A
MORTE É COISA SÉRIA
Encarar
a morte não é nada fácil, queremos ser eternos. Mas a ordem natural é nascer,
crescer, morrer. Temos nossos dias contados, até que a morte nos atinja. Felizes
comemoramos cada passagem de ano, o dia do nosso aniversário. Queremos viver, precisamos
viver, até que se esgotem todas as nossas possibilidades. E depois morrer, que seria
o destino final do ser humano, como de todas os outros seres animados ou inanimados.
O ciclo que se renova, para que a vida se perpetue, sempre igual e diferente, o sentido da morte. E quanto ao sentido da
vida é viver nessa ânsia de paz, amor e felicidade pode significar nosso desejo
de mais vida, como também da própria extinção, para transcendermos em direção a
uma outra vida. Almejamos a imortalidade, convictos que partimos para uma outra
vida depois da morte. Qual vida é essa há várias teorias. Enquanto a morte não
vem, viver da melhor maneira, cultivando a alegria, em primeiro lugar. Só estar
vivo compensa toda a dor que se possa
sentir, que a vida não é fácil, mas tem jeito da gente se sentir feliz, mesmo
com toda a dificuldade. Nada como um dia atrás do outro para nos fazer superar
as tristezas e encontrar a alegria de viver, surpreendentemente, dentro de nós
mesmos.
Nossa
evolução pré-estabelecida é de simples animal para um ser humano consciente da
própria vida e da morte. E a consciência que temos da vida para ser vivida,
basta nos mantermos no comando da nossa vida e da nossa morte, devia ser assim.
Como disse Freud, o normal é a pulsão da vida ser maior que a da morte. Suicidam-se
os que desprezam a vida. A morte prematura que também pode vir numa bala
perdida, numa artéria entupida, num desastre, ou por um motivo qualquer, fora
de propósito. A morte prematura, que faz o presente, o planejado
para o futuro, deixar de existir para quem morre. Mas o dia chega para todos
nós. Minha mãe aos 98 anos, o corpo, até
há pouco lépido e fagueiro, sofre imenso desgaste, sua mente rateia, situação de que ela lastimou certa ocasião, ao dizer que tinha tanto
por fazer e se via presa a uma cadeira de rodas. Ela está bem e certo que seus
filhos vão comemorar seu centenário, e ainda a terão por alguns anos. Mas penso
na orfandade, como se ainda fosse criança, primeira grande perda minha a avó, eu
já era mãe, e senti por meus filhos, como se eles me perdessem, tão jovens. Mas
a idade não conta, só a dor por uma vida que se vai, e o peso da ausência.
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