RETROSPECTIVA II
Temos a sensação que encolhemos diante da realidade.
Podíamos estar engrandecidos e felizes pelas realizações, pelo progresso, e firmes
em nossas convicções, em nossas crenças, mas não é o que acontece. Vivemos no
mais formidável mundo que a mente pode criar, mas perdemos as esperanças nesse
mesmo mundo, que pouco nos alegra e até envergonha. Nossa felicidade está em
assistir televisão, acessar a internet e outras coisas mais que consumimos sem
parar. E damos graças por existir tudo isso para suprir o vazio em nossa vidas.
Deixamos de nos alegrar por nós mesmos, por tudo que somos.
Sombras do que poderiam ser como gente de verdade são esses
presos de Pedrinhas em S.Luis do Maranhão, prova até onde pode chegar o descaso
com a pessoa humana. A falta de autoridade, que não se faz presente. A lei e
justiça fica por conta dos criminosos, que desafiam a sociedade, matam e
estrupam, sem dó nem piedade. Completamente dominada a prisão é território livre da bandidagem. Ninguém de
fora pode chegar perto e os bandidos andam pelas redondezas fazendo desmandos,
comandando estupros pela cidade.
Finda-se o ano com muita água, as chuvas torrenciais que
caem sem parar em todo o território nacional, mantando gente, desabrigando a
população. Nunca as enchentes castigaram
tanto. Mexem com a atmosfera, agridem a
natureza e o resultado é o que se vê. As catástrofes naturais nunca foram de
tão grandes proporções. Além das catástrofes das usinas nucleares. Os
ambientalistas presos na Rússia por suas contestações pacíficas, soltos meses
depois, inclusive uma brasileira.
Os conflitos na Turquia, na Síria e no Egito, não cessam.
Mudam os regimes, mas continua a mentalidade belicosa de resolver as coisas de
forma radical. Para o Oriente Médio “não há paz que sempre dure nem bem que
nunca se acabe.” Era o que eu escutava dos mais velhos na infância, fatalistas,
mas eles conheciam bem o mundo e a natureza humana. O mal que acontece quando
não se busca o entendimento, quando se foge à razão, para resolver os problemas.
Sabemos o quanto a Igreja Católica foi massacrada nesses
últimos tempos, inclusive, pelo próprio clero, aqueles que deviam cumprir os
preceitos, dar exemplo de lealdade à Igreja. Religiosos que se deixam levar
pela vaidade e ganância. Como ajudar a igreja fazendo acordos espúrios para
ganhar mais dinheiro, aumentar os ganhos do banco do Vaticano? João Paulo II,
um santo, fazia sua catequese mundo afora, enquanto era traído. Como Jesus com
os as trinta moedas... Foi a conta de acontecer os escândalos. Prova de que a
Igreja também é humana. Veio Bento XVI, um intelectual, que escrevia sobre a doutrina
da fé, o que ele mais conhecia dessa vida, enquanto ao seu lado continuavam as
atrapalhadas com os finanças da Igreja e, dizem, outros graves pecados. Tanta
fofoca que fez o pontífice, avançado em idade, renunciar. Assume o papa
Francisco, que tratou de corrigir com energia as coisas erradas, para que ele
possa comandar a Igreja em paz e avançar nas mudanças que a Igreja necessita. Que Deus o abençoe!
Ninguém esquece o doloroso incêndio na boite Kiss em Santa
Maria no Rio Grande do Sul, no início do ano, causa de imensa consternação a
todos que acompanharam a tragédia no local ou pela TV. Duas centenas de jovens consumidos
pelas chamas, ou asfixiadas com o gás resultantes da queima de produtos
altamente inflamável que revestiam o ambiente, sem a devida fiscalização do
local. A saída dificultada, isso para a segurança do caixa, absurdo, crime.
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