terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Vienna Boys Choir - Stille Nacht (Silent Night)

CURIOSIDADE

NOITE FELIZ!

O PADRE AUSTRÍACO JOSEPH MORHR PEDIU AO AMIGO ORGANISTA FRANZ XAVIER GEUBER QUE COMPUSESSE UMA MELODIA PARA UM POEMA ESCRITO POR ELE DOIS ANOS ANTES. NASCIA ASSIM "STILLE NACHT, HEILIGE NACHT", CONHECIDA EM PORTUGUÉS COMO "NOITE FELIZ". NA NOITE DE 24 DE DEZEMBRO DE 1818 MOHR E  GRUBER EXECUTARAM A MÚSICA PELA PRIMEIRA VEZ DURANTE O SERVIÇO DA IGREJA DE SÃO NICOLAU EM SALZBURG NA ÀUSTRIA. DESDE 2011 B FIGURA NA LISTA DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE PARA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA (UNESCO). A MÚSICA QUIS EXPRESSAR  A ÂNSIA DE REDENÇÃO E PAZ, NUMA OCASIÃO DIFÍCIL PARA SALZBURG QUE PERDIA SUA INDEPENDÊNCIA AO SER ANEXADA À AUSTRIA.
FRANZ XAVER GRUBER

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

El Tamborilero (Villancico)





                                            O FATO E A LENDA




       Baseada em fatos históricos, conta a lenda que São Bonifácio foi o “criador da árvore de Natal”.  O santo da tradição católica nasceu na Inglaterra de família bastada, por volta de 680, com o nome de Vinfrid. Mesmo à revelia de sua família entrou para a ordem dos beneditinos, e foi ordenado monge. Tornou-se conceituado professor em Mursling, mosteiro localizado entre Winchester e Southampton, sendo responsável pela escritura da primeira gramática de latim produzida no seu país.
       
         Em 716 o monge Bonifácio deslocou-se como missionário para organizar a igreja  no reino dos Francos, na região da atual Alemanha, percorrendo os povoados  para levar a mensagem de Cristo. Perto da comunidade pagã de Geismar, realizavam-se sacrifícios humanos em homenagem ao deuses, as vítimas costumavam ser crianças. Bonifácio chegou ao local às vésperas do Natal. E antes que ocorresse o sacrifício a Thor, “deus do travão”, que acontecia debaixo de um carvalho, o santo ergueu seu báculo de madeira, fazendo com que o machado de pedra do carrasco se desfizesse em pedaços, salvando o inocente.
       
         Logo a seguir veio uma rajada de vento que derrubou a árvore, cuja madeira serviu para  erguer uma igreja, onde hoje existe a catedral de Fritzlar.  Não existe documento sobre o episódio, mas a lenda perpetuou a mensagem sobre um possível acontecimento. O primitivo “carvalho do sacrifício” dando lugar à civilizada e festiva “árvore de Natal”, em comemoração ao nascimento de Jesus.  
        
        O monge Bonifácio tentou converter os frísios uma primeira vez,  sem sucesso.Como arcebispo, depois de bem sucedido no trabalho entre os francos, São Bonifácio retornou à Frísia na esperança de conseguir seu intento

, mas caiu numa emboscada e foi cruelmente assassinado em 754.



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AMÉM!


















NO SÉCULO VIII UM MONGE O BENEDITINO ITALIANO CHAMADO DIÁCONO PAULO
COMPÔS O HINO "UT QUEANT LAXIS" EM HONRA A SÃO JOÃO BATISTA. NO SÉCULO
XI O TEÓRICO MUSICAL GUIDO DE AREZZO CRIOU UMA VERSÃO INICIAL DE SOLFÉGE PARA NOTA MÍSTICA BASEADA NO HINO. QUI ESTÁ O REGISTRO DA LETRA COM AS PALAVRAS-CHAVES EM NEGRITO: "UT QUEANT LAXIS RESONARE FIBRIS MIRA GESTORUM FAMILI TUORUM, SOLVE POLLUTI LABII REATUM SANCTE LAHANNES".  NO SÉCULO XVII O MUSICÓLOGO GIOVANNI BATTISTA DONI MUDOU O "UT" POR "DÓ". ELE TAMBÉM  PEGOU AS PRIMEIRAS LETRAS DAS DUAS ÚLTIMAS PALAVRAS DO HINO E PARA FAZER O "SI". DAÍ TEMOS O SISTEMA MODERNO: "DÓ, RÉ , MI, FÁ, SOL, LÁ, SI".




sexta-feira, 20 de dezembro de 2019







                                      PRÓSPERO ANO NOVO




        

          Parece que não tem jeito, vivemos uma era maluca, é o que se diz desse nosso século XXI.  Certo que os seres, ditos racionais, nunca foram bons da cabeça, desde quando o cérebro humano dobrou de volume com o processo evolutivo, e aconteceu o fenômeno da inteligência. O espanto que nossos antepassados sapiens sentiram, ao se depararem com um mundo cheio de mistérios, difícil de ser assimilado com o nível de raciocínio ainda limitado, e um meio adverso, antes de tudo lutando pela sobrevivência. A lição primeira da natureza é que morrer faz parte da vida. Vivemos e morremos; início e ponto final. O jeito é adaptar-se a essa dura realidade.
        
        Nascer, florescer, fenecer, no que o homem passou a cogitar, em especial, sobre  seu fim, abrindo espaço para a esperança de uma outra vida, sobrenatural, em superação da natural. Foram criados mitos e ritos para celebrar a vida e também a morte. Surgiram as crenças pré-cristãs. Com a evolução espiritual floresceram as religiões. Com a fé cristã houve a consciência de uma causa superior a defender. 

       Refletir, filosofar sobre as virtudes, que devem ser adotadas pelo homem como meio de se elevar sobre as misérias do mundo. Ou então sofrer a tragédia de um existir inferior e temer um amargo fim. Mentes brilhantes se destacaram ao longo dos tempos: poetas, filósofos,  doutores da igreja, por fim, os cientistas. A ideia de um fim para a humanidade, fez também surgir os profetas do apocalipse, alguns famosos loucos varridos, isso desde sempre. Geralmente eram pessoas que sofriam algum distúrbio emocional, psíquico, o que não falta hoje em dia, quase todo mundo acometido de algum problema. Não faltaram malucos na antiguidade,  hoje  reencarnados em figuras emblemáticas, como Greta Thumberg, Jane Fonda, e até as chilenas do grupo performático Lastesis, em evidência na mídia mundial.
          
      A atriz americana fez de tudo no passado para dar vazão ao seu instinto de preservação, o que faz ainda hoje, aos 81 anos, com maestria. Já a adolescente sueca corre mundo anunciando o fim da vida nesse nosso planeta devastado. O espírito é de radicalização, como acontecia com as seitas antigas. Hoje falam em aquecimento da terra, e desconfiamos que somos mesmo culpados de muita coisa ruim. Mas devemos estar atentos ao pensar moderno,  anticientífico, que é contra o ideal civilizatório, que une ambientalistas  radicais e neofeministas. Podemos dizer que são seitas pós-modernas, encabeçadas pelos neoprofetas do apocalipse.
           
        Jane Fonda chegou a dizer que o casaco vermelho que usava nos protestos era o último que ia comprar. O envolvimento na luta por uma causa, e também o medo, faz com que surjam pessoas e grupos dispostos a largar tudo, mesmo que fique só na intenção... Ninguém aguenta mais o vazio que resulta desse radicalismo. Não adianta se cobrir de trapos, mesmo que seja em prol de um mundo melhor e mais justo. Desde que não seja pura sedução por um primitivo idealizado, selvagem. O sacrifício do sangue derramado, da morte de Cristo, e sua ressurreição, ocorreram  para que tivéssemos vida em abundância. Exemplar a multiplicação dos pães, para saciar a fome da multidão que acompanhava Jesus, como consta dos Evangelhos. Assim como a rede cheia de peixes, que os pescadores recolheram a Seu mando. Infelizmente a fome física e a miséria espiritual, ainda são os grandes males desse nosso século laico e ateu.    





                                   FELIZ NATAL!



              
As crianças estavam na maior expectativa com a visita do Papai Noel. O Natal  naquele ano seria comemorado na casa da tia de Maria, que acabara de dar a luz pela primeira vez, e vieram dois, um casal. A sobrinha perguntou-lhe, se era mais fácil ser feliz. Recebeu uma historinha como presente natalino. Aqui vai contada, palavra por palavra:

“Na juventude, fui vítima da varíola, ainda não erradicada no país. Alguns dias de cama, e quando me vi livre daquela terrível doença, com marcas no corpo, achei que devia ir ao encontro da felicidade. Era domingo, saí de casa, e depois de algum tempo seguindo na mesma direção, cheguei ao meu destino. Ao entrar na igreja tive a sensação de vivenciar algo inteiramente novo, que em minha vida mudara, e eu era quase uma criança. Rezei, conforme prometi à madrinha que havia aconselhado que assim o fizesse. Dei continuidade à minha "aventura" dirigindo-me para a bela praça à frente, as pessoas indo de um lado para outro, entre canteiros de rosas e imponentes palmeiras. 
"A paisagem estava coberta por coloração luminosa de um dia quente de verão.  Alguns passos, e avistei um garoto esparramado no banco, os olhos fechados, ele sentiu minha presença, resmungou, e se virou para o lado oposto. Logo a seguir encontrei uma moça vestida com elegância, estava perto da Fonte Luminosa, parecia ansiosa a espera de alguém, tomou um susto quando percebeu alguém sentar ao seu lado, afastou-se para a ponta do banco. Cumprimentei-a: “Oi, tudo bem?” Ela olhou-me irritada e disse: “Sai daí, pirralha!” 
"Fui para o outro lado da praça, em frente ao mar,  cheguei perto de um homem maltrapilho, ele gritou para eu procurar pessoas mais legais para conversar. Andei alguns metros saltando as pedras, desviando das poças d`água, havia chovido. Perto do coreto pombos devoravam os farelos de pão trazido pela velhinha, que ficou por ali, e logo percebi que aguardava a música do fim da tarde na praça. O sol estava sumindo no horizonte, e alguns músicos dentro do coreto posicionavam-se para tocar, afinavam seus instrumentos. As pessoas começaram a se mexer.  O rapaz que estava deitado no banco veio ao encontro do som. A moça tristonha tinha aberto um lindo sorriso vindo nessa mesma direção. Pensei no encontro dos dois. O mendigo acenou para mim, e mais gente ia chegando. Deixei o local pensando em todas aquelas pessoas, cada uma com sua história.
"A meio caminho de casa ocorreu-me uma ideia, que me fez diminuir o passo, e dizer para mim mesma: Tem gente com dom para a música, tocam seus instrumentos com prazer, mas eu gosto mesmo é de ler, e acabo de pensar num montão de temas para os contos que vou escrever. Daí que vou concorrer ao prêmio literário, que estão anunciando. Com o dinheiro vou presentear as pessoas que cuidaram tão bem de mim durante minha doença. Posso desenvolver um talento maravilhoso, mesmo não sendo facil cair no gosto dos leitores. Mas não queria parecer mercenária quando contasse meus planos para minha madrinha de ganhar dinheiro. Foi assim, Maria, que comecei a escrever. Ganhei apenas a publicação do conto na época, mas a literatura passou a ser minha atividade favorita. Fez com que eu tirasse minha maior nota no meu primeiro concurso para funcionária pública.
"Mais alguns passos e já podia vislumbrar a árvore de Natal na sala de casa. A alegria habitual, a sensação de caminhar com confiança, ter o porto seguro do lar, da igreja, da escola, do trabalho, da diversão. A felicidade pode ser tudo isso, Maria! As marcas da varíola tenho até hoje. Mas o sofrimento pode ser um aprendizado, mudamos com a dor que nos faz ver as coisas de forma diferente de antes, e nos tornar melhores. Feliz Natal para você, querida sobrinha!”