A MORTE
Morrer
é inevitável, resta enfrentar esse destino, do qual ninguém
pode fugir, e sendo assim, viver um dia de cada vez, com suas dores e alegrias, até
mesmo o vazio, que tudo é merecimento, e nada mais. Lembrar sempre que temos
uma vida, que nos foi legada, com o dever de levar adiante o plano divino, que
está além do nossa compreensão. Aproveitar os momentos bons e superar os
difíceis, simples assim. Certo que tudo fica mais fácil, se não complicarmos as
coisas, tendo como resultado numa vida longa, e morrer igual passarinho, o ideal de
morte, do qual falava minha avó, ou seja, dormir, e não acordar, lá pelos cem
anos e mais. Pode isso? Sim, o que acontece com quem fez por merecer. E a Preta
Gil, que teve uma vida privilegiada, por seu nascimento, por seu incomparável
charme, viveu intensamente, e se foi a contragosto, lógico, que ninguém quer partir tão cedo, afinal estamos aqui nessa terra gostosa de viver. Partiu rodeada de fâs e amigos que conquistou com seu incondicional amor or todos, um imperdoável câncer. Lembro a professorinha amiga da minha mãe, que morreu aos 100 anos, antes cercada por alunos e gatos lá na pequenina São José de Ribamar, depois na capital aos cuidados de
parentes a ela apegados, e parecia sorrir
em seu último suspiro, a lembrar a bela moça, que fora um dia abandonada
pelo noivo, após anos de compromisso, ou de submissão. A Preta, pretinha, livre,
leve e solta, sua vontade sendo respeitada até o último momento, igual à outra,
mas que viveram e morreram em tempos diferentes. Deus as guarde sempre em seu regaço, que elas
merecem.
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