sábado, 8 de março de 2025

sábado, 22 de fevereiro de 2025

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

 

                                          DECIDIR - EIS A QUESTÃO



                             Todos nós um dia temos que decidir, tomar uma direção, um processo pessoal que será da maior importância para nossa vida. Além do exemplo da poeta de Goias Velho, olhemos para o caso de outras duas pessoas famosas, que acertaram nas suas escolha, o que nem sempre acontece, mas temos de assumir o feito.  É importante estar preparado  para decidir o que fazer. O papa Francisco, ainda jovem, depois de um encontro com amigos, de volta para casa, o fato de ter entrado na igreja, que costumava frequentar, decidiu sua vida, e em vez de ir ver a noiva, tomou a direção do seminário decidido a ser padre, era sua vocação. De vocação quase oposta a do papa, mas nem tanto, Dercy Gonçalves sentiu o “borbulhar do gênio” artístico quando o circo passou  por sua cidade natal, e ainda bem jovem saiu de casa para seguir aquela trupe, com quem se identificou. 

OREMOS PELA SAÚDE DO PAPA!


 

MAIS UM MEZANINO LINDO DE VIVER




 


 

CURIOSIDADE


Os escritores conterrâneos, Dostoievski e Tolstoi eram também contemporâneos e rivais. Mentes e almas grandiosas, mas díspares, jamais quiseram se encontrar. O autor de Crime e Castigo nasceu sete anos antes do escritor de Guerra e Paz, que o ultrapassou em 19 anos. Ambos escreveram suas duas obras primas, seguidas uma da outra; quando o primeiro terminou a sua, o outro deu início ao seu magnífico trabalho literário.  É de se imaginar que Ressurreição, última obra de Tolstoi, diz respeito a seu oponente, cuja morte muito o entristeceu, e constatou o quanto eram próximos.

 


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

 


 

HOMENAGEM  ANTECIPADA

8 DE MARÇO — DIA DA MULHER

 

                                  

                                         MÃE CARMEM


 



Uma mesa de doces sempre recebe atenção especial nos aniversários, casamentos, ventos sociais — do menos ao mais badalado. Podem os doces até mesmo a competir em beleza com a aniversariante, com a noiva, com as celebridades presentes à festa. Hoje em dia uma boa doceria faz parte do sucesso dos Cafés, que se espalham pelas cidades, tanto  no nosso país, como em todo o mundo. E numa reunião de amigas a degustação dos doces serve, inclusive, para confirmação das amizades.

A vocação do ser humano para os encontros festivos vem de priscas eras, e foi assim que teria surgido o doce, como arte.  Em S. Luís, capital maranhense, na segunda metade do século passado, o nome de Carmem Dias destacou-se na arte de confeccionar doces para festas, por sua criatividade e bom gosto. O empreendimento teve início em sua casa na Rua das Hortas,   de onde se avistava a Biblioteca Pública, chamado Bolo de Noiva de tanta beleza. E como eram belos e doces aqueles dias. Minha avó, uma pessoa afeita ao trabalho doméstico, embora, por seus múltiplos talentos, sua educação e cultura, pudesse destacar-se em profissão de maior realce. Seu empreendimento transmitido para as gerações seguintes;

É fundamental para o homem ter uma profissão, e nem sempre foi assim par a mulher, que hoje em dia se profissionaliza sem problema. No presente momento, Daniela, a bisneta dessa avó materna, resolveu publicar um livro em homenagem de Mãe Carmem, contendo algumas de suas receitas, onde também serão revelados alguns dos segredos da doceira afamada. O legado de uma mulher incansável, por trabalhar praticamente sozinha no seu fogão a lenha, de onde saíam para o deleite de uma clientela fiel os mais saborosos doces. E que da casa e da família não descuidava. Em especial, uma pessoa de retidão de caráter.

Iniciativa de um livro que é aguardado com alegria por seus descendentes, sabedores do quanto Carmem Dias é uma representante exemplar do sexo feminino, considerada referencial da família. 

 


domingo, 16 de fevereiro de 2025

                                                      


                                                            NÃO  MORRA!


                                           




                   Eu me lembro. Estava em S. Luís, quando me dei conta da pessoa que eu era, tantas vezes desmoronada, mas persistentemente reconstruída. Daí que pensei numa pessoa cuja vida seria idêntica a essas casas, antes belas e fagueiras, numa cidade idem, onde ela vivera quando jovem, e  a via agora em ruínas. É certo que o ser humano pode sozinho se reerguer, diferente do amontoado de tijolos e barro em que se transformaram as casas da tombada da capital maranhense. Pode o ser humano sem demora sair de uma situação difícil, ou ser longo o processo para refazer-se de algum fracasso. Mas não depende necessariamente da boa vontade do outro para voltar a ser como antes, diferente dessas residêencias, que dependem dos políticos interessados, ou interesseiros.

Sou eu mesma, como aquelas casas em ruína, abandonadas, antes de dar a volta por cima, o que fiz quantas vezes foi preciso. Já a cidade, que aos poucos se desfez, parece estar definitivamente relegada a um triste fim. À primeira vista parece que o tempo dela já passou, mesmo que ainda sejam fortes seus alicerces, com as paredes da frente das casas e sobrados de azulejos quase intactos. Ela mesma jamais imagina a morte de S. Luís onde viveu parte da sua história e a da própria cidade. E se existe ganho com a construção da nova cidade do outro lado da ponte, o quanto se ganharia com a preservação da antiga. Mesmo que nunca seja a mesma após a reforma,  vale a pena investir nos valiosos bens que se possui por herança, além das conquistas pessoais.

A Rua das Hortas desemboca na Praça Deodoro, e no lugar da antiga meia–morada da família, transformada em bangalô pela sanha reformista dos governos,  ergue-se um prédio comercial, assim como a casa ao lado. A quadra inteira sem os escombros em que se transformaram as casas desabadas nas outras quadras da rua, só uma ou outra salva das garras do  tempo. Atravesso a ponte e já estou na cidade nova, consolando-me com o belo por do sol que vejo da sacada do Hotel em frente ao mar. O mesmo mar onde jaz Gonçalves Dias, cujo navio naufragou na entrada de S. Luís, quando o poeta retornava de Europa com seu canto de saudade: ”Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...Não permita Deus que eu morra sem que volte para lá...” Esse mesmo mar onde  também repousa o comandante das tropas holandesas, que em retirada da cidade após a derrota para os portugueses teria se jogado no mar, não sem antes proferir a famosa frase: “Só o mar é um túmulo digno para um almirante batavo.”  

Não morra!” Digo de coração para a minha amada S. Luís antes de retornar a Brasília. No meu próximo aniversário estarei de volta, como faço todo ano para comemorar o passado, o presente, e a torcer pelo futuro. Amem!

 

 

PRAÇA GONÇALVES DIAS







sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

 ARTE

             COMENTÁRIO SOBRE O FILME_MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA.

         

          Não li o livro do zautora Tracy Chevalier, que foi adaptado para o cinema por Olivia Hetreed. Não li o livro, mas tenho observações a fazer  quanto ao filme, que concorreu ao Oscar 2004 e ganhou nas categorias: Melhor direção de arte, Fotografia e Figurino, prêmios merecidos, e ponto. Mas para quem gosta dos quadros de Vermeer, e também sabe um pouco de sua vida é quase um tapa na cara do pintor.  Nem de longe pode o espectador ter uma ideia sobre o pintor de Delft, sua vida, sua arte, ou como teria realizado essa sua magistral obra, como se proõe o filme. Falha  em todos os aspectos da vida do pintor, e de como ele realizava suas pinturas. Faz de Vermmer um bobalhão, que vive sob o jugo da mulher, quando na verdade, o pintor teve uma vida tranquila na sua Delft natal, e,  pelo que se sabe,  vivia bem feliz com sua mulher, assim como com seus 14 filhos, a maioria mulheres, que serviam de modelos para suas pintura. E nunca se ouviu falar que a sogra de Vermeer, mesmo sendo uma mulher rica, fosse essa megera do filme, e sim uma católica devotada. A família era vizinha dos jesuítas, o que teria contribuído para a conversão do pintor do calvinismo para a igreja católica. A propósito, vai abaixo um interpretação livre do quadro MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA


                                

                                        MOÇA DE BRINCO DE PÉROLA




Uma luminosa face feminina salta da escuridão no quadro Moça com Brinco de Pérola.  Trata-se da obra mais famosa do pintor Joannes Vermmer, que faz parte a extraordinária pintura  holandesa do Século XVII. Fiel representante do barroco, o artista de Delft trata de informar, ensinar, criticar, aconselhar, e até mesmo fazer propaganda dos produtos da modernidade, o caso do livro, que se vê em  outros dos seus quadros, como nesse está pérola. E como era comum à época o pintor   realizava sua obra artística conjuntamente com os  membros  de uma guilda. No quadro uma moça ocidental está travestida de oriental, e que emerge da escuridão da tela. No passado os cristãos latinos afastaram-se dos ortodoxos, ao fizeram acordo com os invasores bárbaros, ganhando o status de ocidentais, mas teriam entrado na Idade das Trevas. Situação que voltava a acontecer à época da República holandesa, pelos acordos feitos dos ocidentais com a barbárie. O Islã Ocidental chega ao fim, e  Vermeer teria, inclusive, feito uma homenagem aos dominadores, que tiveram seus méritos, mas que partem sem deixar ou levar saudade.  A cristandade reformada vai seguir rumo à modernidade.

                            A ruptura entre as duas Igrejas ocorreu pela primeira vez no papado de Leão I (440-461), a fé ocidental disposta a se libertar das heresias, que assolam a fé oriental. Por sua vez, a ortodoxia deseja ver-se livre dos bárbaros com os quais a Igreja de Roma faz acordos, por força das circunstâncias, dando-se o primeiro cisma. O segundo cisma, permanente, aconteceu em 1054, o Oriente outra vez se fecha ao Ocidente, e o alvo é o peripatetismo árabe. Os latinos queriam evitar  as heresias que pipocavam no Oriente, mas acabaram filosoficamente empobrecidos em relação aos bizantinos. E o Islã em sua cultura nascente ao  tomar conhecimento dos filósofos gregos em esparsos manuscritos preservados pelos monges orientais, os heréticos nestorianos, fizeram os árabes herdeiros do conhecimento, que iriam transmitir  aos latinos com a criação do chamado Islã Ocidental. Oriente cristão e ortodoxo outra vez se fecha ao Ocidente, e o alvo é o peripatetismo árabe. Cristão e dialético, o Ocidente batiza Aristóteles, como, séculos antes, havia batizado Platão. Mas para os bizantinos a filosofia continua helênica e, por conseguinte, pagã. Os monges ocidentais, todavia, daí evoluíram em conhecimento, o que levou seus adeptos a se dedicarem aos estudos, à leitura e escrita, com o que se capacitaram para ciência e tecnologia, que veio a se desenvolver no Ocidente. Mestres na escrita, tornaram-se  também pioneiros na agricultura,  astronomia,  economia, e tudo o mais.

 Alcuíno, monge beneditino, artífice do renascimento carolíngio, dizia que “Grécia e Roma antiga não possuíam a pérola de maior valor que era a fé ortodoxa cristã”. A pérola tradicionalmente associado à ortodoxia. Mas a joia que emoldura o rosto da moça na pintura de Vermeer, e dá nome ao seu quadro,  oculta amplo significado. A pedra preciosa é produzida naturalmente pela ostra após ser invadida por grãos de areia, dando origem a uma rara e preciosa pedra, um processo natural. No avanço da modernidade fala-se na técnica, que se associa às artes e ofícios, e ocorre uma espécie de alquimia. Daí que o objeto translúcido e cristalino, que  orna o rosto da moça pintada por Vermeer , não se trata apenas da luxuosa pérola oriunda da América, do Novo Mundo. E se há o milagre natural, o caso da pérola, há o milagre da técnica, que também faz surgir da areia o translúcido vidro, ou cristal, produto que começa a ser comercializado, qu é visto e admirado em objetos variados, como as taças nas mesas abastadas, nos vitrais das catedrais e nos espelhos dos palácios ocidentais. Imaginar que se pudesse condensar tanta coisa em um objeto, o que fez Vermeer com seu brinco de pérola, ou cristal. O brinco pode, inclusive, representar uma expressiva gota d`água, água pura, transparente, que é o bem mais precioso para a vida, e tem a água pura das nascentes, como tem as águas dos mares, dos rios e, em especial, do canal que corta a Delft  onde vive Vermeer.

 Vermeer foi mais ousado ainda colocando na cabeça feminina do seu quadro um turbante, de uso masculino.  E por que ele fez isso?  O Oriente fora o grande patrocinador do movimento de renovação que ocorreu no Ocidente, através da ortodoxia espiritual, como também através dos árabe que os ocidentais tomaram conhecimento do saber antigo, em especial, de Aristóteles. Época de intenso comércio pelo mar, e são as águas do mar que estão sutilmente representadas na parte frontal do turbante, feito de tecido na cor azul a formar ondas, tal qual o mar agitado da navegação. O azul também uma representação da religiosidade Mariana vinda do Oriente, e que vai se perpetuar no Ocidente.  Um significativo coque, parcialmente desfeito, dá acabamento ao turbante, na cor amarelo-ouro. O ouro da riqueza espiritual, mas também do rolo compressor da dominação, que se desfaz. Amplamente valorizada está sendo a ética protestante e também jesuítica, uma vez que é necessária no contexto cultural da progressista civilização ocidental. Momento em que se anunciam grandes mudanças, possíveis de serem imaginadas, mas nunca dantes realizadas, principalmente para as mulheres.

 Cristão e dialético, o Ocidente batiza Aristóteles, como, séculos antes, havia batizado Platão. Mas para os bizantinos a filosofia continua helênica e, por conseguinte, pagã. Certo que no Ocidente, ao tempo dos mulçumanos, havia disciplina e tolerância entre as crenças, numa convivência pacífica. Na Espanha islâmica havia grande efervescência cultural, um centro de discussões eruditas, de leitura e escrita, onde abundava a poesia cortesã e o número de livros era superior ao volume das maiores bibliotecas do Norte. Na sólida e próspera Holanda o caminho fora aberto para o saber, ainda pouco científico, e em vários aspectos, bizantino, de um passado esplendoroso. Mas o mundo ia avançar em conhecimento, como também em descrença e barbárie, tanto que mais adiante no tempo, o ortodoxo Dostoievski iria dizer, através do personagem Ivan Karamasovski: “Se a alma é mortal e Deus não existe tudo é possível”. A crítica do  escritor russo contra toda forma de moral e ética a partir da imanência, ou seja, do plano da natureza, ou da história. Justamente as armas do humanismo que iriam despontar como força propulsora do progresso alicerçado na natureza e na história. Já para a ortodoxia só há salvação com Deus, na transcendência e não na imanência.

 Com o olhar  voltado para o espectador, a imagem feminina que é admirada em seu precioso colorido no quadro de Vermeer, não demonstra dor ou tristeza. Com os lábios entreabertos  ela parece falar algo incompreensível, remoto. Estaria parafrasear maldições, o que era costume em Bizâncio no enfrentamento com os  heréticos. Ela ainda parece esboçar certo desdém, e seria por esse novo mundo, que começa a ser explorado, mas para ter sucesso requer que saia da encruzilhada em que está. Católicos e protestantes a se matarem em guerras fraticidas. A moça  parece balbuciar algo, e sangrar -– dizem dos males das civilizações sanguinárias, de um lado e outro do mundo. Fala por sua cultura oriental no predomínio da oralidade, com talento para a retórica. Ao contrário da civilização ocidental onde a palavra escrita surge com toda força, após a invenção do livro impresso. E não seria exagero dizer que por estar virada de lado a moça lembra uma vaquinha do presépio católico, a dialogar com o próprio rabo, ideia calvinista. Vermeer era calvinista antes de se converter ao catolicismo por influência de sua esposa. Não é fácil  entender Vermeer, que pinta uma cristã ortodoxia, que poderia, inclusive, estar entoando o Kyrie Eleison para entrar em estado de contemplação, uma das chamadas coroas místicas da igreja bizantina. O Mais certo é que ela esteja a proferir uma prece canônica do islamismo: Allah hu’ Akbar (Deus é grande). Ainda podemos deduzir que aquela moça pode representar uma pseudo-egípcia, a proferir palavra articulada, força dinâmica de certa magia, em contexto cultural específico.

 

 

 


domingo, 2 de fevereiro de 2025

 


 

TRÊS TIPOS DE PESSOAS

 

A vida não é fácil, todos sabem disso, e há modos diferentes de encará-la, de enfrentar as dificuldades. Destinguimos três tipos de pessoas: 

1-O desistente - abandona qualquer projeto à primeira dificuldade, é pessimista.

2- O conformado - satisfeito com a situação em que se encontra, só pensa em desfrutar a vida como der e vier.

3 O persistente – disposto a lutar ardorosamente pelo que almeja, é otimista.

 

TRÊS VIRTUDES ESSENCIAIS

 

Viva melhor adotando as seguintes virtudes:

1 – Humildade – posicione-se com empatia diante da vida

 2- Coragem aja com firmeza nas horas difíceis.

3 – Sabedoria – eleve-se em consciência.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

 



 

 

                                                   VIDA EM ABUNDÂNCIA

 

PARQUE LAGE - RJ




               Prometeu Jesus vida em abundância para aqueles que seguissem seus passos, o que não significa  somente abundantes bens materiais e, sim, os dons espirituais. Em especial, que se tenha uma abundante boa vontade para com a vida. Acordar pela manhã e ser grato por estar vivo, pronto para o trabalho, para os encontros,  as alegrias,  as conquistas. A vida pode parecer  fácil para algumas pessoas, mas para a maioria não é assim. E o que se tem de melhor a fazer é começar o dia com boa vontade para com as durezas do dia-a-dia. Não importa se acordo em um apartamento de fundo, sem vista alguma. Esquecer a vista para o mar, ou coisa de igual teor, e ir à luta. Agradecer por estar vivo, por ter saúde, por ter trabalho, além de outras coisas mais que temos, e não damos o devido valor.

Na década de 50 o jornalista Gondijo Teodoro  falou sobre sua chegada ao Rio para trabalhar, quando então passou noites dormindo na corda, mas tornou-se famoso e rico como repórter e por fim, apresentador do Repórter Esso, que era o Jornal Nacional da época. Situação difícil que muita gente boa enfrentou naquela época e venceu. É comum ter dificuldade para começar a vida, principalmente em terra estranha, até mesmo no rincão natal. Ao contrário do repórter da antiga TV Tupi, a bem nascida Marina Colasanti passou a infância e juventude com seu único e belo irmão no paradisíaco Parque Lage, construído por sua família, e que por longos anos viveu numa cobertura de frente para o mar, até seu recente falecimento. Acontece com raras pessoas. A premiada escritora lastimou, todavia, quem, por exemplo, se acostuma em morar nos fundos sem vista alguma.

Não é questão de se acostumar ou não com as coisas que se tem, ou que se faz, mas ter a boa vontade, além do requerido talento para realizar o que se quer. Olhar para frente e não para os lados, no sentido de querer as coisas já prontas, ou iguais a quem quer que seja. Jamais achar ruim acordar cedo para ir à escola, à faculdade, ou ir  trabalhar. Feliz de quem estuda, tem trabalho, do contrário, é sinal de que a pessoa deve acertar seus “ponteiros”. Ter hábitos que levem para frente, e o faça perseverar no bem. Jamais acostumar-se com o que não presta, como a preguiça, a impaciência, a inconstância, nem focar no luxo e na vaidade. Ter boa vontade de acertar.   


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

 



 

 

 

                                              CABELO BRANCO

           

S. LUÍS MA - ANTIGA PRAÇA JOÃO LISBOA

 

               Até há pouco tempo uma pessoa idosa conservar o cabelo branco era considerado descaso com a aparência. Tal conceito mudou, afinal não tem como enganar a idade, mesmo com os melhores e mais caros tratamentos. Atualmente as jovens senhoras não se constrangem em expor suas madeixas prateadas, com o que elas deixam, no mínimo, de serem escravas das tinturas. Glória Pires assumiu o grisalho, e ficou mais digna de credibilidade, depois do fiasco na sua apresentação do Oscar de alguns anos atrás, quando, ao ser interpelada, se limitou a dizer que não tinha condição de  opinar, estando ali para fazer isso. Na ocasião seu cabelo chamava atenção pelo corte, pintura, escova, e ela parecia satisfeita com isso. 

                O grisalho deu um tom novo a imagem de Glória Pires, ou teria contribuido para isso, mesmo ela sendo uma boa atriz. A velhice tem pouco a ver com os cabelos brancos, pois muitos os têm assim desde jovens, e nem por isso são considerados velhos, até lhes proporciona um    certo charme. Charme no homem, pois a mulher tinha que se manter sempre jovem, os cabelos pintados. O certo é que a velhice é para quem desiste de continuar a fazer o que tem vontade, mesmo com as limitações da idade. Sem a juventude, claro, mas com outros ganhos, principalmente empenhados em aproveitar os anos que ainda têm para viver. Mais livres, mais leves e mais soltos, que os idosos se encontrem, achem sempre oportunidade  para comemorar a dádiva de terem envelhecido e não mortos.


 



 

 

                                                         O SAL


S. LUÍS-MA



              Era um dia como qualquer outro, quando ela cortou o dedo, e sem proteger o ferimento foi para a cozinha temperar o bife para o almoço. Ao enfiar a mão no saleiro teve uma dolorosa experiência. Anteriormente havia pensado na fria beleza do sal, assim como da neve. E quão parecido são o sal e o açúcar, ela pensou, mas enquanto um salga o outro adoça a comida. Tudo para nos proporcionar prazer na medida certa, ela pensou.

                 No dia seguinte, foi á livraria para o lançamento do livro de contos de um amigo. Ainda sem esquecer o dia anterior, imaginou que as palavras são como sal, que dão sabor à vida do leitor, mas também pode lhe doer a alma. A dor faz parte da vida de cada um, e o mais importante, serve de defesa do organismo. O que os escritores proporcionam aos leitores com seus textos, através das palavras, que servem, em especial, para “jogar sal na ferida”. A carne que vai ser tratada, ou ferida pelo sal. Assim como há as doces palavras, que encantam a alma.

                E de nada vale uma montanha de sal, quando apenas uma pitada é necessária. A pessoa vai comer o bife, não importa o brilho que emana dos saleiros, ou das salinas, que têm o tom de frieza.  E o frio comércio das  palavras, o que revela aquela montanha de livros, que ela via como uma montanha de sal. Um dos chamados escritores malditos, desses que atiçam os leitores a sentirem dor, um autor premiado, se empenha para levar a dor ao leitor. Mas não importa o brilho da montanha de sal nas salinas, como a dos livros nas livrarias, se não há a experiência do amor e da dor, o tom vai ser sempre gelado. E como quiz  dizer o poeta Olavo Bilac, só as almas sensíveis são capazes de ouvir e entender estrelas.

 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Pot-Pourri Banda Cover (Full COVER 16:32) - Rivers of Babylon, Sugar Sug...

 



 REPUBLICAÇÃO

                                             RECADO PARA A IRMÃ

 

IRMÃS VAMPIRAS

             Ela confessa para a irmã. Quando éramos jovens, por curiosidade eu te seguia de longe,  te via sem saber o que se passava contigo, vivias com nossa avó materna. E porque não estivemos perto uma da outra, eu desconfiava de ti, e tuas amigas católicas, enquanto as minhas eram protestantes, e se tramei contra ti, peço que me perdoes. De repente eu me perguntava: "Para onde será que foi aquela minha irmã mais velha? Hoje sei que não estavas a passeio em outras terras, mas tentavas construir teu futuro. E retornaste para casa antes de alcançares teu intento, a saudade mata, inclusive, as ambições. Daí foi eu que parti, também por pouco tempo, mas se foi a oportunidade de termos uma convivência mais estreita. Já estavas casada.

             Tinha o jardim da casa da avó, e era para onde todos queriam ir, só tu moravas ali, mas sei que ela vivia ocupada com suas encomendas de doces, precisou trabalhar depois de perder o marido tão cedo. Eu ia lá em visita de médico, entrava e sai rapidinho, só dava uma espiada básica. Te via estudando, foi quando notei ao teu lado aquela cobiçada caixa de lápis de cor, do que nunca me esquci. Não parava de ir da minha casa para a casa da tia, e também ia à casa dessa avó. Tinha ainda a casa de uma amiga, que era como irmã, onde me sentia em casa na casa dela, e ela na minha. Tuas amigas também gente boa de verdade. E o silêncio que se estendia sobre as coisas horrorosas que aconteciam. 

             Findos os ciúmes, as desconfianças mútas,  eu declaro meu amor por ti, e te chamo, minha irmã. Vem depressa, vem contente, que eu também posso ir correndo ao teu encontro. Não precisas fazer nada, dizer nada. Vem com calma, vem com tua doce presença. Sei que isso pode acontecer, pois estamos vivas, graças a Deus.

               Irmã vampiras, nós? Não, carismáticas, com certeza!

domingo, 26 de janeiro de 2025

 


                                                      

                                BORBOLETA NA PAREDE







               Ela ouviu a prima falar da borboleta que voava na sua mansão, e seria a mesma borboleta que pousara na parede do apartamento para onde  ia se mudar. Depois de tantos anos passados ali, o marido ainda vivo, mas o último filho solteiro acabara de se casar, a casa grande e vazia, sem a devida segurança para uma idosa. Ficara em dúvida sobre a mudança, até que o sinal da presença da borboleta a fez optar pelo imóvel visitado. Tudo pronto para ela seguir adiante ao lado da família, como sempre..

          Maria pensou, se as almas pudessem permanecer entre os vivos, seriam como borboletas, seus movimentos invisíveis aos olhares comuns, só percebe quem tiver olhos para ver. Borboleta significa ato de renovar, e aquela era uma mulher madura, cheia de vida, que ia dar aquele passo, como que levada pelo  bater de asas que conhecia bem. E se olhasse para trás ela ia perceber que a vida não é uma linha reta, tem curvas, tem experiências boas e ruins, e ia se dar conta que serviriam para fortalecer sua alma.


sábado, 25 de janeiro de 2025

 



 

 

                             QUE TEMPO GRANDIOSO ESSE!

 

 


 

          Ela caminha por aquela rua, tão familiar quanto estranha, vê uns poucos prédios em processo de restauração, enquanto a maioria continua em ruínas, como que destruídos por um bombardeio.Apesar de longe das guerras as residências foram simplesmente abandonadas, enquanto o tempo tratou de fazer seu trabalho. O calor envolve a cidade, que Maria não se lembra de ser assim quando na juventude caminhou por aquelas calçadas estreitas, difíceis de andar. Pensa numa lufada para que tudo voltasse a ser como antes, em vez dessas misteriosas casas fechadas com cadeado, como se alguém quisesse habitá-las. Mas ninguém quer morar ali. Falta o vento do progresso, só o  calor abrasador, e aquelas ruínas. O suor escorre  por sua face misturado às lágrimas.

                   Está no meio da ladeira, fantasmas passam por ela, como se vivessem ainda aqueles preciosos dias de antanho. Quanto mistério, que ela não pode de todo decifrar. Restam as lembranças das pessoas especiais que povoaram sua infância e juventude, e merecem toda gratidão. Do outro lado da ponte vive-se hoje um tempo soberbo, graças aos generosos dias dessas pessoas devotadas, e com sua vida exemplar deram a largada para o futuro, e legaram aos herdeiros tudo de bom e de belo que existe. Que tempo grandioso esse! Bom lembrar, pensa Maria. Mas o passado ficou obsoleto para a moça dos novos tempos, que fuma e bebe, pensa que suas roupas decidem o valor que tem, e o dinheiro é mais importante que sua paz de espírito. Já as crianças com os olhos postos nas telas do computador e celular trocam a atenção dos pais pelo mundo virtual.                

                   



quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Jerusalema Dance Challenge - SOLI Style

 


         


 

 

          ANJOS E DEMÔNIOS

 

               A essa altura do campeonato, após milhares de anos, o ser humano continua a enfrentar um jogo duro para a sobrevivência da espécie. A corrida em campo, um número considerável de gols, sem deixar de acontecer faltas graves e as devidas expulsões, que começou com Adão e Eva no Paraíso. Daí que o melhor para homem seria ele próprio traçar seu destino, seguir seu caminho, sem Deus por perto. Geneticamente privilegiados, dono de uma especial inteligência, e, mais ainda, possuidor da racionalidade, o homem avança culturalmente, desde os primórdios.

              Avançou o homem, mais que tudo, em ambição.

No presente momento, a questão é para onde nos dirigimos, após essa nossa civilização, que estaria chegando ao fim. Mesmo gozando as delícias do sucesso material, que não é irrepreensível, pelo contrário, aos feitos extraordinários se sobrepõem aqueles que só merecem repreensão. Pesa-nos a grande disparidade social, e, assim como há os contentes, tem os descontentes com a situação em que se encontram. E mesmo que saibamos que as pessoas são como são, e as coisas funcionam de uma forma e não de outra, vale questionar os erros, inclusive, quanto à destruição da natureza.

E há quem diga que depois dessa nossa civilização só nos restaria retornar à tribo, ou ao circo, onde as pessoas vivem sem contestar seu lugar, afeitos ao trabalho que é quase diversão, focado no sucesso comum. Dizem que uma experiência que deu certo não se mexe, e deveríamos voltar ao viver primitivo para sermos melhores, mas gentis, universalmente unidos em um desejo comum de viver em paz. Prósperos em espiritualidade nossos ancestrais viviam longe desse materialismo destrutivo em que nos encontramos atualmente. O menos que nos bastaria. Menos é mais.

Exemplo de vida em comum que não é propriamente de uma tribo, nem circense, mas com alguma semelhança, são as ordens religiosas. Sem esquecer nossa condição humana de anjos e demônios. E os religiosos, por estarem no lugar certo, e ser quem são, podem ser considerados anjos. Abrigados em conventos, sem maiores ambição, sem sexo, simplesmente dedicados ao trabalho social, e a rezar. Pessoas que querem, simplesmente, a paz, na vivência da fé, em retorno para perto de Deus. Anjos da paz, enquanto, infelizmente, há os demônios, que se manifestam em várias frentes, o caso das guerras, tanto as pessoais, quanto as que ocorrem entre as nações.

  

 

 

 


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

 



 

 

 

                 NADA ALÉM DA CIVILIZAÇÃO



O CRISTO REDENTOR ABENÇOANDO A CIDADE DO RIO DEJANEIRO 

 
           Antes, temos de entender que o nome civilização é dado à organização social, e diz respeito à vida civil, à cidadania. Cidades que surgiram quando as populações organizaram-se para viver em comum, e da melhor forma possível. Antes eram tribos espalhadas pelo mundo, com pessoas reunidas, e em menor número, nômades, que viviam bem, mesmo sem o progresso. Mas não resta dúvida que o valor do progresso, que alcançou as populações, já em maior número, que se fixaram nas cidades, inclusive, sujeitas ao recenseamento, tendo em vista as demandas sociais de seus habitantes.

Nada pode existir, doravante além da civilização,certo? Em organização tribal a humanidade passou milênios. A primeira cidade, propriamente dita, foi Jericó, há mais de 7000 anos, um experimento social bem sucedido, não apenas de simples caçadores-coletores, mas de pessoas que tinham uma cultura, o que se pode chamar de civilização, nome que vem da vida civil nas cidades.  Várias civilizações sucederam-se ao longo dos milênios, e a cada tempo uma determinada civilização deu origem a uma nova, sua cultura absorvida pela que se seguiu.

Não mais a tribo, mas um glomerado de pessoas, empenhados em criar condições de prosperarem em conjunto. Nada é perfeito criado pelo homem, por melhor que seja a intenção. Com o tempo formou-se uma pirâmide social onde alguns privilegiados ocupam o topo, seguidos de um número maior de pessoas que conseguem um bem estar razoável, o meio da pirâmide. Enquanto na base formou-se uma massa populacional, com pouca condição de atingir níveis mais elevados de vida, e que não para de crescer. Com todos os defeitos ainda é civilização, graças a Deus.

É a civilização um invento final, ou não? Se permanecerem as cidades, que ameaçam sucumbir aos desmandos do homem, sim. Não há como ser diferente, não podemos voltar atrás, para vida na tribo, nem é aconselhável, já que evoluímos daquele estágio de vida. Nada além de uma ilusão também querer de repente partir para algo diferente, pois  o melhor é fazer as mudanças necessárias para que continuemos vivendo como cidadãos dignos desse nome, em nossas cidades de berço, ou que escolhemos viver, até mesmo em novas cidades, que surgem para atender à demanda populacional. E que a população cresça em consciência, mais que em número.    

    

 






domingo, 19 de janeiro de 2025

 

ÉPOCA DE FÉRIAS

 O QUEVOCÊ NÃO DEVE FAZER EM UMA CACHOEIRA

 

1-NUNCA MEGULHAR SEM SABER A PROFUNDIDADE.

2-EVITAR  NADAR PERTO DA QUEDA D´ÁGUA.

3- NÃO SUBIR EM PEDRAS MOLHADAS.

4-JAMAIS DESTESPEITAR AS SINALIZAÇÕES.


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

 


 

 

           DO VÍCIO E DA VIRTUDE

 

S. LUIS MA

 

 A vingança vale a pena? Se alguém pratica um ato que não é do meu agrado, até mesmo que eu acho reprovável, é correto sair em represália? No caso, só  piora a situação, quando o certo é chamar a atenção, reclamar, sem pensar em dar o troco. Antes entender o que se passou, se outro agiu por maldade, para causar prejuízo, ofender. Se a pessoa fez algo simplesmente do seu agrado sem querer causar prejuízo  a ninguém. Nada melhor que a conversa amiga. O ofendido deve refletir se houve dolo, ou foi erro de avaliação, até mesmo um tropeço, ato não premeditado. Mas, como dizia minha avó, tem gente que está sempre em pé de guerra.

Há a virtude do perdão, que está em contraste com o vício de acusar, condenar. Se em vez de perdoar, uma pessoa, tomada pelo ódio, resolve se vingar, pratica um ato indigno, em qualquer situação. Imagine um casal em que há disputa por poder, o que pode acontecer de  ambos os lados, ou de um lado só. Mas se um lado prioriza a paz, a casa se sustenta, ainda que precariamente. Do contrário a perda é total, a casa pode vir abaixo.

Para que sofrer se a condições humana mira a felicidade?

E que haja compreensão e não disputa acirrada. Competir, é uma coisa, trapacear é outra. Competir para ver quem faz o melhor de verdade pela família, pelos filhos, por si mesmo.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

 


                              EMPATIA E CAFÉ  DA TARDE

 

 



elas deram o nome de Clube do Café da Tarde aos encontros que promovem mensalmente. São mulheres na faixa dos 80, e em plena maturidade, que se revezam para receber em suas casas as amigas de longas datas. Aproveitam a ocasião para tratar de assuntos que vão do trivial ao intelectual e filosófico, sem esquecer a política do momento, tanto doméstica quanto a política exterior. Formadas em várias áreas, funcionárias aposentadas, preservam o interesse pelo conhecimento, sempre ligadas ao que se passa em volta. Para cada encontro um tema entra em pauta, que nesse dia é a empatia estudada por Edith Stein. Dom indispensável para a convivência, a empatia que diz respeito, inclusive, a essas pessoas familiarmente próximas, em mente e espírito.

Mariza juntou-se ao grupo por último, é a mais velha e a mais intelectualizada, quem sempre traz o bolo, feito por ela mesma. Enquanto as outras colaboram com o repasto da ocasião. Por ser dezembro, mês de Natal, Maria fez um prato especial, rocambole de cenoura ralada e queijo, recheado com salmão cru cortado em pequenos pedaços, com caviar enfeitando o rocambole, o que causou sensação, não só à vista, mas ao paladar, quando então o marido da neta mais nova brincou: “Caviar, nunca vi, nem provei, só ouço falar.”

Após se refastelarem nas delícias oferecidas na casa de Dulce Helena, quem inicia a conversa é Daisy Dias, ou Dedê como é carinhosamente chamada a filósofa do grupo, que também se preparou para os sabores, também para a troca de saberes.

— Edith Stein desenvolveu uma pesquisa fenomenológica sobre a empatia, e diz que “a capacidade de vivenciar a empatia, ou potência empática, não é algo  específico de um  outro indivíduo, como uma exclusividade subjetiva, mas uma vivência universal”. Entendo que devemos saber do homem e sua essência. O que vocês me dizem?

Cleide, de pronto, responde:

— Para entender a filósofa alemã, que subiu ao altar, é uma santa católica, saber que ela vê na empatia parte da estrutura da pessoa, que além do corpo, tem uma alma, ou um interior. E quando, por exemplo, vemos o por do sol, escutamos uma música, o fazemos através da visão e audição, os conteúdos das percepções, das sensações, vão ser processados no interior, resultando naquele encantamento, naquela emoção, naquela alegria, que todas nós certamente já experimentamos.

Verônica pede a palavra, e fala da empatia em momento crucial:

— Em relação à familiaridade, à amizade, quando tomamos conhecimento da uma morte, imediatamente nos condoemos. Edith está certa, até mesmo uma pessoa que não faça parte da nossa vida, alargamos nosso eu para sentir sua dor. Com isso podemos falar de um substrato comum, que permite uma identificação vivencial, um compartilhamento, por se tratar de uma experiência essencialmente humana e universal, como é o caso da morte.

Depois de um tempo em silêncio, afinal nada mais apropriado que refletir sobre a empatia, Maria faz o discurso final de mais um dia especial para todas as presentes:

— Não há melhor momento para o exercício da empatia que o Natal. E a felicidade maior é reunir a família, quando os pais enfeitam a casa e se desdobram para acolher filhos, genros, noras, netos e seus respectivos cônjuges. Festa restrita, mas de calor redobrado. E a alegria maior é, depois de tudo, avaliar o grau de empatia e saber que está em alta na família.