As olimpíadas e o fator psicológico
Estamos ameaçados de
ter um desempenho pífio na Olimpíada de 2016, se forem levados em consideração
resultados anteriores. Segundo Carlos Nuzman, presidente do Comitê Olímpico
Brasileiro, a razão seria nossa fragilidade emocional, trememos diante do obstáculo.
Em outras palavras, somos covardes, e por conta disso acabamos caindo de bunda
no chão, ou desistimos de competir na hora do pulo para a vitória, quase certa,
alegando a força do vento, o mesmo que soprava para todas as competidoras. Acho
que somos irresponsáveis para com nós mesmos, em primeiro lugar. Afinal, para
que ir até o fim, para que nos dar a chance da vitória? Melhor desistir, que
avançar sobre o obstáculo para vencê-lo. Mas somos mestres em avançar sobre o
outro, gratuitamente, só para rir da cara dele. Por sinal o riso é o nosso
forte. Dizem que a prova da condição humana é o riso. Então somos o povo mais
humano do mundo, o que não deixa de ser um consolo. Parece que a seriedade nos
incomoda. Seria herança da ditadura que nos tolheu os passos, ou melhor,
reprimiu politicamente, nos infernizou individualmente até bem pouco tempo?
Será que nossa fragilidade
é apenas psicológica, ou é mesmo falta de caráter? Podem dizer que isso se deve
à colonização católica, portuguesa. Ou mesmo alguém sugerir a mistura de raças
como a causa da nossa felicidade, também, desdita. O mais certo é que falta
educação, cultura, amadurecimento, ao povo e a nosso país de apenas quinhentos
anos. Temos que correr contra o tempo. Agora, mais que nunca, com a copa e a
olimpíada chegando. Mas estamos mesmo é rindo atoa. Os atletas brasileiros como
o povo em geral se contenta por estar feliz vendo o país sediar tão importantes
eventos. Nesse sentido Nuzman é categórico: “Falta ambição pela
vitória”. Não resta dúvida que o Brasil rico pela natureza e abençoado por
Deus, tem um povo que gosta de sofrer, tanto quanto de ri atoa. Se
conseguimos chegar onde chegamos, seria o tal milagre brasileiro, é o que
se propaga, com ufanismo. Tenho impressão que os outros países a essa altura
estão zombando de nós.
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