O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA
É do Brasil...il...il...il. Grita Galvão Bueno, ante um gol da seleção
brasileira. E virão muitos outros gritos do comentarista global, que ganha
uma montanha de dinheiro por suas apresentações. Grana não falta para o futebol, erguidos que foram esses estádios faraônicos para a Copa. Contra tais gastos aconteceram tardiamente os
protestos em todo o país. Sim, vai haver Copa, os brasileiros aos poucos começam
a se animar com a seleção dos melhores jogadores da face da terra, que vão
chutar a bola nos estádios mais espetaculares do planeta.
Preparemo-nos, todavia, para
acompanhar outro espetáculo, do lado de fora, as manifestações que vão
continuar, por mais saúde e educação, “nível Fifa”. A Fifa de antemão a grande
vencedora. Não vai ser pouca coisa tudo isso para se ver e torcer nos próximos
dias, o mundo a se curvar diante dos brasileiros, que contabilizam o prejuízo.
Agora só nos restando relaxar e gozar, como disse a senadora petista em outro
acontecimento? Menos, pois ainda vai haver muita gente fora dos estádios protestando,
principalmente contra a corrupção.
Se houver vitória, ou então derrota
em casa, o que não seria novidade, mas repetição do que aconteceu na Copa de
70, tanto faz, depois é só comemorar. Ou lastimar por outros cinquenta ou mais
anos. Sem grande entusiasmo, acho que a seleção do Felipão vai ser vitoriosa. E
quem sabe daí o povo, confiante e de moral elevada, tenha coragem de mudar a
política brasileira no voto? Ou o brasileiro vai ficar mais babaca ainda na
hora de votar? Tem a eleição pós-Copa, e se há craques no futebol porque na
política não pode acontecer o mesmo? Será que os brasileiros não merecem um
dirigente da nação que tenha o talento do treinador canarinho?
Fazer um time jogar para a
vitória, eis a questão a ser colocada para a escolha do próximo presidente. Os
políticos atuais a jogarem pelada no Congresso, o que deve acabar, se queremos
progredir. Falta ainda uma boa seleção de políticos, pois os eleitores não sabem
votar com o talento necessário para que se tenha um time de credibilidade e
respeito. E tem ainda o absurdo dos altos salários dos jogadores, mas que são
craques no seu ofício, enquanto os políticos que temos só merecem repúdio pela
incompetência e corrupção. O certo é que a melhor partida, o jogo definitivo, vai
ocorrer nas urnas, e não seja uma derrota para o Brasil. Ao contrário do
futebol, onde a vitória é quase certa. Os brasileiros costumam selecionar mal
seu time de políticos, depois se queixam das derrotas nesse campo.
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