A CIDADANIA NO SHOPPING CENTER
Em vez de restringir, acho que o
Shopping Center favorece a aproximação entre as classes sociais, que ali convivem
muito bem. Conviviam, pois querem acabar com a festa. Os shoppings, grandes e
pequenos, espalhados por toda parte. Sempre que lá estou, frequentadora assídua
que sou das suas livrarias e cinemas, observo que nunca em tempo algum
aconteceu uma aproximação tão efetiva, pobres e ricos felizes da vida por estarem
ali. A oportunidade de adquirir os bens que a civilização produz para o consumo.
No mínimo olhar, apreciar, se não puder comprar tudo o que vê. Onde a gente
aprende, inclusive, a ter limite, ou não, o que depende de cada um, com o seu
modo de ser, consumidores ávidos ou moderados, o que nem sempre diz respeito às
posses. A riqueza da nação que se mede por sua produção, cada vez maior, o que
se almejar. E quanto maior a produção mais baratos os produtos, que todos
querem ter direito a consumir. A moderna civilização do consumo, que bem ou mal
vai levando o barco. Mas a vida não é fácil; nunca foi, nem nunca será. Pelo
menos, que se tenha alegria de viver, esperança, boa vontade, sem medir as
pessoas pelo dinheiro que elas têm. Há milênios que a fé move a humanidade por
um ideal comum, de salvação da alma, de felicidade eterna. O ideal dos últimos
séculos - além da salvação da alma - é a terrena, que pede maior convivência humana,
condição para alcançar a paz e prosperidade. No século XVII, eram as feiras, onde rico e pobre se encontravam para vender e comprar. A produção e o comércio astúcia da
civilização capitalista, progressista, que culminou com os democráticos
shoppings. Que assim seja por muito e muito tempo. Difícil é
encontrar saída mais criativa para a convivência e o consumo que essa do Shopping.
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