CORAÇÃO ARRUMADO
S. LUÍS- MA |
Os pares dançam sem parar,
animados pela orquestra de Valdir Pasa, cantor e compositor de músicas para dança de salão. A voz famosa ressoa no ar letras que tratam das relações afetivas, com os seus percalços, e tem o “coração desarrumado”, o “amor bagunçado”, sem faltar no mote do “amor eterno”. Uma alegre mas dura chamadas para as relações nem sempre fáceis entre os
casais, sem deixar de acenar para a possível felicidade amorosas. Fato que nos
remete à imaginação dos intelectuais, ateus em sua maioria, que dizem ser
absurda a vida, e começou com Kafka. Mas não nos parece absurda essa alegria no
salão de dança. Até mesmo uma afirmação da condição humana.
Gente de coração arrumado, ou que
busca se arrumar, põe-se alegremente a dançar, numa espécie de catarse coletiva.
A sensibilidade exercitada em busca da transcendência, mesmo elementar, no caso
da dança. Certo que para a alma religiosa a verdadeira alegria está na profunda
fé em Deus. Mas a alegria e respeito dos casais no salão a bailar, simplesmente querem afirmar o amor um pelo outro. E há os que buscam formar par para
uma longa, ou breve união, o suficiente para serem felizes. Assim como é breve ou
longa a passagem de cada ser humano pela face da terra. O suficiente para a
fantástica experiência da Criação.
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