"ROLEZINHOS"
A novidade
agora são os rolezinhos, jovens que se reúnem numa brincadeira, diversão
apenas, ou querem chamar atenção para algo que lhes falta e incomoda. Os
recentes que aconteceram em S. Paulo, com a garotada correndo para lá e para cá
nos shoppings, com o perigo da infiltração de marginais, prontos para tirarem
proveito da situação. Os comerciantes, pegos de surpresa, trataram de fechar as
portas dos seus estabelecimentos, para não correrem o risco de ter as mercadorias
destruídas, roubadas, vivem desse capital. Rolezinho a gente sempre fez. As
procissões religiosas, como lembram no Facebook, sair pelas ruas para
manifestar a fé que se tem, em vez da descrença, coisa moderna, do mundo que se
transformou e quer enlouquecer de vez.
Dar espaço à
garotada, mas também limite. Reprimir de forma violenta quando a coisa
transborda é erro fatal, piora a situação. Os jovens expressam-se do jeito que
sabem, e quando estão agitados é sinal que algo está errado; com eles, com o
mundo que os cerca, ou com os dois. Quem não sabe, não vê, não sente que as
coisas precisam melhorar? Na família, nas escolas, no trabalho. A sociedade que
marginaliza, ofende, afronta. Repensar as atitudes, os comportamentos, as
relações, é coisa para já. Antes tarde do que nunca. Na família, que haja mais
respeito e colaboração, mais amor. É
comum querer sempre levar vantagem, ter lucro de qualquer jeito, sem pensar no
próximo, na sociedade como um todo. Fala-se muito dos políticos brasileiros,
capciosos e cleptomaníacos.
Os exemplos
são péssimos para os jovens, que se veem desmotivados, sem esperança. Ninguém
lhes aponta um caminho que possam percorrer de forma a se sentirem de bem com eles
mesmos e com a sociedade. Pensam em entrar
para o jogo sujo, ou se lascar para toda a vida. Mas é bom que eles
saibam que não é bem assim. Se acreditam que vão se lascar de qualquer jeito, se
não querem fazer nada, partem para a ignorância, para baderna. Temos que dar
esperança aos jovens, que eles acreditem que vale a pena estudar, trabalhar,
amar e ser amado. Uma menininha de
quatro anos, de classe média alta, disse ao avô que a vida dela de criança era
muito chata, estava profundamente infeliz. Hoje as crianças têm pressa, não
querem esperar o tempo certo para fazer as coisas, e os pais prontos para ceder
à ansiedade dos filhos, que eles próprios, muitas vezes, são os responsáveis,
as crianças cedo metidas em aventuras, impróprias para sua idade. Um desastre!
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