Como viver Sem?
Televisão, celular, qual dos dois
faria mais falta, se o tempo presente sumisse e retornássemos ao passado? A
tecnologia hoje a fazer parte do cotidiano, imprescindível, a nos cercar de
conforto, a ponto de nos angustiar, essa a verdade. E não podemos deixar de
investir em mais e mais tecnologia que tanto facilita a vida moderna. Sobreviver
com ela, ou ficarmos perdido no tempo e no espaço, ligado que estamos,
literalmente, aos nossos aparelhos domésticos e de comunicação. O mundo ao
alcance dos nossos dedos, digitalizado. Lembro do início, quando aos poucos
fomos nos acostumando, até ficarmos tomados pela febre tecnológica. Primeiro
veio o rádio, depois o cinema, a televisão, o computador, coisas que não
pararam de evoluir. O telefone fixo evoluiu para o celular, aparelho que
acompanhamos os avanços, a cada dia maior sua sofisticação. A televisão, antes
uma caixa recheado de válvulas e um tubo de imagem, virou tela de Plasma, LCD,
LEG. Por último temos o SmartTV, até a próxima invenção. O computador gênero de
primeira necessidade.
Lembro do técnico que chamávamos mensalmente
para consertar nossa televisão Teleking. Queríamos prestigiar o produto nacional,
mas caímos em erro, passamos então para uma Telefunken, tecnologia alemã, ainda
em preto e branco. O móvel da nossa Philips colorida era um arraso, mas a tela pequena, com 28 polegadas, a maior na
época. Hoje temos uma GL em LCD, de 42 polegadas, já com 15 anos de uso sem
problemas. Mas a ambição é saltar para uma Smart TV, com tela ainda maior. Como
então falar mal da tecnologia, quando vemos o mundo através de uma tela, nos
conectamos pelo celular em qualquer lugar em que estejamos? No que diz respeito
aos bancos é aquela facilidade, sacar dinheiro no caixa eletrônico, onde se faz
toda sorte de transação. Postamos mensagens no computador e celular, que seguem céleres
ao seu destino, e-mails pela internet, em vez de escrever cartas que demoravam dias para
chegar.
Em meados do século passado a paciência
era uma virtude importante, útil, enquanto de uns tempos parta cá,
paradoxalmente, com tantas facilidades, não temos paciência alguma, vivemos
estressados. A vantagem que tínhamos: vida para viver, calma para ver e sentir
a existência. Havia tempo para tudo: ser criança, jovem, adulto, e envelhecer
tranquilamente. A tecnologia fez tudo ficar junto e misturado, fez a vida parecer
mais doce, mais fácil, mais feliz, conquanto os problemas fiquem tão mais
perto e piores, que quase não suportamos tanta proximidade. Sentiríamos falta
de tudo isso, televisão, computador, celular, se toda essa modernidade sumisse
de nossas vidas? Voltaríamos a nos acostumar com a simplicidade de um cotidiano,
com menos coisas a nos perturbar? O certo é que não poderíamos sobreviver sem
tecnologia na cidade grande, onde ela auxilia em tudo, e teria surgido da
necessidade de acomodar uma população crescente o mais confortável possível?
Quanto ás relações pais e filhos
moços e idosos, ao contrário do que publicou uma jovem senhora, uma jornalista, publicou na rede social, que ela gosta dos idosos frágeis, dóceis, humildes, mas que se tornaram petulantes, o caso da idosa que deixou o carrinho do supermercado na passagem, e ainda um idoso que no mesmo dia, a chamou de
garota e mandou sair da frente no estacionamento, coisa atípica, a
meu ver. O preconceito contra idosos, como qualquer outro, é repulsivo. Mas o
que sinto é uma moçada alegre e amigável, pelo menos uma boa parte, que tem o
cuidado e respeito pelos idosos, diferente da geração anterior em constante conflito,
nesse sentido um mundo melhor, mais justo. Vejo luz no fim do túnel, a
sociedade entrar numa boa fase, pelo menos no que diz respeito às relações
pais e filhos, moços e idosos, e já é um grande passo para um futuro mais feliz.
As pessoas hoje a se relacionarem de forma mais respeitosa, amorosa, na família
e com os demais membros da sociedade, com suas diferenças. A paz, o entendimento, impossível viver sem. Triste são os eternos conflitos entre nações, o caso entre palestinos, diga-se, o
Hamas, e israelenses, que vivem num purgatório de rivalidades e desentendimentos.