OS HOLANDESES NO MARANHÃO
Av. dos Holandeses em São Luiz- Maranhão |
Apenas por
três anos (1641-44) os holandeses permaneceram na capital maranhense. Tempo
recorde, já que em Recife ficaram por mais de quinze anos. Da Nova Holanda
faziam parte o Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Ceará. Os batavos não perdiam tempo,
nem esforço, onde aportavam punham-se a trabalhar, construindo fortes, extraordinárias
galerias de escoamento de água, como as de S.Luis, e belas pontes, as da
capital pernambucana. Um povo acostumado a vencer intempéries da natureza na
terra natal, que a duras penas tomaram do mar. Ao contrário dos brasileiros que
viviam numa terra vasta e fértil, que não lhes causava grandes sustos.
Os novos
conquistadores estavam acostumados, inclusive, ao castigo do ordálio, provação
pela água, dado aos preguiçosos na Holanda. O condenado devia esvaziar a água
que caia sem parar dentro de um reservatório, se não o fizesse podia morrer
afogado. O laborioso e supersticioso povo holandês um exemplo de luta para
deter o monstro marinho ameaçador das águas, além das nações inimigas que
ameaçavam a liberdade da República. No nosso país essa cultura do trabalho
forçado ia fazer com que os neerlandeses exigissem esforço dobrado dos maranhenses,
descendentes de índios, um povo acostumado a deitar na rede e mandar a mulher
pescar o peixe nos piscosos rios, logo ali perto. Todavia, eram os silvícolas ferozes
guerreiros, sabiam lutar, e foi assim que ajudaram os portugueses a expulsar os
aldases protestantes das terras ludovicenses.
Fundada em nome
do rei da França, a capital maranhense dele recebeu o nome, e acaba de fazer
quatrocentos anos, a data festiva foi 8 setembro de 2012. Depois da expulsão
dos franceses fundadores, chegaram os holandeses. Quem era mesmo esse povo? Segundo
Simon Schama no seu livro “O Desconforto da Riqueza”, o gênio característico do
holandês é ser ao mesmo tempo comum e incompreensível. Para o escritor, o neerlandês
ideal do século XVII devia possuir as
virtudes de bravura e zelo. Só assim eles se sentiam merecedores da recompensa
de Deus, a riqueza alicerçada no
trabalho e vontade de perseverar na adversidade. Fartura e perigo andavam juntos, não podiam esquecer disso.
A virtude do
sacrifício patriótico, da incorruptibilidade e magnanimidade, que dizem estar presente na cultura
holandesa, não tocava muito o povo maranhense, católico na sua maioria, fruto
da miscigenação do branco, preto e índio, pouco disposto a lutas raciais, ou
outras quaisquer, além da sobrevivência, que ficava ameaçada com a intempestiva
ocupação. Rapidamente reuniram forças para expulsar esses hebreus redivivos, ou
estoicos batavos, sendo fundamental a participação dos índios, pois eles não
entendiam nada de trabalho forçado, tampouco de ordálio. Nem mesmo o sacrifício
redentor tocava alma indígena guerreira.
Teria sido então
a obsessão holandesa de purificação pelo ordálio o motivo por que esses
conquistadores foram tão rapidamente expulsos das terras maranhenses? Mas
os holandeses deixaram marcas no
imaginário da cidade, hoje homenageados com uma das principais avenidas da
cidade nova – a bela Avenida dos Holandeses
no bairro do Calhau. Outra importante via na nova S. Luís é a Avenida dos
Franceses. Dois inesquecíveis invasores.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirextremamente pessoal...
ResponderExcluirMUITO BOM,HOJE EM DIA TEM MUITA GENTE QUE NÃO SABE QUE FRANCESES E HOLANDESES ESTIVERAM NO MARANHÃO NO BRASIL COLONIAL
ResponderExcluir