O FUTURO JÁ
COMEÇOU
A maior massa
populacional que a humanidade já produziu está aí em plena força, instintiva, o
que se pode dizer. São milhões de jovens cheios de disposição e audácia, prontos para agir. Mas em que direção
vai essa multidão, que caminha, ou se desencaminha, nesse mundo moderno, de
progresso científico e tecnológico, cheio de contradições, onde a força animal aparece
preponderante, aguardando redenção? O que os jovens podem esperar do país? Que
educação eles recebem dos pais? É o que resta indagar para que aquilatos o
futuro que nos aguarda.
Os jovens
estão sendo bem educados? Sabemos que para se alcançar um mundo mais justo,
mais feliz, há que seguir preceitos, ter certos cuidados. E mais que nunca
devemos estar atentos sobre o processo de
desenvolvimento das crianças e jovens, o que vai depender das famílias, das instituições,
do país, investir em educação, em primeiro lugar. O economista Gustavo Ioschpe observou
uma família de Xangai e viu o quanto ela se sacrifica pela educação dos filhos,
ao contrário da família brasileira que jamais está disposta a grandes
sacrifícios pela educação dos filhos, sacrifício que sem pestanejar faria para a
compra de uma geladeira, por exemplo. Quando a prioridade devia ser os filhos,
e não deixar que façam o que querem, por pura exibição, como se faz por aqui.
Valorizar as
crianças não quer dizer que pais e avós se sacrifiquem apenas para vê-las cheia
de si, como uns pequenos deuses, ou melhor, monstrinhos, tendo dificuldade na
convivência familiar, sem respeitar limites, sem cooperar com nada. A
cooperação que deve ter mão dupla. Nos
Estados Unidos, nação capitalista, desde o berço as crianças são incensadas,
sua autoestima, mesmo soberba, elevada aos píncaros, consequentemente, a dos próprios
pais. Ao contrário do que ocorre na China comunista, cujo foco é a
responsabilidade social, a começar do indivíduo para consigo mesmo, o que passa
de pais para filhos.
A educação ocidental,
moderna, criou um problema, que cresce a cada geração: a dos pequenos narcisistas,
que avançam em idade, mas não amadurecem. Com egos inflamados os jovens
americanos não aceitam críticas, se perdem em expectativas além das
possibilidades. E chegam a tal ponto de ficar sem rumo e achar que se não podem
ser o maioral, devem ser marginal. No Brasil acontece o mesmo problema. Em vez
de pessoas produtivas o que se vê é uma
geração que não sente motivação para seguir em frente, quase incapazes.
Triste
destino desse nosso mundo moderno, que tem possibilidade da melhor educação, do
mais promissor futuro para si e para legar a seus filhos, no entanto, todos a
si sentirem pouco felizes e realizados, constantemente insatisfação. Tudo por
conta da visão distorcida que adquiriram da realidade. Aprenderam que podem
tudo e não aceitam as limitações que lhe são impostas pela própria vida. Muito
menos são capazes de aprender com os
erros cometidos.
Sabemos, até
mesmo por intuição, que não se deve desmerecer os filhos, deixar de assisti-los.
Do mesmo modo, não é bom insuflar-lhe o ego em demasia, o que não garante o
sucesso deles, pode até mesmo atrapalhar seu desempenho. São atitudes
desastradas, que se costuma ter, às vezes inconscientemente. O melhor é criar
os jovens com disciplina, sem lhes negar a atenção necessária para que realizem
com tranquilidade suas potencialidades. A tentativa de recomeço ainda é a
grande chance que se apresenta às pessoas de tempos em tempos. Sendo assim, não
deixar que os jovens percam as esperanças, e que mantenham sempre amor pela vida.
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