quarta-feira, 28 de julho de 2021

 


OLIMPÍADA 2021-TÓQUIO








SIMONE BILES - GINASTA AMERICANA 

"ÀS VEZES DESISTIR PODE FAZER BEM À SAÚDE"

DIZEM OS ESPECIALISTAS

terça-feira, 27 de julho de 2021

 




                         ESTRATÉGIA DA VITÓRIA

 

TÓQUIO 2021: RAISSA LEAL, 13 ANOS - PRATA NO SKATE


 

A vida nos impõe perdas, medos, alguns traumas, dos quais não há como escapar. É como se estivéssemos numa competição, inclusive, competindo com  nós mesmos. Digo isso porque no momento acontece a Olimpíada de Tóquio. Os atletas  conscientes da missão a que se propõem, preparados para competir com honestidade, e possam sair honrados dos embates.

Estratégias são adotadas pelos competidores. Certo que, ao final, todos vão sair vencedores, por estarem ali, em um momento especial de suas vidas. Assim acontece quando há consciência de que a vida é combate, e temos que estar preparados para as responsabilidades inerentes ao viver, cientes de ter uma missão a cumprir.  

A vida não é fácil, essa mesma vida que  dá possibilidade das escolhas, base da nossa segurança e liberdade. Fazer as escolhas certas, escolhas inteligentes. E mesmo que haja poucas opções, podemos seguir em frente se usarmos nosso potencial humano em benefício próprio. O espírito fortalecido na fé, na esperança e no amor.

O extraordinário potencial da consciência humana e da transcendência, que não  pode ser desperdiçado. Sempre — e mais ainda em grande dificuldade — ter uma vida interior. Boa estratégia para qualquer momento é abrigar-se no mundo interior. E não ter que se submeter ao que está fora da própria deliberação. Certo que na paz interior a vitória é certa, tudo vai se cumprir a contento.

A pior coisa é a prisão mental, que temos de evitar. Preparar a alma para a superação. O mal não nos pode afetar, se não quisermos.  No entorno a coisa pode não estar nada bem, mas é certo que, se cultivarmos nosso jardim interior, possibilitamos o encontro com o melhor de nós. E na posse de nós mesmos seguirmos em frente com segurança, na aceitação consciente do sofrimento e  alegria dos dias benfazejos.

Ser hábil para valorizar  a vida, que construímos passo a passo, com direção e sentido. Aceitar a dor, o desamparo. Principalmente  otimizar a confiança. E diante de alguma cilada se possa dizer com segurança: “O que vem de fora não me atinge”. Subir ao pódio com a alegria do dever cumprido.

 


quinta-feira, 22 de julho de 2021

 


                      PAIS E FILHOS

 

CENTRO HISTÓRICO S. LUÍS. MA- PRAÇA DEODORO

 

 

O sentido que tem a companhia dos filhos quando eles tornaram-se independentes, vivendo em suas próprias casas. E algum dia os pais vão sentir-se culpados por não terem estado mais perto, coladinhos a eles. Vão sentir uma espécie da lacuna em suas vidas, ao entenderem que nada substitui o tempo que deixaram de estar juntos daqueles que precisaram de atenção. Os almoços de domingo, as viagens, podem amenizar a perda dos momentos especiais que passaram e não voltam. Diante da angústia de uma mãe percebida por sua filha, que questionou:

—Mãe, preciso lhe falar, nem eu, nem meus irmãos nos vemos como vítimas. Pare de nos ver assim.

A mãe em desconforto tentou defender-se, quando sempre se viu como uma sobrevivente de  tempos difíceis. Quanto aos filhos, achava que podiam ter recebido maior atenção, e não teriam sofrido tanto com a correria de um mundo que mudava rapidamente e os pais junto com ele. Mudanças na família não faltaram: de cidade, de casa, e outras mais. Havia a expectativa de sucesso que caia sobre a cabeça de cada um em particular. Mas o papel da vítima e do opressor parecia não caber a essa mãe em relação aos seus filhos. Lógico que nem sempre a vida é um mar de rosas, o sol nem sempre brilha, e há dias de céu nublado, quando então a tristeza  pode tomar conta de tudo. Mas se essa mãe tivesse percebido o desespero da filha no passado podia ter amenizado sua dor ao lhe falar:

—Calma filha, calma, que tudo vai dar certo.

 

 

 

 


sábado, 10 de julho de 2021


    ficção  com base na realidade

                               MITOLOGIA PARA OS DIAS ATUAIS



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  •                  Mirtes chega à livraria para sua visita semanal, dá de cara com uma nova publicação da obra de Charles Dickens. Era fã do autor, que temia por sua pátria industrializada, as fábricas queimando carvão para fazer as máquinas funcionarem a todo vapor, os trabalhadores suarentos e sujos voltando para um lar, longe de ser o ideal. Pega o livro de capa dura, e dá de cara com Mercedes que não via há algum tempo, desde o início da pandemia. Juntas pesquisam aqui e ali as novidades editorias, depois sobem ao mezanino para tomar o cafezinho. Após pedirem a bebida que mais aquece os brasileiros no inverno, o dia gelado, 
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  •                      Mirtes expõe suas próprias preocupações:
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  •                 — A vida impõe necessidades ao homem, que não quer apenas lutar pela sobrevivência, mas ter condições de ir além, por prazer e bem estar. Quer gozar de perfeita saúde, alcançar a almejada prosperidade e muito mais. Na Inglaterra do século XIX, os habitantes do campo deslocam-se para as cidades, atraídos pelo trabalho diferenciado nas fábricas, e outras condições de vida. Formam legiões de trabalhadores, mão de obra necessária para os avanços do progresso em vários campos de atividade. No Brasil, tornam-se cidadãos de uma pátria que ainda lutava para alcançar o reconhecimento do mundo, um gigante adormecido. 
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  •                       Às palavras da amiga Mercedes acrescenta:
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  •                -- O homem prospera, e quão longe ele quer chegar. Quanto maior a ambição e mais trabalho, melhores serão as possibilidades de sucesso, sempre acompanhado de uma sobrecarga. Nas fábricas, a produção vai crescer assim como a população nas cidades, que passa a consumir em larga escala. O homem, levado à exaustão, vai exaurir a natureza provedora da matéria prima a ser transformada em bens de consumo. As escolhas subordinadas ao aqui e agora. Liberdade e prosperidade impostas, onde o assédio acontece. A mulher trabalhadora vítima de assédio sexual, da violação dos seus direitos. No mundo em que vivemos hoje é corriqueiro o chamado feminicídio. 
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  •                Mirtes nunca deixa de ir à estante onde se acham as obras sobre a Grécia e sua mitologia, por coincidência, abre um livro que trata do mito de Filometa. Naquela semana, em S. Luís, deu-se finalmente o julgamento do crime hediondo contra Mariana Costa. O assassino da jovem maranhense é condenado a 39 anos de prisão. Com o livro em mãos Mirtes fala para amiga:

  •                       — Reza o mito que Filomena é raptada e violentada pelo cunhado, que lhe cortou a língua para que não falasse, quando então ela trata de bordar em segredo sua história no pano, enviado à irmã para vingá-la do hediondo crime. Mas fora o mito, que oportunidade de vingança é dada às mulheres na atualidade, mortas pelos violadores? A bela e digna Mariana Costa teve sua casa invadida pelo cunhado, que a estuprou e tirou-lhe a vida. Um crime que abalou a cidade e sua irmã em particular, que diante de tão grande perda promoveu protestos na capital maranhense. 

  •                      Mesmo que sua irmã não possa ter Mariana de volta há o consolo da exemplar punição do criminoso:
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  •                        — E que nunca nos falte essa força da Lei — concluem as duas amigas. 

  •                        Na guerra de Troia, as troianas foram feitas escravas sexuais dos gregos, da mesma forma nos dias atuais, na guerra da Croácia, as sérvias foram estupradas. 

  •                         Uma pergunta que fica: Melhorou o mundo para as mulheres?