UNAMUMO
E O BRASIL
Fim de semana, a família reunida
na casa dos pais, ou de um dos filhos, o almoço saboroso, recheado de comentários
ainda mais saborosos, se o assunto não for política, caso contrário o sabor
pode ser amargo, desde a bagunça reinante no mundo até a vida do povo
brasileiros, a quem falta tudo. Todos esperançosos com o governo do presidente
Bolsonaro, que está empenhado em cumprir as promessas de campanha, nesse ponto
e em tudo o mais diferente dos governos anteriores. Já estão no cafezinho, e a mãe,
blogueira, deu início à conversa:
— Um
artigo da revista de maior circulação no país narra o ocorrido na faculdade de
Salamanca, o articulista com a intenção de posicionar-se contra o presidente
Jair Bolsonaro, comparando-o com o general das hostes fascistas na Guerra Civil
Espanhola. Quem está atento ao que acontece no mundo sabe do embate que houve
entre o filósofo espanhol Miguel de Unamumo(1864-1936) com o general franquista
Millán-Astray. O filósofo espanhol, entre as minhas leituras de juventude, um defensor
ferrenho do legado espiritual da humanidade.
— Havia o comunismo ameaçando
uma república em total desequilíbrio, o resultado foi o que todos viram, a cruel
ditadura fascista na Espanha. Nada que se compare com Bolsonaro, que apoio em
tudo, inclusive na liberação de armas para a defesa pessoal, o que não
significa liberdade para matar, ameaçar quem pensa diferente. Coisa da
ideologia marxista.
O filho acabava de dar o seu aparte,
em seguida pediu que a mãe continuasse a falar, que ele gostava de ouvi-la, por
sua cultura e vivência, ela atualmente sempre atenta à mídia.
— O dia era 12 de outubro de
1936, dois anos antes de eu nascer, comemorava-se o descobrimento da América na
universidade de Salamanca, da qual Unamumo era reitor. Millán-Astray fez no
local seu discurso ameaçador no qual exaltava a vitória do fascismo e a subida
de Franco ao poder, como ditador. O filósofo corajosamente tomou a palavra para
dizer que era defensor da razão e do direito, contra os quais o fascismo se
batia, e mais, que ao general faltava “grandeza
espiritual”. Millán-Astray de pronto revidou com o brado: ”Abajo la inteligência!Viva la muerte”.
Falou a filha mais velha:
— E sabemos, que nada mais havia
a fazer, estava tristemente selado o destino de uma Nação, por décadas. Bem
diferente do atual presidente, eleito pela maioria do povo brasileiro. O presidente Jair Bolsonaro á a esperança do Brasil.
O pai, companheiro da mãe desde
os idos tempos, até aqui escutava atentamente a conversa, deu seu veredito:
— Não há dúvida que o fascismo
tomou conta da Espanha, o que também aconteceu em Portugal, com a ditadura de
Salazar, coisa do passado. Sobreviveram as palavras de Unamumo, sua coragem, ao
enfrentar as ameaças contra o espírito de uma nação combalida, que estava sendo
ferida em seus nobres ideais. Em Bolsonaro detecto o mesmo ideal elevado do
filósofo espanhol. E se houve conivência com os desmandos dos governos
anteriores, os eleitores fieis de Bolsonaro, a maioria da população, resolveram
ir às ruas protestar contra o poder do mal e defender democraticamente o país
das garras dos inimigos da nossa cultura cristã. E seja dado poder a quem
tem razão, e mais ainda, a quem possua grandeza espiritual.
O dia chega ao fim e a última palavra coube à mãe, antes que os filhos se despedissem, até o encontro do próximo domingo:
— O moderado Miguel Unamumo era
contra os extremismos políticos e anticlericais, convencido dos valores
universais da cultura espanhola, e dizia que Astray queria ver uma Espanha
mutilada. O filósofo era uma resistência à intrusão das ideologias, seja
marxista, seja fascista, ou outras tantas que se infiltram na vida intelectual
do ocidente.
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