A BANANA DISCRIMINADA
“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se
transforma”, proclama Lavoisier no século 19. São as transformações por que
passa o universo, a terra, inclusive, o ser humano, o que mais sofre mudanças,
quer se queira ou não. Mudamos na aparência, e até mesmo na essência. Alguns
não querem mudar, mesmo assim mudam, inconscientemente, o que não é nada conveniente.
Seria melhor ter consciência do que mudar, ou não mudar, deixar permanecer como
está. As coisas tendem à mudar, aceitar isso, e fazer com que as mudanças trabalhem
a seu favor. Deixamos de ser macacos a milhões de anos, numa evolução
espetacular, mesmo assim, prevista nos primórdios da criação. Nos tornamos
seres humanos, o que somos hoje, e não devemos abrir mão do nosso estado.
Estado de elite dentro da natureza. Não aceitar a avacalhação de que somos
todos macacos, como surgiu na campanha contra a discriminação por questões de
cor de pele após o incidente com o jogador de futebol da seleção brasileira. Veja
que absurdo, um ser evoluído como nós, como milênios de civilização e cultura
pensar em discriminar os semelhantes desse jeito, ou outro motivo. Mas ao
repudiar a discriminação racial de forma errada caímos numa armadilha. Como bem
enfatizou a repórter Glória Maria no programa do Jô Soares “não somos macacos, não,
somos seres humanos”. A banana também
apareceu na linchamento da dona de casa do Guarujá, por ela ter dado a tal
fruta, ora discriminada, a um garoto que encontrou no caminho quando vinha das
compras. A desculpa dos criminosos é que a vítima parecia a bruxa que
sequestrava crianças, cujo retrato falado da polícia apareceu na internet. Se a
mulher cruelmente espancada e morta fosse realmente a tal bruxa teria a justiça
com as própria mãos sido feita? Que lei é essa? Estamos ficando loucos, isso
sim.
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