terça-feira, 27 de fevereiro de 2018





                         LEITURA





               Descansar não é só ficar sentado no sofá vendo televisão, ou dando uma boa soneca, no último caso é imprescindível, quando se está cansada. Uma boa leitura pode ser a escolha perfeita para os momentos de pausa do trabalho, ou do estudo, refrescar a mente, iluminar o espírito, distrai. Sair da rotina, viajar, não há como fazer sempre, mas basta abrir um livro e a viagem acontece, numa outra dimensão. Ler é investir em si mesmo.

Um tempo de leitura razoável pode livrar a pessoa de qualquer aflição, inclusive da solidão. Ler é a melhor opção para descansar, se divertir, mudar de ares. Escape, fuga, principalmente, um refresco para a mente, um bálsamo para a alma. Quem não gosta de ler não sabe o que perde. Quando a leitura é boa, não tem preço para o bem que faz. E se não gostar do livro escolhido, é só fechá-lo, e buscar outro na estante da biblioteca. Coisa mais prática não há de instrução e diversão  ao mesmo tempo.

Os primeiros escritos foram apenas registros, nada parecido com os textos que surgiram mais tarde, os poemas de Homero que obra mais fantástica, escrita há milhares de anos. A Bíblia considerado o livro mais importante do pensamento universal, até hoje é leitura insuperável. Os hebreus que escreveram os textos sagrados foram mais tarde considerados os povos mais inteligentes da história. Pudera, sabemos que quem lê não só alarga os horizontes, mas expande a mente, satisfaz a alma. Quando lemos projetamo-nos para fora do nosso espaço físico, para além do tempo, o que é um grande privilégio da espécie humana.          



                                                   


                                                               EXCELÊNCIA
                                                               

     
               
           Há quem ultrapassa o estabelecido como padrão, que vão além da obrigação, seja na família, no trabalho, com os amigos, pessoas admiradas pelo que fazem. Pródigas em se doar, excedem no bem que praticam. Ah, se o mundo contasse com mais pessoas assim, consideradas excelentes, por se dedicarem a um trabalho, a uma causa. E se  sabe de muita gente egoístas, que só se preocupam com o próprio bem e resolver seus problemas. E há as más que criam problemas. 
   
       Há que se buscar a excelência, ou seja, um patamar de vida elevado, no melhor sentido da palavra, em latim excellens, que significa elevação. Tanta gente que é chamada de excelência e não merecem o título. Enquanto pessoas há dignas de reverência. Todo mundo pode, sim, melhorar seu desempenho, mas é comum ninguém querer fazer nada, mesmo quando há necessidade de agir. Ficamos travados, achando melhor não interferir, outros que o façam por nós. E tem as interferências abusivas. Acontece, sim,  gente que só quer aparecer, e se mete em tudo. 

         Tem gente que acha difícil fazer a obrigação, quanto mais exceder as expectativas, um pouco que seja. Lógico que a ninguém é exigido que ultrapasse o limite do razoável, conforme estabelecido. Ultrapassar metas, bater record parece ser apenas para esportista,  atleta, como na recente Olimpíada de Inverno  em PieongChang, na Coréia do Sul. Uma beleza de competição, com a presença maior de países gelados, que se cobrem de neve no inverno e têm que aproveita. O Brasil compareceu com poucos atletas, de excelente qualidade. Record foram batidos, como sempre acontece, a capacidade humana quer superar seus limites. 

          Meu tio-avô em meados do século passado, antes se ser presidente de Banco, bateu  record na maquina de escrever, e ganhou um cobiçado prêmio.  Não precisa ser um recordista, basta elevar o desempenho, querer não apenas aumentar sua potencialidade física, mas no sentido de possibilidade humana de ser melhor como pessoa, os que vão mais longe. E deixam para trás  os acomodados, travados, que não costumam ir adiante. Excelência, elevação,  em todas as áreas. 

       Nos esportes, e em outros campos, com igual possibilidade de alcançar excelentes resultados e ganhar até o Nobel, áurea máxima. O literato, como qualquer outro em sua atividade só alcança um nível de excelência com muito treino e dedicação, escrevendo diariamente, lendo o máximo que pode. E mesmo aqueles pagos para servir os outros, os garçons, têm que superar as expectativas, o que atende melhor o cliente é primordial. As pessoas que mais crescem na vida são as capazes de ir em frente, se superar.  

Sua majestade  a Rainha Elizabeth II


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018






           
               LIVRE PARA MUDAR
            




         A talentosa cineasta Greta Gerwig é diretora e também roteirista de Lady Bird,  filme que tem cinco indicações  ao Oscar de 2018: melhor filme, direção, roteiro original, atriz e atriz coadjuvante. A trama é leve apesar dos problemas abordados, o cotidiano de uma família  na  periférica Sacramento, Califórnia, a protagonista é vivida pela excelente Saoirse Ronan, uma garota que busca se afirmar como individualidade, ao lado de uma mãe ansiosa e exigente, papel da veterana Laurie Metcalf. O pai é uma pessoa rara, aquele homem calmo e atencioso, que podia ser ideal se não fosse a falta de ambição, assistindo complacente as brigas de mãe e filha, uma relação tanto calorosa quanto dolorosa. A intempestiva filha Christine rejeita seu nome, quer ser chamada Lady Bird,  estudante que precisa trabalhar para ajudar nas despesa em casa. O pai de cabelos encanecidos acaba de perder o emprego, enquanto a mãe desdobra-se em dois empregos.

O roteiro agradou a Academia, certamente por focar na família, que vive hoje  momentos difíceis, em especial a classe média,  a americana principalmente, com frequentes tiroteios nas escolas. Com um esnobismo falso e cafona, Lady Bird quer fugir da realidade, com a qual não sabe lidar pela pouca idade. Mesmo não sendo um roteiro tão original quanto o do filme A Forma da Água, acredito que mereceu essa e as outras quatro indicações. Mexer com os brios da sociedade de hoje, com a educação em crise, sem que  ninguém entenda o que está realmente acontecendo com a juventude, já de algum tempo causando apreensão. A maior parte  da trama acontece no colégio onde a garota estuda, e também se relaciona. O colégio é católico, com freiras sorridentes e um padre bonachão, responsáveis pela disciplina, sem a rigidez de tempos atrás nas instituições religiosas de ensino, mas que ainda tenta preservar as virtudes cristãs de respeito, solidariedade, humildade, amizade.

            Christine, ou Lady Bird implica com tudo dentro de casa, até com os cabelos naturalmente crespo da moça afrodescendente, que mora com sua família, seus pais anfitriões também de um rapaz asiático. Diz que a moça com aquele cabelo não vai arranjar emprego, enquanto capricha na tinta rosa das seus madeixas, para chamar atenção. Conquanto a boa educação escolar e familiar seja o maior trunfo que há para a pessoa se dar bem, de verdade, na vida, alçar o tão almejado voo com segurança. E após um ano de expectativa, Christine é selecionada para ocupar uma vaga na faculdade, que concorreu escondida da mãe. O fato acirra os ânimos, a mãe deixa de falar com a filha, magoada com o segredo guardado com a ajuda do pai. Problemas com as pessoas em casa existem, e ninguém está isento de ser um problema, quando acha que não deve dar satisfação das suas ações, e pode merecer restrições no seu jeito de pensa. Não querer que ninguém mande em sua cabeça, e desprezar os argumentos e a opinião de pessoas abalizadas, os pais, por exemplo, não torna a pessoa livre. Liberdade é pensar e agir de forma firme e razoável, com possibilidade de mudar de ideiaNão ser tacanho e inflexível. Mas também não viver na prisão da opinião alheia, pois quem se preocupa em agradar ou desagradar, não consegue nem uma coisa nem outra. 

            O filme em apreciação mostra as falhas na educação dos jovens na pequena e tacanha Sacramento, como em qualquer outro lugar no mundo atual, de trajetória confusa, de pais sem autoridade, que se estressam de tanto trabalhar, não apenas para sustentar a família, mas satisfazer as exigências dos filhos. Já na faculdade Christine vai a uma festa na casa de um colega, a farra correndo solta, quando então ela lembra de perguntar se o rapaz que bebe ao seu lado acredita em Deus, a resposta é não. E antes de ir pra a cama com o dito cujo, passa mal, indo parar no hospital. Ao sair do atendimento médico, está só, desamparada, quando avista a cúpula de uma igreja perto, bela e imponente construção, uma fortaleza, o que mostra seu exterior à universitária, que para lá se dirige. Dentro do recinto a paz que transmite, e lhe toca fundo na alma o coro harmonioso de crianças e jovens que ali se apresentam. De imediato sente necessidade de telefonar para casa, para expressar sua gratidão pelo cuidado e amor incondicional que os pais lhe dedicam. Despertada naquela alma a virtude da gratidão pelo bem recebido, e também o desejo de pedir perdão e perdoar as faltas de atenção e respeito. 

                   Christine, que queria ser Lady Bird em Sacramento,  é chamada na Faculdade pelo nome que os pais lhe deram ao nascer, verdade registrada em cartório, de acordo com sua biologia, marcada na alma pelos ensinamentos familiares e religiosos. A família e a fé cristãs, tão dignas heranças, que dão aos filhos o melhor de si. Instituições que tem resistido às intempéries, e não se sabe até quando. A garota avoada da pequena cidade onde viveu seus primeiros tempos escolares queria mais que tudo ser livre para voar, ou seja, ter o próprio pensamento, ser dona de sua vida. tudo bem, mas foi  preciso que se afastasse para adquirir a consciência do valor da herança que tinha,  sua de direito, e não podia perder. Por precárias que sejam, não tem o que substitua a família e a igreja, que ensinam o valor do amor, dão sustentação na dor, servem de farol, luz no fim do túnel, fortaleza contra o mal, em suma, são portos seguros para atracar nossa frágil embarcação após a tempestade. Por tudo isso merecem amor e respeito. São instituições confiáveis, que amparam, iluminam os caminhos, ainda mais em um mundo louco, tenebroso, em que se vive hoje. Fica a seguinte pergunta: "O que podemos fazer em benefício da família e da igreja?"  O filme talvez não ganhe Oscar, mas merece as indicações recebidas.


LADY BIRD

 
blogueira coach

domingo, 18 de fevereiro de 2018




O COLO  DA MÃE - ESSENCIAL 





                  Tudo começou quando a psicologia passou a difundir suas ideias pouco ou nada ortodoxas, até mesmo nefastas, como a da mãe não dar colo os filhos e deixá-los chorar sem consolo. Falta de colo, o mesmo que falta de amor. Tanta rigidez acontecia justamente na época do baby boom, o que era, no mínimo, uma contradição. A amamentação substituída pelo leite industrializado, as mães orgulhosas da pirâmide de latas de leite em pó utilizadas por elas, enquanto o leite materno secava no seio, assim como o amor. Mulheres  que, em meado do século XX, foram levadas a parir  sem planejamento, e, ainda mais, que a maternidade fosse considerada uma obrigação para com a sociedade engajada no programa esquerdista de socialização. Os filhos “indesejados” deviam se acostumar com a dureza da vida, a começar pela falta de aconchego materno, muitas mães com trauma pós-parto. 
  
                A mesma psicologia que tirou os bebês do seio da mãe mudou de lado, e diz hoje que, dessa forma, sem colo e tudo o mais necessário à sua segurança e bem  estar, torna as pessoas inseguras, diga-se, pais e filhos. O mundo descuidado espiritualmente, e levado pela ambição material, essa a verdade, para quem não ama seus filhos, como é devido, por insegurança. Houve até uma geração “paz e amor”, um estrondoso grito de protesto à geração dos seus rígidos pais, numa anarquia total dos comportamentos. Hoje em total inversão dos valores. 

          A humanidade se fez desvalida, e tenta apoiar-se em ideias malucas, concepções espúrias. A ideologia do gênero, por exemplo, dá direito aos filhos de escolher o sexo que "querem" ter e não aquele com o qual a pessoa nasce. Os pais inseguros do seu papel de educadores colocam nas mãos dos filhos toda a responsabilidade de suas vidas, e ainda lhes fornecem uma parafernália tecnológica, em substituição do amor necessário para que eles e os filhos tenham uma vida plena. Que seres são esses? Os seres humanos o que devem é viver em lares onde haja amor verdadeiro, a começar pelo respeito ao direito do bebê ter o colo da mãe e a assistência amorosa do pai. É o que a sociedade deve promover em benefício do mundo para que ele volte a ser do Bem.



BLOGUEIRA  COACH

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018



texto revisto
                   NOSSO BONDE DA ESPERANÇA 




     Meado do século XX na velha S. Luís-Ma, de um passado áureo, que se desfazia numa afoita modernidade, enquanto seus jovens habitantes aguardavam o futuro. Havia fé inquebrantável na vida e plena confiança nos dias que viriam, sem grandes alterações.  Nada de melhor, nem pior, era pensado por aqueles jovens, que andavam no bonde Gonçalves Dias, um bonde da esperança, como podia ser chamado. Havia uma organização social hierarquizada, com Deus em primeiro lugar, depois os pais, e os demais componentes da hierarquia social. O pai de família sem temer o desemprego, tinha como sustentar os seus com dignidade. O bem sempre almejado. A maldade de Hitler e do nazismo para sempre derrotada, o que era deveras alvissareiro.

    Não havia como prever na década de 50 o que  a mente humana seria capaz de criar, o salto que seria dado em direção a um tempo, bem diferente do vivido até então, e por séculos. O progresso avassalador da tecnologia e os avanços da ciência aonde nos levariam? E se podia até preferir ver o tempo parar, não amadurecer, muito menos envelhecer. Mas não dá para ficar onde se está,  quer se queira, ou não, temos que avançar, mesmo com risco de perder algo para crescer e evoluir. É certo que nascemos potencialmente humanos, e temos de evoluir, no que falhamos algumas vezes. Falhar era um problema sério, o que hoje em dia não causa tanto constrangimento, pois errar é uma forma de aprendizado.  

    Tem gente que não arrisca nada, ou não precisa arriscar, e perder o que tem e lhe satisfaz, mesmo aquele emprego que frustra os sonhos. E se é um trabalho que assegura a tranquilidade futura, tudo bem. Mas tem que avaliar a situação, ter empenho, faz parte da vida. Não é questão de ambicionar o impossível, o que seria pior a emenda que o soneto. O melhor é se sentir realizado, sem precisar fazer coisas extraordinárias.  

      Certo que o mocinho sempre vence no fim do filme, livra cidade dos bandidos e salva as damas das mãos dos homens maus. Assim como acontece na vida real, por maiores que sejam os entraves o bom moço a todos supera. Bom parâmetro para verificar o estado evolutivo, mental e espiritual das pessoas é observá-las sem preconceito. Observo o bom moço a tantos anos ao meu lado, já não é tão moço assim, e admiro  suas vitórias, e mais ainda sua força interior, exemplar. E quanto aos jovens de hoje, que não andam mais de bonde, e em seus carros correm em busca de uma vida melhor, mesmo decepcionados com toda violência e a corrupção. O quanto seria bom se pudéssemos acreditar nos políticos, homens e mulheres na condução do nosso país, que eles um dia mereçam confiança. Saudosa estou do meu bonde da esperança, e aqui me vejo desconfiada do mundo motorizado, computadorizado, avançado, que não se sabe para onde vai!   




segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018







                                    O  CONCERTO







               No século XVII as mulheres já podiam ser apreciadas no exercício individual da leitura, da escrita e da música, como as retratou Vermeer de Delft.  A moça da viola, por exemplo, é uma nobre que ainda vivia no campo, enquanto nos grandes burgos medievais as mulheres da emergente classe burguesa passam a ter uma vida social e cultural ativa, para tanto desenvolvem pendores intelectuais e artísticos. No quadro O Concerto duas jovens da próspera burguesia  tomam aula de música com um mestre, ou um maestro, encarregado de ensiná-las. Ele está sentado de costas, o rosto oculto para quem de fora observa a lição, tendo à sua esquerda uma das moças ao piano, enquanto à sua direita outra moça canta, seguindo o que está no papel em suas mãos. 

             A  situação feminina tem expressiva mudança com a ida do campo para a cidade, quando a ala feminina passou a interagir mais efetivamente na sociedade. Apesar de aparentemente favorável a elas, o mundo não está para brincadeira, e duas telas penduradas na parede da sala de música dão sentido dúbio à cena  retratada por Vermeer, fazem contraponto com as damas. A vegetação escura, selvagem, ocupa a maior parte de uma das telas, e apenas um terço está em azul. A outra tela é um esboço de A Alcoviteira pintada por Dick van Baburen, que pertencia à sogra de Vermeer. Tem ainda uma paisagem campestre pintada no tampo do piano. O selvagem, obscuro, diz da fantasia teutônica, esboça a alma inquieta, como a do compositor Richard Wagner e sua música apoteótica, marco na época. Já o azul claro tem a ver com o mito de Orfeu. Para o orfismo o herói foi o primeiro homem a receber a revelação de certos mistérios divinos, e os teria transmitido a alguns iniciados sob a forma de poemas musicais. Os pungentes e harmoniosos cantos órficos, capazes de emocionar as divindades subterrâneas e iluminar as almas penadas.

         “O Orfeu”, de Cláudio Monteverdi (1607), foi a primeira obra lírica completa em teatros europeus, inspirada no mito de Orfeu. Já a apoteótica e extraordinária música de Wagner acabou por servir ao nazismo, que a utilizou como propaganda. Tragédia da decadência dos costumes, do declínio do amor e da moral no mundo moderno, previsto por Vermeer, ainda que o pintor aceitasse a modernidade e o progresso. Havia esperança de se poder sustar a barbárie através da fé e também da instrutiva arte barroca. Com o esforço de cada pessoa em particular e a capacidade da união para interagir no sentido da elevação da sociedade como um todo. A harmonia universal associada às mais nobres ações humanas, às melhores técnicas, aos sábios conceitos, em especial às artes, para enfrentar os percalços, amenizar as dores, até mesmo exorcizar os demônios, que teimam em infernizar a vida humana na modernidade. A descrença começou naquele século, naquele justo momento, conquanto nunca se tenha confiado tanto na capacidade do homem superar obstáculos e seguir em frente com o extraordinário milagre da vida humana na Terra.








sábado, 10 de fevereiro de 2018







                                          "MÃE, É HORA DE EU IR!"

                   
  

           Os filhos um dia vão sair de casa, eles têm que cuidar de suas vidas, e alguns partem cedo, vão estudar fora, outros querem ter seu próprio lar, casados, ou mesmo solteiros. "Mãe é hora de eu ir!" Diz a filha, não que seja uma ida sem volta, embora a saudade faça com que os pais pensem que vão perdê-los. No passado os filhos só partiam da casa paterna para constituir uma nova família, e mesmo casados havia os que ficavam morando com os pais. Depois veio a debandada, cada um cuidasse de ter sua casa, o que aconselhava o bom senso, corroborado pelos psicólogos. E se dizia: “Quem casa quer casa bem longe da casa onde se casa”. Época do pleno emprego. No presente momento os filhos estão deixando para partir o mais tarde possível, por impossibilidade de se manterem, ou sustentarem uma família, até  mesmo por comodismo.
                  
               Gustavo vai completar 27 anos, já tem curso superior, mas pela primeira vez deixa a casa dos pais, foi se especializar no exterior, na Austrália. Palmas para ele, que está seguro para viver tão longe. A avó sentiu um aperto no coração às vésperas da partida do neto, ao escutá-lo dizer para a tia ao se despedir: “Vou sentir saudade!..” Ela lembrou do pai dele que, aos dezessete anos de idade fez vestibular para agronomia em Lavras-MG e teve coragem de lá permanecer por quatro longos anos, e só vir em casa nas férias. O vazio que deixou com sua partida, filho único, com mais duas irmãs. Corajosa como o filho, a mãe respeitou sua iniciativa, confiante que tudo ia dar certo. Uma mãe que pergunta a si mesma certas horas: “Como pode uma mãe ficar longe do único filho?” Pode, sim, é a resposta. Conquanto um dia ele resida perto de sua casa...
                
            Anos 60, os boomers (pais do baby boom) cedo saiam de casa para trabalhar e logo casavam, o ideal era a família e os filhos. Hoje quem há de resistir à sedução de ficar comodamente em casa dos pais, duro é enfrentar a vida cedo demais. Independência e responsabilidade andam juntas. Louvável os pais que aceitam de bom grado o filho, ou filha, ficar longe de casa durante o longo período de estudo. Também vê-los casados, atentos aos passos que eles dão, seus avanços, e se sentirem em paz por isso. Em vez de tolher as iniciativas dos filhos, ter confiança que os eles seguem seu caminho, sem maiores entraves, só o que a vida cobra, nada além da conta. E ter a satisfação do dever cumprido. Confiar nos jovens a quem foi dada boa formação, como o rapaz que parte agora rumo ao futuro, e tudo vai dar certo, com a graça de Deus.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018




TEXTO REVISTO

                               PAZ DOS SEXOS

    



              

                 Nós, mulheres precisamos dos homens e o mundo precisa da ação masculina, assim como os homens precisam das mulheres e o mundo da colaboração ativa do feminino. Se há homens bons, maus e até péssimos, são as mulheres as responsáveis, que os criam e que vivem com eles. O casamento a melhor forma de união entre os sexos e de cooperação social. A sociedade com profundo interesse pelo casamento, promove uma cerimônia, civil e  religiosa, em que os convidados representam a aprovação dessa união, dando legitimidade ao desejo, cobrando o preço da fidelidade sexual dos cônjuges, bem como apoio moral e financeiro mútuo (nos moldes atuais em que ambos trabalham). Em especial, deve haver responsabilidade de ambos para com os filhos que o casal venha a ter.
                    
                O casamento no passado era uma mudança de radical e permanente de estado, mas aos avanço dos costumes veio o divórcio consensual, deixando margem para uma revisão do contrato social. Considerada sagrada, a união matrimonial deu possibilidade a novas uniões. Mas que não se considere um compromisso qualquer, do qual se foge sem maiores consequência, os filhos que se acomodem da melhor maneira possível com um, ou com o outro.
                     
           A união matrimonial não é uma simples coabitação que se possa desfaz ao primeiro conflito, ou ao mais simples dissabor, ou por nada.  Mas não se diga que falta paixão, quando a razão de viver é estar bem consigo mesmo,  e o matrimônio como evolução para um sentimento amoroso de alto poder emocional. O que desgasta a relação e faz as pessoas menos felizes é a insatisfação, e hoje em dia a tendência é sermos eternos insatisfeitos. Para tudo á cura, só não dá para a falta de amor.       
                     
            Mamães, eduquem bem seus filhos; mulheres, antes de tudo, sejam amigas dos homens, assim como os homens devem ser amigos das mulheres.






terça-feira, 6 de fevereiro de 2018





                           
                      VERGONHA PERDIDA

POSANDO PARA  A FAMA



Há o modismo da fama, quando vale qualquer coisa para aparecer, não necessariamente por um comportamento adequado, até melhor que fuja a qualquer padrão. Bem antes as pessoas queriam - mais que tudo - ter uma reputação ilibada, e uma mancha, por menor que fosse, era motivo de preocupação e dor. Depois as coisas afrouxaram, até que a vergonha se foi de vez. Hoje ninguém mais se preocupa em ter bom conceito, expressão que perdeu o sentido. 

             Por que não eu? É a pergunta que as pessoa se fazem, pois há o ditado que diz: “Cria fama e deita-te na cama”. E quão difícil é a notoriedade, em qualquer tempo, não sendo fácil criar uma vacina, ter uma visão ampla dos problemas sociais, inspiração, para informar as pessoas, ou coisa que o valha. Mas, com a massificação da fama, já não se precisa de um grande feito para conquistar um lugar entre os famosos. Assim como preservar a imagem não conta muito hoje em dia.

              No passado as exibições eram barradas com a dura expressão: “Cresça e apareça”. A antiga discrição deu lugar à exposição via satélite, um contingente de “sem noção” que aumenta a cada dia em sua militância. As mulheres não esquecem os brincos para falar com o repórter, mesmo na tragédia da perda do filho, vítima de bala perdida, como vimos há pouco. Sem brinco não dá para aparecer diante das câmeras, imita-se as midiáticas atrizes, apresentadoras, repórteres, que servem de modelo para a sociedade, em seus usos e costumes.
    
Coisas que seriam a marca da vergonha, passam a ser motivo de orgulho, os políticos exibirem seus crimes, como aqueles quatro em um restaurante de luxo em Paris, fotografados de um jeito indigno com guardanapos na cabeça. Todos eles pegos pela Lava Jato, um milagre que acontece também diante de nossos olhos cansados de ver tanta impunidade, e que sirva de lição para nosso mundo dito pós-moderno, que perdeu de todo a vergonha.

Não é para qualquer um fazer chover, ver e escutar diretamente a Virgem Maria, noivar com um príncipe de verdade. Ai de nós outros, que não temos uma grande história para contar, e só resta fazer aquela foto, ou self no celular, e mandar via satélite para os amigos e conhecidos das redes sociais. E se não ficar famoso, pode vir a prestar serviço de utilidade pública, ao flagrar pelo celular bandidos em suas atividades criminosas. E tem a câmera oportunista da TV que mostra aquele devedor, de cabelo bem cortado e barba escanhoada, a se queixar do atraso no salário, que o governo alega falta de dinheiro para pagar, mas foi parar no bolço dos ladrões dos cofres públicos.  




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018




                                

                                                        FEMINISMO



FEMINISMO NA DINAMARCA - 1915



Lutar pelos direitos das mulheres é coisa séria, o feminismo racional diferente do apregoado pelas feministas radicais, uma outra face do machismo, ou coisa pior, uma malévola e destrutiva intenção pós-moderna de desconstruir tudo de bom que foi construído pela humanidade a duras penas. A inclinação natural do ser humano é para o conservadorismo, pela preservação da espécie, e de tudo de bom e positivo que foi criado pelo espírito humano. Tanto ódio feminista trata-se de um a vingança contra o macho abusivo, para subir ao ringue a fêmea fatal, e sendo assim em vez de pacificação teremos uma guerra eterna entre os sexos, um retorno ao que há de pior em se tratando das relações entre os gêneros masculino e feminino. Esse feminismo é uma maneira equivocada de querer compensar injustiças e maus tratos contra a mulher, querendo igualá-la ao homem, o cruel opressor. Há irrevogáveis diferenças entre os dois sexos.

          Depois da liberdade sexual misógina, só poderia vir mesmo a tal “ideologia de gênero”, que trata o sexo como descartável, impossível que se possa a troca de gênero com o qual se nasce, masculino ou feminino,intensão maligna para desconstruir o feminino e a sociedade. Assim como a vida, a sexualidade é digna do maior respeito, e sabemos que a religião católica jamais tratou o sexo como uma “coisa abjeta”, como diz Marcia Tiburi, em seu livro Feminismo Em Comum, onde a autora promove o autofragelo feminino.  A igreja sempre conferiu dignidade e honra à união natural entre os sexos, pelo bem que promove à pessoa individualmente e da sociedade, e para isso que criou o sacramento do matrimônio. Um feminismo perverso quando associa o homem à ideia de violência, a exemplo da autora, que cita uma avó espancada pelo marido e também a mãe, que diz à filha ser “inviável pensar algo de bom do sexo”. 
           
Erro em cima de erro cometem as feministas radicais, e aonde fomos parar com tal estado de coisas!... Penso nas gerações passadas de mulheres bem antenadas com as mudanças que surgiam aos avanços da modernidade, trazendo as oportunidade de realização fora de casa, o que elas podiam aproveitar, se quisessem, ou fosse preciso. Penso em minha avó e tias-avós maternas, com as quais convivi bem de perto, também as parentas paternas, mulheres ativas e incentivadoras das gerações seguintes, mesmo que poucas tenham seguido uma profissão pública, a maioria optou por trabalhar em casa. Naturalmente feministas e racionais em suas ambições. Adotaram um feminismo equilibrado em respeito à feminilidade e a elas próprias. 

          As primeiras lutas das mulheres foi pelo direito ao voto, a maioria professoras, e as que se mantiveram longe do mercado de trabalho, mesmo quando foi possível, não há como condená-las, as maiores alegrias e também frustrações decorrem do próprio natureza humana. Maridos bons e ruins sempre houve e vai  haver, alguns péssimos, mas que elas acreditavam ter conserto, quando não, refaziam suas vidas, sem lamúrias, que envenenam  as gerações seguintes, como fazem as feministas em seu radicalismo. Boas pessoas criam um mundo melhor, onde quer que estejam. O conservadorismo reformador pode ajudar muito, a se pense bem no que fazer em defesa da mulher, vítima de uma revolução sexual misógina. É o movimento conservador que atua pelos gêneros masculino e feminino, para que  não se tornem vulnerabilizados e miserabilizados, inclusive, pela aberrante ideologia do gênero.



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018



                                       

                         ARGUMENTOS 
                         CONSERVADORES 




Século XVII, início da Era Moderna, os homens quase sempre longe de casa, ocupados com o comércio exterior, não raras vezes pirateando o mar. Tinham eles todas as oportunidades ao seu dispor, além da honra de serem heróis de guerra. Enquanto isso as mulheres aguardavam que chegassem, quando não os perdiam para sempre. A espera parecia uma eternidade, e elas se mantendo alheias, apartadas, irrelevantes para o progresso, que se delineava no horizonte. Por longo tempo foi assim, o feminino ausentes do extraordinários palco dos acontecimentos modernos, sem alcançá-las. Não é atoa que uma casa tome quase todo o quadro Rua de Delft de Jean de Vermeer, a fachada feita de tijolos, unidos por argamassa, sem polimento ou brilho, técnica já utilizada para dar realce e beleza ao visual, invenção dos romanos, mestres nas artes e ofícios, cujo ápice foi o Renascimento. Richard Sennet, autor do livro “O Artífice”, parece estar de olhos postos nesse quadro do artista de Delft, ao falar das qualidades do tijolo, que seria como a arte barroca, diante das aspirações de grandiosidade renascentista.  

              Indo mais atrás, em Jericó, primeira cidade a merecer esse nome, a humanidade estava ocupada na fabricação de tijolos, e na prática de uma fé rudimentar. A metáfora da casa para a situação de conforto e proteção das pessoas, mas que na tela de Vermeer tem aspecto decadente, de casa abandonada, ou até mesmo de casa assombrada, com os habitantes do lado de fora,  uma modernidade o pintor tratar do assunto. Pintor progressista e profético, além de precursor da arte moderna, quando, significativamente, pinta um simples borrão para representar as duas faces femininas. Individualidades nulas  em sua atividades domésticas,  enquanto um casal de jovens agachados na calçada, as cabeças baixas, escondendo o que fazem dos olhares de fora, ou do espectador do quadro.  Pelo que vê que deduz-se que há necessidade de reforma naquela casa, e o quanto era preciso o progresso atingisse aquelas pessoas.  A escuridão pode significar a fantasia teutônica dos povos eslavos, que daria passagem a Hitler e outros males, até mesmo o satanismo, que iria seduzir os atuais românticos e também os que hoje se intitulam pós-modernos. 
         
Extraordinária pintura holandesa do século XVII, que tem Jean de Vermeer como um dos seus mais brilhantes pintores. Protestante de nascimento, mas casado com uma católica e amigo dos seus vizinhos jesuítas, o artista de Delft pintou as mulheres da nobreza  e também as trabalhadoras e, em especial, a burguesia. Na recém-criada república holandesa da paz e prosperidade surgia a nova classe burguesa, mas que só viria se consolidar ao longo do século XVIII. Burguesas da classe média e baixa são  as mulheres à porta de suas casas, envoltas por um alo de retidão, com dois jovens brincando na calçada, em situação é precária. A alta burguesia igualava-se à nobreza, mulheres socialmente ativa, mas ainda sem o direito de sair de casa, sem uma profissão que as libertasse da dependência ao masculino, as oportunidade diferentes para mulheres e homens. Na lenda medieval João e Maria, o casal de irmãos são abandonados pelos pais na floresta e acabam na casa da bruxa. Na pintura de Vermeer o casal de jovens estão descuidados com a própria vida, quando deviam se levantar para ver o que a modernidade fará por eles, ou eles farão pelo mundo moderno.  No no cenário futuro nem tudo será progresso, razão, consciência religiosa, e no palco da vida sem objetividade e verdades universais, sem história, assomam as ditas "formiguinhas" comunistas, os fanáticos nazistas e suas atrocidades, os anarquistas, os terroristas islâmicos, e por aí vai. Tudo isso que surgiu à reboque dos avanços modernos, e concomitante retorno à barbárie, que não para de acontecer. 

             A modernidade com seu projeto libertador do homem, mas que sofre ainda mais com o obscurantismo. O absurdo que é o projeto pós-moderno de desconstrução da sociedade.  Em se tratando de um passado machista, aconteceu o que tinha de acontecer: o feminismo. As mulheres tornaram-se "empoderadas", ou seja, querem ser iguais aos homens, o que elas não são, por serem profundas as diferenças  e afinidades entre homens e mulheres. O desejo de transcendência inerente à nossa espécie, e a necessidade da religião. Maldita pós-modernidade, que flerta com o satanismo. Tantas crenças que há para desconstruir o mundo, e não é de estranhar que estejamos hoje vivendo esse calvário. Os pós-modernos ateus, nazistas, racistas, esquerdistas, feminista, e por aí vai, na sua crença da racionalização do irracional. O mundo economicamente e culturalmente rico, mas que se tornou desalmado, a oscilar entre o bem e o mal, a padecer na dúvida entre o certo e o errado. Mundo assombrado pela maldade, mais ainda a cada dia que passa. A ideologia de gênero, por exemplo, nada mais é que a desconstrução do feminino.

            Triste o que acontece no Brasil, mais de dois milhões de crianças fora da escola, e as autoridades, em sua maioria esquerdistas, alegando a impossibilitada de  incluir a todos, pela extensão territorial, o que não é toda a verdade. Falta políticas conscientes e adequadas às necessidades nacionais, para que muitos desses analfabetos quando deixem os rincões distantes, não se marginalizem e sejam presas fáceis para a miséria do trafico, que mata e morre, numa desconstrutora sociedade pós-moderna. O mundo descuidado é atraído pelo mundo que da tapa na cara. Resiste, todavia, a conservadora sociedade moderna, que  tem bons argumentos para a ordem e o progresso. E possam ser curadas as graves feridas que causam os problemas sociais.  Ainda há tempo de reagir ao desastre da desconstrução, e se optar pela conservação do Bem.

O MUNDO QUE MIMA É O MESMO QUE DÁ TAPA NA CARA!