COMPOSTELA
Sair do conforto de casa
para uma viagem, seja curta ou longa, causa grande expectativa com o
previsível e também o imprevisível, fatos que acontecem, mesmo que a pessoa vá logo
ali. Mudar de endereço então é uma aventura daquelas. Em especial mudar para o exterior,
quando é preciso programar bem para o lugar onde ir e o que se quer fazer. Para
uma viagem a passeio a excursão é o aconselhável para os mais velhos, para não haver aperreios desnecessários com a bagagem e tudo o mais, seria o nosso caso. Mas acabo de chegar de uma agradável viagem com familiares, o tempo muito bem aproveitado, o programa é que foi meio cansativo, mas valeu apena.
Acho que já viajei o bastante, e posso
dizer sem medo de errar que minhas viagens, em especial as de mudanças,
construíram minha vida, e de alguma forma teriam afetado a mim mesma. Tem a
história de Kafka ao fim da vida, quando então encontrou uma menina numa praça chorando
a perda de sua boneca. O que fazer? Cérebro dos mais criativo, o escritor tratou
de resolver a questão da melhor maneira que sabia, escrevendo. Foram cartas de
consolo endereçadas àquela pequenina alma, a quem entregou-as em novos encontros.
Na primeira carta a boneca dizia para a menina: “Por favor não chore por mim,
parti numa viagem para ver o mundo”. Depois vieram as cartas da boneca narrando
suas peripécias mundo afora. Por fim a menina recebeu uma nova boneca com um
último bilhete: “Minhas viagens me transformaram”.
Embora seja acontecimento
auspicioso, as pessoas ficam estressadas nas viagens, mesmo a passeio, difícil
prever o que, ou quem vamos encontrar pelo caminho. Mas a vida é assim mesmo. Deixa pra lá os contratempos, que a vida é
bela e vale a pena viver e viajar, sempre bem acompanhados, para compartilhar a experiência de ver de perto o quanto foi construído de belo por nossos
antepassados. Nossa primeira viagem ao
exterior foi em 1976, de lá para cá o turismo avançou, como também avançaram as
melhorias para uma estadia mais confortável aos visitantes. Afinal, descobriram
a grana alta que os turistas trazem para o país. Na Europa, além do cenário, a
culinária promove experiências empolgantes, também algumas decepções no sentido
gustativo. O turismo dá trabalho e requer investimento, o Brasil precisando caprichar mais, se quer atrair visitantes. Penso na minha cidade natal, São Luís,
capital maranhense, com mais de quatrocentos anos, tão rica em tradição, com um
belo casario e sua especial diversidade cultural.
Lisboa e Porto, já conhecíamos, mas sempre tem coisa para ver e rever. Daí pegamos o carro para acompanhar a filha mais nova com o marido, que iam fazer o Caminho de Compostela como ciclistas. A outra filha guiando o veículo alugado em Porto, a estrada tortuosa, mas bem sinalizada e o asfalto como um tapete. Conhecer Santiago de Compostela na Semana Santa foi um privilégio, mesmo sem poder acompanhar todas as procissões, mas sentir de perto a beleza cultural da fé católica, que se perpetua. A cidade de encanto e organização invejáveis, suas ruas centenárias com os calçamentos impecáveis, prédios antiquíssimos tão bem conservados. Não esqueci da moça passando o pano nas paredes externas do prédio, quando já estava tudo limpíssimo dentro e fora do restaurante. Ver para crer. Acontecia uma dura disputa eleitoral na Espanha, finda no dia 28, um domingo chuvoso, com a vitória do extremista Sanchez vencendo o moderado Casado, com a entrada no Parlamento da extrema direita para ocupar 24 lugares.
Tudo se transforma em alegria numa viagem, um bom momento para os mais velhos, idem para os jovens, que vimos em revoadas pelas estradas e também pelas ruas de Compostela. E ainda a grata surpresa de ver crianças em boa quantidade passeando com seus pais pelas cidades europeias, quando falam que elas estão sumindo. Cinco dias em Sevilha, nada menos que isso para conhecer melhor seus encantos, e o contentamento com a breve excursão às cidades espanholas de Zahara, Ronda e Sietenihille expresso ao final do passeios por uma excursionista ao lado da companheira, ambas de maia idade: “Quanta coisa linda para a gente ver!” Hoje em dia as pessoas querem se divertir como nunca. O tempo ensolarada, mas ainda frio de início de primavera na Europa.
Tudo se transforma em alegria numa viagem, um bom momento para os mais velhos, idem para os jovens, que vimos em revoadas pelas estradas e também pelas ruas de Compostela. E ainda a grata surpresa de ver crianças em boa quantidade passeando com seus pais pelas cidades europeias, quando falam que elas estão sumindo. Cinco dias em Sevilha, nada menos que isso para conhecer melhor seus encantos, e o contentamento com a breve excursão às cidades espanholas de Zahara, Ronda e Sietenihille expresso ao final do passeios por uma excursionista ao lado da companheira, ambas de maia idade: “Quanta coisa linda para a gente ver!” Hoje em dia as pessoas querem se divertir como nunca. O tempo ensolarada, mas ainda frio de início de primavera na Europa.
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