LER OU NÃO LER – EIS A QUESTÃO
Crucial questão: ler ou não ler. Se
queremos ter um país evoluído, rico de verdade temos que ler e muito, ficção, textos
científicos, econômicos, e tudo o mais que instrua e tenha consequência
positiva em nossa vida. Livros, revistas, tablete, internet, tantos os
instrumentos de leitura, mas é bom selecionar o que ler. Falo da boa leitura, quando
parte da população brasileira se vangloria de não ler um livro que seja durante
o ano, ou a vida toda, por achar desnecessário. Ler para que? Para ampliar a
mente, adquirir conhecimento, aprender a refletir, além do prazer que a leitura
proporciona. Necessidade que não se pode mais ignorar. O escritor e jornalista J.R.
Guzzo é radical: “Quem não lê um livro, nem uma frase com mais de 140
toques, e nunca escreve nada mais longo que isso, é vítima de analfabetismo –
voluntário, mas analfabeto do mesmo jeito”. Esse tipo de gente, conclui o comentarista
da Veja, pode ser uma unanimidade no que diz respeito aos negócios, ou uma
“celebridade”, ter mil amigos nas redes sociais, até mesmo chegar à presidente
da república, mas continua analfabeto, ou vítima voluntária do analfabetismo. E
temos o Tiririca, eleito para a câmara dos deputados em Brasília.
Existe em nosso país uma predisposição ao analfabetismo opcional, que as mentes se deixem ficar em estado bruto, os que não leem, sendo assim, incapazes de pensar, refletir sobre
o mundo que os cerca. Entre nós ainda há o costume de se fazer pouco caso dos que leem e
escrevem. Ler, sim, para buscar conhecimento – o que não significa mágica alguma. Quanto falta faz o estudo, em especial, a leitura para o brasileiro!
Desperdício de cérebros, quando o país podia estar forrado de gênios, mas nem um
Nobel que seja, nada, e sabemos da existência dessa plêiade de gente em muitos
lugares, até em países latino-americanos. É ou não é para sentirmos vergonha?
Desde priscas eras, nossos ancestrais cunhavam informações importantes para a
comunidade, até que surgiu o livro impresso, consequentemente a difusão do conhecimento entre nós, seres racionais, e nos tornamos cada vez mais inteligentes. O saber elevado a patamares estratosféricos. Não foi assim que chegamos à lua? Inaceitável,
pois, os atuais índices altíssimos de analfabetismo dos brasileiros, mais
triste ainda quando sabemos o quanto
está diminuída a capacidade mental dos que se dizem instruídos. E nada é feito de concreto
para sustar o avanço da ignorância, da burrice generalizada que assola a pátria
amada e mãe gentil. Devia mais é ser pátria exigente, contra o atraso a ela imposto,
onde se gasta muito dinheiro em educação, mal aplicado, os resultados aviltantes.
Barreiras foram derrubadas, mas caíram do
lado errado e e muita gente deixou de alçar voos mais altos, ficando tudo junto
e misturado na ignorância. O conhecimento requer esforço mental, e não se engane
quem pensa saber muita coisa, sem se debruçar nos livros, nos bons textos de
hoje e de sempre. Não poucos chegam a pensar no ilícito que é ler, a ponto de
deixarem vexados aqueles que têm boa formação por terem lido tantos livros,
aprendido outras línguas, pensam e escrevem, essa a realidade brasileira. É
preciso sustar o fluxo maligno da ignorância, desmascarar esses analfabetos funcionais.
Uma onda a varrer o país de norte a sul, de leste a oeste, contra a leitura, inclusive
professores. O que se ganha fomentando a ignorância? Doutores que matam seus pacientes,
empresários que têm como único ideal acumular riqueza, políticos corruptos, que
não ligam a mínima para a educação, pois gente burra, principalmente eleitores,
são facilmente manipuláveis. Ao contrário do que acontece lá fora, aqui paira uma
nuvem cinzenta de ignorância, até mesmo de preconceito contra o saber. Se não
houver resistência a que tal calamidade aconteça, nosso país não tardará a se
tornar ignorante por inteiro. Amanhã inicia a Copa de 2014, com a seleção
brasileira em campo, e devemos torcer por seus craques pelo talento e
dedicação ao seu ofício. Mas o Brasil não é só futebol, precisamos estar
preparados para o que vem depois – as eleições.
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