BONS E PUROS
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| VELHA S. LUÍS - MA |
Posso
dizer que éramos puros e bons, falo de um tempo passado, quando o cotidiano das
famílias era sem manifestações físicas de
carinho, sem beijos e abraços, sem as ofertas de coisas, como hoje em dia. As atitudes a refletirem o amor,
atenção, o cuidado dos pais para com os filhos, em todos os sentidos. Não nos faltava atenção em caso de doença, ou
qualquer problema que houvesse em casa, ou fora. Insuportável era não sentir-se
cuidado, nem receber a devida atenção. Mesmo que faltasse o que era ofertado no
comércio, sem os apelos de consumo da mídia. A alegria de viver era o mais importante.
O
sorriso a reinar na casa da Rua das
Hortas, sem queixas ou amarguras. O sol a surgir no firmamento para iluminar cada
despertar, que era um recomeçar na fé e esperança. Puros e bons, o que posso
dizer de nós, esperançosos jovens. A avó não precisava falar, sabíamos que ela
gostava de nós e desde que ficara viúva,
trabalhava na confecção dos seus docinhos para festas. Para nossa mãe estar
viva era o melhor de tudo, e a quem se queixasse da vida, ela dizia que “a pior
vida é melhor que a morte”.
Até hoje fico a pensar na fortaleza que
eram aquelas mulheres, e felizardos nós por tê-las. Não me lembro de ter sentido falta de nada,
nem desejado ter o que eu não pudesse, bastava as coisas que eu tinha. Mas havia quem mesmo possuindo
o que queria, e muito mais, e a invejar os outros. Gente maculada pela cobiça,
e o único prazer é ter, pouco preocupada em ser, certamente a quem falta o
principal, que é a união e o amor familiar, fraternal.

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