NEM TUDO É LAMA
S. LUÍS NA DÉCADA DE CINQUENTA |
No passado os pais foram pródigos em
procriar, dispostos aos maiores sacrifícios pelos filhos, a geração baby boom. A estrada pavimentada com razão e fé, por
pessoas que lutaram pela vida, abriram o próprio caminho, com ideal, longe de
qualquer coisa que não fosse vida, ou significasse morte. Confiantes nos leves
e prazerosos dias a eles reservados, também às gerações que viria a seguir. Uma
constelação de estrelas despontava, para brilhar com magnitude e intensidade.
Ao mesmo tempo havia o consenso de que os filhos seriam diferentes dos pais, pessoas
que se sacrificaram pela profissão, pela família, e tudo fizeram, tendo em
vista o bem estar social.
Hoje os chamados boomers encontram-se na
meia-idade, e nem sempre homens e mulheres bem sucedido; muitos desempregados,
ou mal remunerados, e com a família desfeita. Mas esses seres, considerados ápice
da criação, não são pessoas infelizes, ou decepcionados com a vida, ao
contrário. A prodigalidades com que cresceram, se sentindo confortáveis no
mundo, eles transmitiram à geração seguinte. Mas já na terceira geração, os
jovens atualmente nem sempre estampam um sorriso no rosto, como era de esperar,
até mesmo apresentam semblante triste. E me pergunto: o que acontece?
A genética e o ambiente podem beneficiar,
ou atrapalhar o processo de crescimento, que é contínuo entre as gerações, e em
cada indivíduo de per si. Acontece que a felicidade não se impõe. Essa felicidade
propagada, e que talvez nem exista, e os jovens estão mesmo é aborrecidos com
tanta cobrança. Nem um pouco dispostos a assumir compromissos que não possam,
nem queiram cumprir. Não parece boa coisa desmatar as florestas, cavar estupidamente
a terra em busca de minério, e tudo o mais que provoca mortes, desastres.
Nada feito enquanto não for debelada a fome,
não se acabem os desmandos políticos e afins, que tolhem as pessoas de
crescerem, e o mundo goze da paz. No nosso país, acabamos de ter uma barragem
estourada, fazendo os rejeitos da mineração descerem barranco abaixo, destruindo
uma cidade inteira, onde morreram quase duas dezenas de pessoas, que moravam às
margens do Rio Doce, que virou lama. Igual a lama moral que destrói a vida do
país e quer destruir todos. Mas nem tudo é lama, há grandeza humana no processo
civilizatório, e não se deixe de lutar por nossa civilização - que visa o bem estar
pessoal, o sucesso social.
RIO DOCE ANTES |
RIO DOCE DEPOIS |
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