UMA NOVA RAINHA PARA A HOLANDA: MÁXIMA
A monarquia constitucional holandesa
acaba de coroar o rei Willem-Alexander dos Países Baixos, o que acontece tradicionalmente na Nieuwe Kerk, em
Amsterdam. Sua consorte nasceu longe da monarquia, do outro lado do mundo, na
Argentina, sob regime nada democrático e com parentes envolvidos nas ditaduras
de seu país, o que foi relegado. Máxima é economista, exercia um cargo importante quando conquistou o coração do príncipe que, além da inteligência e personalidade, foi seduzido por sua figura feminina de rara beleza. Não resta dúvida que ele tinha ambição quanto ao casamento, levar
para sua pátria uma mulher à altura daquelas que o precederam no trono por mais
de cem anos, as rainhas Guilhermina, Juliana, e sua mãe, Beatrix, que abdicou
em favor do filho. A rainha mãe mereceu elogios pelo reinado e posição que assumiu ao sair do palco em tempo de poder assistir a coroação do filho e ver sua eleita ser aclamada com
entusiasmo pelos súditos, orgulhosos do casal real. O novo rei tem por herança a coroa, mas a vocação de reinar parece ser de Máxima, acreditam seus ardorosos
fãs, que aplaudem essa figura feminina capacitada para ajudar o rei na função
de reinar.
A Holanda é um país radicalmente
liberal, democrática, que mantém a realeza, justamente para equilibrar tradição e progresso. Lembramos a figura do famoso artista flamengo, Vermeer, extraordinário
gênio do Século de Ouro da pintura holandesa. Refiro-me ao quadro “A Mulher da
Balança”, bela e serena figura feminina, que parece ter saído da tela para a
vida real. O azul das vestes da rainha Máxima na coroação, certamente teria agradado Vermeer, os vários tons de azul sempre
presente em suas pinturas. O rei Willem-Alexander parecia pouca à
vontade com o tradicional manto da coroação, enquanto a rainha confiante e confortável deslumbrava o
mundo. Nada foi por acaso o casamento, nem o cenário armado para a peça de propaganda
do reino holandês, papel que Máxima mostrou saber representar muito bem, o que importa para a
monarquia. A imagem que a família real holandesa exibe para o resto do mundo é de uma nação que chega ao século XXI esbanjando riqueza e segurança.
Vermeer, em suas pinturas do barroco alegórico, armou cenários para propaganda da excepcional Republica protestante holandesa, onde exibe mulheres para os
novos tempos, e fossem aquilatados os reais valores por elas representados. Deu destaque ao empreendedorismo comercial, e ao potencial feminino, tanto das princesas e damas da nobreza e burguesia, quanto das mulheres
do povo, todas dedicadas aos seus ofícios, no sentido de progresso individual e
social . O futuro veio confirmar a profecia do mestre da pintura, quanto ao
poder feminino na Holanda, cuja monarquia, menos excepcional e mais universal, foi instaurada no século XIX, como
agente de reunificação nacional após a ocupação napoleônica, contando com
rainhas de excepcionais qualidades. A Rainha Guilhermina enfrentou o exílio
durante a Segunda Guerra, lutando contra Hitler, o ditador nazista , que ela considerou “arqui-inimigo da humanidade”, declaração
dada a Winston Churchill.
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