Hoje considerado discurso ingênuo aquele
que nos remete ao que é pacífico, doméstico, amoroso, da paz. O amor é tudo
isso, que se conquista com o espírito compromissado em ser feliz, o que seria,
em princípio, ausência de infelicidade, por uma vida confortável livre de
maiores tensões, discurso conservador, de direita. A paixão, ao contrário do
amor, é revolucionária, e nada mais compensador para o ser passional do que estar
apaixonado por alguém, ou mesmo alguma causa ou coisa. A tentação que é se
sentir vitorioso, poderoso, coisa dos tempos modernos. Provocador, esse
discurso de esquerda acende rivalidades, tensões, de quem compete até com a
própria sombra, e acaba por transgredir. Nem sempre temos de concordar com tudo. A busca sensata seria por uma
vida em que se possa gozar de bem-estar, contando com a segurança de ser quem
somos, e que os outros também assim procedam, dentro da ética, do comportamento
adequado ao convívio social. Típico da alma amorosa - santa, porque não? De
direita ou esquerda, sermos conscientes do nosso papel na família e na
sociedade em que vivemos. Simples assim.
Ter orgulho, não do muito que se tem em
termos materiais, mas por ser alguém digno de merecer a confiança daqueles que
nos amam, dos que convivem conosco. O bom conceito conquistado no meio em que
se vive é a maior riqueza, ou pouco mais que isso. Sem que valha a pena ter
preocupação com agradar quem quer que seja, apenas agir corretamente com
consciência do que se faz, ou deixa de fazer. Entender o quanto a sociedade consumista
é felina em criar toda sorte de armadilhas, democratiza coisas que não convém, e
desqualifica outras essenciais para as pessoas se manterem no prumo. A tal
mobilidade social, por exemplo, grande causadora de estresse, todos querendo
estar no topo, uma falácia, pois não há altas posições para todos, nem tampouco
riqueza. Todo mundo querendo ser ou parecer rico. No passado feio querer
aparentar o que não era, hoje querer é poder. Queixam-se os que não se
conformam com a falsidade, que permeia as relações sociais, mas existe, e não
precisamos ser por demais sinceros, ou rudes em nossas relações.
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