VOO OUTONAL
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| CENTRO DA ILHA DE S. LUÍS |
Ela
estava decidida a enveredar pelas letras, escrever como forma criativa de
comunicação, também de recriação. Maria cria um blog para essa finalidade, onde também
ia registrar os acontecimentos. Um processo evolutivo interno que se transforma
em atividade exterior, não tão nova, uma vez que já experimentara há alguns
anos ao colaborar com a revista literária do marido.
Há
atividades especiais, se não fazem enriquecer, ajudam a crescer. Maria não
queria cair do pé de feijão, querendo subir na vida a qualquer custo. Ter discernimento, tudo no tempo e hora certa. Na primavera, época da floração, sentir a beleza da
vida; no verão, quando os corações se inflamam, aproveitar o sol para voar
alto; no inverno o tempo gela e a busca é por aquecimento. E quando as folhas
caem em renovação é época do voo outonal - menos inquieto.
Expor
ideias é arriscar a receber críticas, o que assusta, mas é certo que sem correr
algum risco nada acontece, e o quanto é bom fazer o que satisfaça o ego, normal
que seja assim. Não basta a mulher cuidar da casa, dedicar-se à família, e mesmo trabalhar
para o ganha-pão, e ainda enriquecer com isso. Também colocar para fora os demais talentos,
extravasar. E tudo seja claro, sem arrudeio, como diz o povo. E tenha sabedoria, sem ser rudela.
Nota:
Os termos arrudeio e rudela fazem parte do “dialeto” maranhense.
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