VIAJAR, MUDAR, FICAR
Parece um ato de abandono viajar, e
já na despedida vem aquele aperto, aquela estranha sensação de adeus, em vez do
até logo, dito de coração. E ao partir já querer voltar. Daí a hesitação em fazer
aquela viagem, ir em frente na
realização de algo sonhado ou imaginado. Por medo há quem nunca tenha realizado
nada a mais que o de sempre, nem arredado pé de onde fincou raízes. Mas como não somos árvores, às
vezes é preciso mudar. Mudar de lugar pode ser mudar de vida. Não
é como escolher o sabor de um sorvete, nem como premeditar um crime. Deixar
tudo para trás é para quem tem fôlego e segurança do que faz. Refazer a vida a cada passo nos leva longe
sem correr maiores perigos. As pessoas atualmente incentivadas a serem afoitas.
Tudo parece tão fácil! Rápida a locomoção através dos modernos meios
de transporte, acessível a todos, por terra, ar e mar. E ainda ficar conectado
o tempo todo. Inclusive morar fora do rincão natal, sonho de muitos. Desejo e coragem podem não faltar, e,
sim, discernimento para mudar de lugar, seguir rumo diferente do experimentado
até então. Certo que todos têm que enfrentar um dia os medos para alargar os
horizontes, e não seja um ato de covardia, fuga da realidade. As melhores
oportunidades podem estar diante de cada um, basta abraçá-las. Valorizar o que
se tem é decisivo para acertar o passo, chegar ao que se quer de verdade.
Aventuras todos podem encontrar nos
livros, em especial, as crianças. A leitura que enriquece a mente, sana os
medos, equilibra o ser. Tenho saudade do
tempo em que a decisão mais difícil para a criança era o menino escolher o livro
para ler, ou o time para jogar, e a menina do mesmo jeito ler e brincar de
casinha. As escolhas iguais para ambos os sexos, sem problema. O dilema hoje é querer
dar às crianças poder para elas fazerem escolhas para as quais não estão
habilitadas pela idade, por tudo, até mesmo decidirem qual sexo querem ter. O
pior dos mundo que a idiotice, essa trágica deficiência humana atual, quer
impor a todos.
As psicólogas Lulli Milman e Júlia
Milman, mãe e filha, em um artigo sobre
o livro que escreveram juntas, “A Vida com as Crianças”, apontam o erro que existe atualmente, crianças
que não podem mais dizer gosto e não gosto, sem causar confusão na cabeça dos
adultos, que entendem como se fosse “assertivas, opiniões irrevogáveis,
diretrizes”. Pura sandice, pois as decisão essenciais só podem ser tomadas em
pleno domínio de si, com plena consciência. Às crianças falta maturidade, assim
como também há adultos imaturos. E por falar em viagem costumam dizer que o
mundo é extensão da própria vida, uma viagem, que não para de acontecer. A viagem é segura, mas, cuidado, podem querer colocar uma droga em sua bagagem, ou algum maluco tentar desviar a nave da sua rota! Corremos riscos, sim!
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