NINGUÉM IMAGINAVA...
O que aconteceu infelizmente deixou a seleção em choque,
aliás em choque ela já vinha, bem antes, a tendência que tem o brasileiro de ser
alternativo. É um complexo que existe, e a presidente Dilma diz que é complexo
de vira-lata. Acho que é complexo de alternativo. O caso da seleção brasileira
de futebol, constituída de jovens talentos, que atuam fora do país a peso de
ouro, tratados aqui, não como profissionais, mas como bons moços. Alardeado
pela TV o passado dos jogadores, que superaram as adversidades, venceram, são
bons para os familiares, etc, etc. O que tem mérito, não a intenção de que sejam dignos de piedade. Na convocação
de Luís Felipe Scolari parecia que tinha pesado menos a qualidade do futebol
desses profissionais, mesmo sabendo que iam para uma competição com estrangeiros,
alguns decididos, inclusive, a derrubar os adversários, o que fizeram covardemente
com os brasileiros e a conivência do juiz. Já era de se prever a tragédia
quando a seleção de Felipão, em prantos
convulsos, cantaram o hino nacional, não com devoção, mas comoção. Aliás os
hinos merecem, sim, choro e vela, do tanto que falam de inimigos para esmagar, que todos estejam prontos para morrer e não se
tema a própria morte. A Fifa fez por bem diminuir o tempo a eles dedicados, só
um pedaço bastou. O inglês fez breve homenagem à rainha.
Parece que começou no hino a tragédia
do nosso craque Neymar, que sofreu falta violenta, covarde, ele que parecia levar a seleção canarinho nas
costas. Canarinhos contra os leões holandeses? Isso se chegarmos à final, vamos
ver se chegamos lá. Mas continuando com as tragédias, logo na abertura da Copa,
Brasil e Croácia, houve o gol contra do lateral Marcelo, que havia chegado por
último na granja Comary, vindo de vitórias lá fora, mas fez aquele papelão
diante do seu país e do mundo que assistia em peso o jogo na Arena Itaquerão, em
São Paulo. Outro dos nossos craques, o capitão do time, Thiago Silva, tirou a bola dos pés do goleiro adversário em arremesso,
foi suspenso, depois não teve coragem de bater um penalt e sentou na grama
para chorar. Coisas que não deviam
acontecer, mas aconteceram, e a pior de todas, Neymar fora da Copa, o que ninguém imaginou,
nem Felipão, que não pensou numa possível substituição. Principalmente
ninguém imaginou a falta de maturidade da família Scolari, que apesar das aparências
não é tão jovem assim, quando a média é de 28 anos enquanto a seleção de 1970 era
de 24 anos.
Os jogadores brasileiros agora que
chegaram às semifinais devem estar cientes de que pela frente podem ter a Holanda
de Robben que eliminou a Espanha e quem mais esteve à sua frente, também do bonitão
Van Persie, candidato ao mais bonito da Copa, e nem por isso deixa de jogar, como
é seu dever, como fez Thiago Silva. Se vamos enfrentar
a Alemanha de Miller, todo empenho é pouco. Ou será a Argentina de Messie, outro
jogador que não vem fazendo o esperado, coisas da vida e dos esportes. O certo é
que quem vai ganhar a Copa estiver melhor, inclusive, psicologicamente. O astral de cada um e da
equipe toda, que deve estar alto. Quanta saudade de 1970, quanto tínhamos uma seleção
também de jovens, vistos como combatentes nos campos de futebol, e não com meninos
saídos da pobreza para a glória. E a glória veio para aquela seleção de alegres
canarinhos, de inigualável futebol. A vitória que poderá vir, mas
sem o mesmo brilho anterior. Falta raça e sobra violência e auto complacência. Só resta esperar que os craques brasileiros
tenham aprendido a lição, engulam o choro, e voltem a jogar com honestidade e
disposição de vencer, ou perder, com dignidade.
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