domingo, 30 de janeiro de 2022

 


                                  GRANDE DESAFIO 




S. Luís - Ma


         Como livrar-se das preocupações, superar frustrações,  vencer medos?  As pressões que temos de administrar para que não resultem em dor física e psicológica, a ponto de comprometer nossa qualidade de vida e até causar graves doenças. Não deixar que nos façam pagar, que nos inflijam sacrifícios além da conta. Sermos boas pessoas, não significa que temos de ser os melhores em tudo, a  humildade pode  ajudar-nos a ver nossas limitações.

          Não temos obrigação de provar nada, a não ser nossa condição humana, que deve ser respeitada. Correr para não ficar de fora, aceitar tais e quais requisitos da vez, para não ser tido como ultrapassado. Coisa de quem não sabe ser inteligente de verdade. O maligno trama para fazer soçobrarem os ânimos dos que são bons, e só poderão atuar se tiverem tranquilidade para pensar e agir.  

         Certo que com esforço e perseverança tudo se alcança, ou não, a depender de alguns fatores. Chegar aonde a gente quer, ou aonde querem os outros? Cuidado para não se deflagrar a chamada síndrome de burn out, enfermidade assim nomeada devido a expressão em inglês to burn out (queimar por dentro, consumir-se). Quem a diagnosticou e nomeou no início dos anos 70 foi o psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger. Ele constatou em si mesmo e em seus colegas um estado doentio de cansaço  e  frustração, e acontecer uma estranha mutação: pessoas interessadas, atentas, transformaram-se no oposto, e chegaram ao estados de depressão aguda.  

       A chamada  síndrome do esgotamento atua negativamente em todos os órgãos. Não adianta o recolhimento nem buscar paliativos com atividades e mais atividades que acabam em frustração cada vez maior. Pensar sempre o que você pode fazer por si mesmo, sendo apenas você, pois a insatisfação consigo mesmo é o que há de pior para o psiquismo, o que nos diz o bom senso e a ciência confirma.  Uma mãe atenciosa diz para sua filha: “Contemple a beleza da natureza, sinta o perfume das flores e o carinho que eu tenho por você.” Pode ser o começo da cura de quem está em estado de depressão: sentir-se amado, e não cobrado. Certo que aprendemos a amar. 

         A importância que temos de dar a nossa saúde, ao nosso psíquico, e não aceitar cobranças, e tudo o mais, que nos afetem. Tomar cuidado! Diante de mim vejo a imagem de Nossa Senhora, seu rosto doce e sereno. Ter um rosto assim como na imagem divina, não é de todo impossível. Divino e humano ao mesmo tempo é o rosto da nossa Mãe divina, que aceitou o compromisso com Deus, pela salvação da humanidade. O que preencheu Sua vida certamente é a causa do semblante que admiramos na santa imagem. Eis a oração no reverso da impressão com a face divina:

           “Ó minha Mãe, eu me ofereço todo (a) Vós. E em prova da minha devoção para convosco eu vos consagro neste dia (nesta noite) meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração, todo o meu ser.  E porque assim sou vosso (a), ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como propriedade vossa. Amém.”     


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

 


                                       PÁTRIA MÃE


S. LUÍS - MA


 

                      A pátria brasileira, mais que gentil, é uma mãe verdadeira, que abriga uma gente formada pela mistura de raças e amálgama de culturas. Desde as primitivas crenças à espiritualidade cristã. Os primeiro habitantes formaram tribos e suas aldeias, depois surgiram os povoados dos brancos, por fim, as cidades, grandes e pequenas, sua gente com modo próprio de viver. E foram felizes para sempre.  É bem assim. Ou não?

            Certo que os índios, negros e brancos aqui vivem na santa paz, como deve ser? Os índios que não foram dizimados,  muitos  pereceram em lutas ferozes pela posse da terra, e os demais misturados aos brancos. Algumas nações indígenas permanecendo isolados, índios que nunca se deixaram escravizar. Já os negros que para cá vieram, sofreram séculos de escravidão, até obterem a justa liberdade, mesmo que tardia e falsa, por falta de respaldo à liberdade concedida pela Princesa Isabel, filha do nosso grande dom Pedro II.

               Os negros sofreram a escravidão, mas é uma raça venerada aqui através da devoção em Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Desde sempre com a humanidade nessa mistura de raças e de culturas,  e no nosso país, hoje, sua população dessa forma engendrada e feliz numa pátria amada. Nem mãe gentil, nem madrasta vil, mas pátria varonil, que educa seus filhos para a liberdade e a fraternidade. Principalmente, que vê seus filhos crescerem com respeito, o que todos devem ter para com seu país.  Respeito à natureza e ao bem comum, material e espiritual.

                  Nos Estados Unidos os negros prosperaram até elegerem um Presidente. Aqui tivemos há pouco tempo o presidente do STF Joaquim Barbosa. Quanto a essa igualdade, que se propala, só na força bruta, e a humanidade já experimentou desse veneno com o comunismo. O que o Brasil precisa, antes de tudo, é de mudança de mentalidade de todos,  principalmente, que o povo deixe de pensar no "venha a nós, e ao vosso reino nada”. Longe da mentalidade de querer gozar as delícias da vida no desperdício, sem contribuir com mais estudo e trabalho, com mais amor ao seu torrão natal. 

                  E aprenda o povo brasileiro a votar, e a não se levar por promessas vãs.



 

 




segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

 


                  O HOMEM QUE CONTEMPLA

                                                Fernando Pessoa

 

Vejo que as tempestades vêm aí

pelas árvores que, à medida que os dias se tornam mornos,

batem na minhas janelas assustadas

e ouço as distâncias  dizerem coisas

que não sei suportar sem um amigo,

que não sei amar sem uma irmã.

 

E a tempestade rodopia, e transforma tudo,

atravessa  a floresta e o tempo

e tudo parece sem idade:

a paisagem, como um verso de saltério,

e pujança, ardor, eternidade.

 

Que pequeno é aquilo contra a qual lutamos,

como é imenso o que contra nós luta;

se nos deixássemos, como fazem as coisas,

assaltar assim pela grande tempestade —

chegaríamos longe e seríamos anônimos.

 

 

S. luís - Ma

 

 

 


domingo, 23 de janeiro de 2022

SCANDALO AL SOLE


ELZA 




                           Unanimidade como artista e especial pessoa, talento que ultrapassou sua própria vida sofrida, e de tal forma se multiplicou Elza Soares, que se tornou ícone maior da cultura popular brasileira, sempre prestigiada. Que bom que ela sentiu isso até o fim. 
 

                     


                                  Há 90 anos Einstein convidou Freud para um debate contra a guerra. Mas o gênio da psicanálise via os conflitos armados como a extensão do próprio homem, sua natureza racional, que não deixa de ser  destrutiva, devido à irracionalidade, que também lhe é própria.  

                         Imprescindível a constante ajuda da ciência e da religião para que se tenha um mundo mais pacíficos. Os embates sejam a nível compatível com a mente racional aliada à alma em elevação. Palavras da santidade: "A alma que se eleva eleva o mundo"  




terça-feira, 18 de janeiro de 2022

 


                                                                     ARTE

Museu Convento das Mercês - S. luís - ma

             A consciência religiosa existe e existirá sempre, própria da natureza humana, presente na arte. O conteúdo da arte deve ser assim avaliado.  Opiniões contrárias, distorcidas, escondem a frustração da alma desconectada da realidade. O real sentido da vida contido no cristianismo, indicador do caminho  a seguir

        O progresso sempre esteve à cargo da religião,  e não das mentes indiferentes ao bem maior da humanidade, que é o bem espiritual. A arte cristã, com seus cultos, hinos, imagens, procissões expressam sentimento de união entre as pessoas, não a arte da hostilidade, que separa as pessoas.

       A religião como fio condutor de uma energia positiva para a formação pessoal e da coletividade. A consciência religiosa como medida  para avaliar  a arte, os fenômenos  culturais,  tendo em vista a fraternidade universal. A percepção expressa na magnânima magnitude da arte sem nacionalidade, que une, através da palavra, da pintura, principalmente da música.  

       A extraordinária música de Bach, por ser religiosa, é de riqueza melodiosa e valor em muito superior à obra nacionalista de Wagner.  Mesmo que existam grandes obras, como as  de Dickens,  Cervantes, seus conteúdos, todavia, são dirigidos às pessoas  de um determinado meio social, dizem respeito a um tempo preciso. Enquanto a história bíblica de José e seus irmãos, por exemplo, é atemporal, universal.

      O pior de não reconhecer Deus é colocar em seu lugar algo que vem a ser o Seu oposto, o caso do satânico nacionalismo e o cruel materialismo.


domingo, 16 de janeiro de 2022

                                                                        

                                                                 RAÍZES 

PRAÇA DEODOR. Também conhecida como PRAÇA DO PANTEON

 Andar de bonde era uma maravilha, assim como dar voltas de bicicleta em torno do imponente edifício da praça Deodoro, a Biblioteca Benedito Leite, a poucos passos da minha casa. A bicicleta emprestada da minha colega-amiga, futura médica, competente para dar nome a hospital em S. Luís. Vendo a biblioteca, minha intenção era ler todas os livro ali guardadas. Teria tempo? Devia apressar-me. Mas o importante é ler durante a vida bons autores e relê-los. A residência da família sempre em local nobre e perto da Igreja dos Remédios. A morada-inteira ficava em frente à encantadora Praça Odorico Mendes, onde eu nasci,  pela mão da parteira Celeste. Depois fomos morar na meia-morada,  perto do lar antigo. A mudança de endereço por conveniência, e de acordo com os novos tempos, que se devia tirar proveito do saber dos livros, que recebiam em São Luís especial abrigo. Do jardim de casa eu observara a formação dos alicerces do prédio dedicado à lavra das letras, que ao surgir parecia um bolo-de-noiva, daí seu apelido, o estilo neoclássico a se harmonizar com o belo casario imperial, revestidos de azulejos portugueses, eleito em 1959 Monumento Universal de Arquitetura e Urbanismo.

 Ter treze anos não é o mesmo que ter onze, doze, a vida quase uma miragem. As aspirações começam a se manifestar, e o amor chegando ao coração. Laila de olho em Deusdete, desde que o avistou no cinema. Seu amigo Vicente a impressionar-me por suas leituras em inglês e francês. Mas longe ainda os namoros de verdade.  Da rua vinha aquele cheiro de chão molhado das tardes de chuva, quando então eu ficava a cismar vendo a água cair das telhas. Lia e relia Louisa May Alcott, autora preferida da minha juventude, após o encantamento da infância com Monteiro Lobato. Da autora americana meu avô trouxe de Portugal os dois primorosos volumes de capa vermelha, para minha mãe habituar-se na leitura o que ela me disse ao passar-me o presente dos dois volumes: As Quatro Raparigas e Alguns Anos Depois. Obras atualmente conhecidas como Mulherzinhas, sobre quatro irmãs em seus anseios. Jô, a menina intelectualmente  talentosa, quer ser um menino, certamente por conta do desprezo ao talento feminino na época; a doce Guida, desde cedo com o dom de ensinar, até casar-se com um homem de caráter, por ela mesma escolhido para fazê-la esposa e mãe, ideal abraçado de coração; May, a criança voluntariosa, que se casa com amigo de infância Lourenço, capaz de lhe satisfazer a ambição, menos  de sucesso artístico, por lhe faltar talento, o que ela tinha de sobra para brilhar em sociedade. No meio da narrativa a fatalidade da morte prematura de Beth, o anjo da família, silenciosamente chegando o sentimento de devoção e caridade presentes na jovem em confronto com suas irmãs que crescem lépidas e fagueiras, desejosas de sucesso pessoal. Quem mais admira Beth é a irmã Jô – o seu oposto – espírito inquieto, que recusa Lourenço, um par perfeito, não para ela,  que se casa mais tarde com o professor alemão Baher, filho do prático e resoluto país racionalista.

 Da infância guardo ainda na minha estante a preciosa herança dos três livros da Condessa de Ségur: Os Desastres de Sofia, As Meninas Exemplares e As Férias. Imaginava o quanto adoraria ser como Camila, ou Madalena, ou  Margarida, metáforas das virtudes teologais católicas: a fé, a esperança e a caridade. Menos exemplar era a menina Sofia, eu a temer ser parecida com essa personagem desastrada, que  coloca a boneca de cera – presente do seu querido pai – para aquecer ao sol, e tem os pés derretidos. A mente humana criativa, mas infantil, que não observa seus limites. Trágica personagem, que procede como mitológico Pégaso, no seu desejo de alcançar o sol com asas de cera, mas que se desfazem ao calor do astro rei. A certa altura Sofia parte do interior da França com os pais para residir na América, tendo como companhia o primo  Paulo e sua devota família. Sofrem naufrágio, a mãe de Sofia morre,  sobrevivendo ela e o pai.  No novo mundo, Sofia não tem mais notícias de Paulo, e acontece o casamento do viúvo com a malvada Fichini (a feitiçaria no novo mundo), que ao morrer, deixa a menina sob a tutela da madrasta, ao lado de quem Sofia vai sofrer toda sorte de desditas, até que retorna à Europa, ou às origens.

 Ao ler José de Alencar, autor do Tronco do Ipê, fiz o paralelo entre a bondade do pai Benedito e a maldade da Fichini. O escravo, guardião dos segredos da fazenda Boqueirão, era a imagem do “feiticeiro bom”, sob as bênçãos de quem Alice se casa com Mário. O naturalismo do ator brasileiro aponta o bem presente na natureza, enquanto o mal estaria mais perto do homem civilizado, como o barão, de origem europeia, pai da moça, contra o enlace. Já na narrativa da Condessa de Sègur,  Sofia retorna à Europa, para se casar com outro amigo de infância, o civilizado João de Rugès, que lhe trará paz à alma inquieta, ou a cultura europeia greco-romana em suas conquistas além-mar. O Novo Mundo, todavia, virtuoso em sua inocência. Cito Nazária, nascida na lei do “ventre livre”, que acompanhou o tranquilo sucesso financeiro de uma família de imigrantes portugueses, assim como seu elegante empobrecimento. Minha raiz fincada no Brasil para sempre, gratidão que devo os meus avós. 

Para a avó que me criou ser grata tinha essência de civilidade e de obrigação.

 

 

 


GIGLIOLA CINQUETTI: "QUÉ TIEMPO TAN FELIZ" Grandes éxitos en Español 196...

1973 - QUEM LEMBRA DESSA MARAVILHA?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Alexander Malofeev - Backstage with Alondra de la Parra "He's one of a K...

 



                                                               COMUNHÃO

 

S. LUIS - MA


Os católicos recebem em comunhão a hóstia consagrada na missa, ritual milenar da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Antes do sacrifício na Cruz, aconteceu a última Ceia com a oferta do pão e o vinho e o pedido para que os apóstolos fizessem o mesmo em Sua memória. Milagre da fé. Não é um simples "roteiro teatral", como diz Fernando Morais, em seu livro “Compaixão”. Nem se trata de um “rito de controle”, e que o bom é ficar  “livre emocionalmente do outro e em total liberdade”. A religião pode ser uma “tutoria”, mas no sentido de pertencimento. 

O caminho da esperança que temos de seguir na compassiva compreensão do mundo e do outro, na comunhão com Deus. E com fé se reaja às ideologias criadas por mentes, essas sim, fraudadoras. Responsabilidade tem cada um de nós, que somos parte dessa magnífica formação rochosa que é a Igreja. Cuidar para que nosso bem maior não sofra abalos, que comprometam sua estrutura. Observar cada fresta, construir barreiras de defesa. O mundo a desmoronar com as intempéries, cada vez mais destrutivas e frequentes. Compete a nós, católicos, não deixarmos que se perca a coesão interna, que faça nossa Fé colapsar e sermos levados de roldão. 

A natureza nos premia com a capacidade mental, que se amplia á medida que envelhecemos. Quanto mais velhos em idade mais experiências vividas, base do nosso saber, é a regra. Estar em alerta para que a cada dia de vida seja de bom aprendizado. Conquanto o sofrimento nos possa ensinar, a alegria é o sinal específico que nossa promessa de vida foi alcançada. Alegria genuína, não o arremedo das últimas décadas, com esse avalanche tecnológico que impacta o cotidiano e nos escraviza. 

Impactante a diferença atual entre nosso tempo cronológico e o social. Hoje a envelhecermos diante dos aparelhos de comunicação virtual, diuturnamente conectados. As alegrias e dissabores são de crianças mimadas e nada mais, velhos que não amadurecem. Curtimos, compartilhamos, copiamos, colamos, em busca do elo perdido da própria humanidade, e o que fazemos é afrontar cada vez mais nossa natureza com uma cruel indiferença. Sem a noção do respeito e solidariedade, valores inexoráveis para uma vida real de comunhão.

Envelhecer é viver.  Nós, que chegamos aos oitenta, sempre na esperança dos dias do porvir,  com alegria continuemos nossa jornada até o chamado de Deus.  

 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

                                           


                                                                


                            ENCONTRO DE MARIA COM SUAS AMIGAS


Reisado S. Luís - Ma

              
          Dia de Reis, Maria foi ao encontro das amigas Sônia e Selma, conforme haviam combinado, após passarem as festas de fim de ano com a família, todas três com filhos, genros, noras, netos. E, como boas católicas, elas não haviam esquecido o nascimento do menino Jesus, como tantos outros, que só tratam da comida á mesa para se regalarem à farta. Gente que parece pagã, onde a árvore é o centro das atenções, no lugar do Presépio. E já sentadas para o bronche, comentam sobre o local, que dá sinais de fim de festa, alguns restaurantes em férias coletivas dos funcionários, pouco são os fregueses, em ressaca dos festejos. Mas, como lhes fala o proprietário, ali não dá par parar, o atendimento sempre impecável.

                  Maria é dona de casa, deixou de trabalhar para cuidar da casa, mas está conectada com o mundo através da internet. Fez o mesmo concurso das duas colegas, e se tornaram amigas. Tem algo na ponta da língua para comentar nessa entrada de novo ano, após o ano anterior, nada saudável, devido ao covid19 que entra no terceiro ano de pandemia:

                —Não sei se vocês concordam comigo, mas nesse nosso tempo, vive-se com medo de tudo, muito embora na plenitude da tolerância, num retrocesso histórico, que pode diminuir cada vez mais as chances do progresso pessoal para todos. E os que mais sofrem são as minorias, as conquistas admissíveis apenas para uns poucos.

             Sônia, já aposentada, havia tirado o segundo lugar no concurso público, perdeu o primeiro para um quase gênio. Entra com tudo no assunto:

           — Penso que hoje não são poucos os que duvidam do progresso, como ele se apresenta. De minha parte, penso que a conquista pessoal é uma questão de civilidade, de acreditar nas instituições, de se ter a compreensão do mundo em que se vive e faz parte.

           Selma também aposentada, como boa católica, fala na compaixão, ou comunhão, como ela acha melhor que se diga.

          — importa a procura das pessoas mais participativas na sociedade, ou seja, que possam servir. Atuar da melhor forma para o bem comum, desde o servente até o alto funcionário com seus papeis específicos. Todos com possibilidade de avançar na escala social, o que vai depender de uma série de fatores. E há os que se deixam ficar onde estão, por opção, e são felizes assim. A felicidade é o que importa, acredito.

              Maria volta a falar:

             —A saber, nos altos escalões a felicidade não está garantida. Já fomos intolerantes em demasia, mas agora cada um faz o que quer, e não pode ser assim. Tem que controlar essa anarquia, e que se veja o mundo de modo abrangente, sem essa demagogia da tolerância a qualquer custo. E não haja discriminação, e sim humanidade, afinal somos do jeito que somos, passíveis de compaixão.

           Depois do breve diálogo, ideias em uníssono, as três amigas dedicam-se a comentar os dias de festa em suas casas, a família reunida, com algumas ausências, por algum motivo. E a saudade dos que partiram para sempre, o que também faz parte da vida de cada um.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

 


                                         O RISO E O CHORO

 

S. Luís - MA


          Alegria e tristeza fazem parte do nosso fascinante viver, nós, seres especiais na ordem da criação. A natureza  humana dotada com os sinais específicos do riso e do choro. O sorriso de alegria e as lágrimas da compaixão a nos advertirem sobre nosso destino, maior no compartilhamento da nossa vida com os semelhantes e os outros seres vivos e inanimados, e com toda a natureza.  

        Alegrar-se é uma experiência de amor, de santificação, assim como o compadecer-se. Os demais sentimentos, como a inveja, o ódio, só derramam veneno, que mata. O sentido positivo, da empatia, que se observar no acolhimento, na conversa, no olhar, que contagiam, haja ou não uma situação de vulnerabilidade. Mesmo que, ás vezes, tenhamos que recorrer à santa indiferença.

          Moldar as nossas crenças, o nosso modo de ser, na percepção de que fazemos parte de uma coletividade, e tem o outro. Não apenas somos nós os habitantes desse lindo, mas perigoso planeta. Temos que ajudar uns aos outros a sobreviver aqui, pois sempre estamos a perigo, não há como negar. E tem os familiares, ou outras  pessoas pelas quais sentimos gratidão por ajudas recebidas ao longo da vida.  Lembrar delas nos enche o coração de felicidade.

        Ter um pequeno círculo de amizade é bom, melhor ainda termos milhões de amigos nesse mundo de Deus. Afinal quem são nossos iguais, quem nos pertence e a quem pertencemos? Nossos olhares tão iguais e tão diferentes, e aquela sentimento de pertencimento na diversidade. Em especial na adversidade, e a pandemia do covid19 está aí para provar isso. E descobrirmos que o cárcere é um vulnerabilidade a que todos nós estamos sujeito. É preciso ter compaixão, ou seja, experimentar a  comunhão de sentimentos. 

      Não deixar que bons e tradicionais conceitos sejam fraudados, como tende a acontecer hoje em dia. Preservar os eternos sentimentos de paz e união. Na Inglaterra a princesa  Charlote, neta da rainha Elizabeth II, não deve eleger uma melhor amiga na escola - certamente para que ela perceba todos os coleguinhas como amigos. Uma boa medida, a ser levada em consideração por nós, plebeus, que costumamos discriminar as pessoas, seja lá por que for, um péssimo e desagregador costume.