O ANTIGO E O NOVO
DOCE LEMBRANÇA DA NOSSA ANTIGA CASA EM JOÃO PESSOA
Notórios
os avanços do século passado, que promoveram uma avalanche de mudanças nos
costumes, algumas boas, outras dignas de pesar. Já agora, no século XXI, estamos
pasmos com as novidades. Penso nesse nosso mundo atual tão venerado pelos moços,
que aos mais velhos é facultado julgar.
As
coisas hoje divididas em úteis e inúteis. Útil só o que se compra nas lojas e
supermercados. Considerada inútil, a fé míngua nos corações, que se ressentem da
falta. Também a esperança é classificada como inútil, quando se vive em função do aqui
e agora. E sem caridade o que reina é a pobreza de espírito.
Bens
que eram cultivados no passado estão sendo relegados, como se não tivessem mais
espaço no mundo. A moral, ferozmente desafiada, leva a sociedade a uma situação
doentia. E o quanto é ruim para o ser humano perder em essência. Certo que o
passado não era nem de longe perfeito, mas havia ali um esboço de nós mesmo
como seres humanos ideais, ainda que rudimentar.
Tragédia
das maiores é ficarmos de vez sem a consoladora fé, sem a catártica esperança,
sem o sentimento da caridade. Olharmos em torno e ver um vazio. Aperta o
coração despedir-nos da boa e antiga maneira de viver. A voz da atualidade a bradar
nos ouvidos: “Regozijemo-nos com o presente!” Quando na verdade vive-se um
tempo conturbado. Mas ainda dá para acreditar
em um mundo futuro despido dessa maldade, leal aos princípios humanos e cristãos.
Bom
imaginar o homem transbordando energia e significado, que confidenciará à mulher:
— Faço
o necessário para ser um homem de verdade. E você, minha amiga, quero parabenizá-la
pela mulher que se tornou. Continue a seguir adiante, valorizando sua
independência, preservando sua lucidez.
Por
sua vez, expõe a mulher sua interpretação sobre a figura á sua frente,
representativa da alma masculina:
—É como
o vejo, meu amigo, em sua graciosa mocidade; bom moço, na tentativa de se apresentar bem.
Mas deixe de fingir que tudo vai bem, ou achar que tudo vai mal. A vida não é
um mar de rosas, e nunca foi; frustração
aqui, decepção acolá, sempre vai acontecer,
não deixe que perturbem nossa vida.
Uma mocidade que ri e se diverte, parece que estão todos tremendamente alegres.
Contudo sentem-se constrangidos. Expressam seus sentimentos, para que morra o silêncio entre eles, o que é ainda mais constrangedor.
Palavras ditas com confiança calam fundo na alma, e possa a mocidade atual seguir em frente mais conscientes das suas posições.
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