SANTA MARIA
A Igreja Católica celebra no dia 8 de dezembro, a “Imaculada
Conceição”, a concepção divina, que leva esperança por um mundo melhor. O “sim”
de Maria, que deve ser também o nosso “sim” a seu Filho. Maria, abençoada por
Deus, e Jesus, o fruto bendito do seu ventre.
NELSON MANDELA
8 de dezembro
de 2013, faz três dias do falecimento de Nelson Mandela, aos neventa e cinco anos, e
grande é a comoção no mundo todo, que rememora o líder africano, pelo fim do
apartheid na África do Sul e pela consolidação da democracia no país. Mas há quem diga que Mandela era comunista e revolucionário, que pregava o uso de armas contra o regime de segregação racial. Acontece que ele não via outra saída à época, senão a revolta armada, quando os negros eram
massacrados pelo governo racista de segregação racial que durou de 1948 até
1994. Participou Mandela de ações violentas, militante do Congresso nacional
Africano (CNA), sendo preso em 1962, e por mais de vinte anos submetido a
trabalhos forçados, que minou sua saúde, a tuberculose adquirida na prisão. Comentam ainda que, ao ser libertado, Mandela
teria traído a causa dos negros ao fazer concessões aos brancos, minoria rica e
poderosa, de origem inglesa, de onde vem seu nome Nelson. O certo é que Mandela
nunca foi comunista, nem pacifista. Ao contrário de muitos dos seus conterrâneos,
Mandela teve oportunidade de estudar e sentir mais fundo as injustiças contra
as pessoas de sua raça, que, a princípio, ele só via como resolver através da
velha violência contra violência. A prisão teria sido uma espécie de descida
mais funda ao inferno.
Movimentos
aconteceram pela libertação de Mandela, como o conserto no Estádio de Wembley
na Inglaterra em 1992, ano em que ele saiu da prisão, outro homem. O mundo também
outro, tempo de grandes mudanças. O muro de Berlim caíra poucos meses antes da
libertação de Mandela. Daí para frente não havia como continuar com a
repressão, e o presidente De Klerk, do Partido Nacional, que havia instituído
universidades unicamente para brancos, de uma só canetada tirou o CNA da
clandestinidade, aboliu as leis racistas e libertou Mandela. A democracia, o campo
propício para a sementeira da paz e prosperidade, que Mandela tratou de
consolidar, eleito presidente logo depois de sair da prisão. Os africanos com
um futuro a conquistar. E como fazer isso sem destruir o que havia sido feito
até então pelos brancos colonizadores da África do Sul, responsáveis pelo
progresso do país? Algumas nações africanas foram radicais e se viram na pior miséria.
Mandela quis que fosse diferente na África do Sul, feito que lhe redeu o
respeito mundial e o prêmio Nobel. Emblemático o time de futebol que Mandela
formou, construído de brancos e negros, um time forte e vitorioso, assim com a
nação da qual era presidente eleito.
Na América do Norte Abrahan Lincoln havia usado a libertação dos negros
para acabar com a guerra entre o Norte mais pobre e o Sul rico e escravocrata. O
presidente americano viu que sem o trabalho dos negros não haveria a riqueza
acumulada pelos sulistas que teimavam em prosseguir com a guerra, impasse
criado pelos brancos. Assim como Na América a riqueza não se sustentava sem os
negros, na África do Sul os negros não sustentariam o progresso sem os brancos.
Mandela não quis pagar para ver a derrocada dos negros, da nação sob seu
comando. Afastou o sentimento de revanche, não quis se reeleger, afastando de
si a tentação de perpetuar-se no poder, como é costume acontecer com os heróis
nacionais africanos, que se tornam tiranos. Quando da instituição da “Comissão
da Verdade e Reconciliação”, constatou-se vítimas e algozes de ambos os lados. Todos
cientes do que havia acontecido para exorcizar os demônios da injustiça e
violências no país. Esse o motivo que deve ser dado a todas as comissões da
verdade. Para chorar a dor, mas também perdoar. Dar adeus ao passado de erro e
crueldade, e se possa caminhar em direção ao futuro. É a lição de
Mandela! Um ser humano de grande valor moral, exemplo que está sendo desprezado pelo atual presidente da África do Sul, que quer se perpetuar no poder, apesar
dos altos índices de criminalidade no país, e dos escândalos de corrupção em
seu governo. Por conta disso, o antigo partido de resistência, o CNA, pelo qual Mandela se
elegeu, vive hoje um tempo obscuro.
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