
vez mais ele sentia a sua ausência, muito que ela o fez feliz. Reencontro
tantas vezes postergado. Sabia que ela estava
só, ele também, vivendo solitários o que poderia ser a fase melhor de suas
vidas. Deixaram por um tempo de ser únicos um para o outro, tempo de encontros
e desencontros. Injustos que foram um para com o outro. Ele tinha agora medo de
esquecer e ser esquecido para sempre. Às vezes, a vida faz com que a mente se ocupe do que passa em volta, e deixe de fora o amor, que vai apagando do coração, da memória.
Crueldade com as pessoas que se perdem, sem que haja remédio de farmácia para isso.
O que o amor exige é paciência e coragem
para enfrentar o inverno, que passa, e ver surgir as flores da primavera. Casais, hoje felizes, tiveram momentos difíceis, mas lutaram contra o desamor, sem medo. Essa é a
vida verdadeira. Parabéns para aqueles casais
que estão chegando juntos e felizes ao outono da vida. Não faltam conflitos na
vida pessoal, que para dirimi-los há de se recorrer ao diálogo, em vez de
acessar armas letais. É o caso das nações que querem resolver as coisas no enfrentamento,
sem a mediação do bom senso, que seria a política da boa vizinhança, pregada
por Roosevelt, que ora falta à Rússia.
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