quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


Eleanor Powell & Fred Astaire "Begin the Beguine" Tap Dancing




                              

                           RETROSPECTIVA

 

        Para encerrar o ano de 2015 em meu blog, escolhi um casal de dançarinos que encantou  o mundo no século passado, Fred Astaire e Eleanor Powell. O cenário de elegância e beleza, para onde voltam nossas vistas neste tempo de festa, fugindo da deselegância que permeia por todo lado. Fred Astaire fez filmes memoráveis que encantaram minha geração ao lado de grandes parceiras femininas,  como  Ginger Roger, Rita Hayworth e tantas mais.

      “O ano que passou foi difícil”, é o que se escuta em toda passagem de ano, na esperança de dias melhores. Mas, se os números dizem alguma coisa, não vai ser melhor os do ano de 2016, que pode dar em “nada” na aritmética dos “noves fora”. Enquanto 2015 deu 8, número bom, na totalidade. Realmente tivemos sorte de não ter acontecido a 3ª  guerra mundial, muito embora até o papa diga que ela está acontecendo, o mundo às voltas com o terrorismo.  Fanáticos mulçumanos, como a autointitulado Estado Islâmico, fortemente armado ataca, com espantosa audácia e crueldade, a civilização ocidental, e já domina cidades no Oriente com a intenção de formarem um novo califado, contra o qual europeus e americanos laçam foguetes, para esfacelar essa facção criminosa islamita.  

        E nos perguntamos: porque a força e não o diálogo, a diplomacia? Porque com a barbárie não há conversa, ela quer destruir e não construir uma civilização. Haveria a remota possibilidade da civilização acabar, sim, esgotadas as possibilidades de paz. O Ocidente em alerta desde os ataques terroristas em vários locais de Paris, onde numa boate morreram 130 pessoas. Os ataques que vêm ocorrendo faz algum tempo, com ameaças constantes dos vários grupos terroristas que se formaram como o Al-Qaeda, cujo idealizador, Bin Laden, os americanos mataram numa operação cinematográfica. Tem ainda o terrível Boko-haram na Nigéria e o movimento islamita palestino Hamas. No Afeganistão tem o Talibã. E quantos mais?

         Em Bruxelas os festejos públicos de fim de ano foram suspensos, e em Paris as comemorações vão sofrer alterações. Nos estados Unidos, soldados armados estão a postos, nos locais onde a população vai se reunir para festejar a passagem de ano.  O terrorismo que pode ser fruto da nossa própria incompetência, ainda que nos   consideremos civilizados, pois à barbárie se sobrepõe os avanços da modernidade, em especial da ciência, que, por último, anunciou a possibilidade de se fazer a edição de genes, com o perigo, vejam só, da manipulação genética. E o transplante de fezes, não é mesmo um espanto? De espanto em espanto vamos vivendo! Até quando ninguém sabe, e parece que Deus não está nem aí para nossas maravilhosas loucuras. Nem para nossos crimes, infelizmente.

       Em nosso país as previsões para 2016 não são boas, e nos últimos meses as coisas pioraram de tal forma que uma  das nossas cidades sumiu na lama que vazou de uma mineradora, matando 14 pessoas. Além do mar de lama da corrupção que vaza por todo lado, com a economia aos frangalhos, o que pode resultar no afastamento da primeira mulher eleita presidente do Brasil, já no início do próximo ano. A temperatura alta em que vivemos na política, que parece ter esquentado nosso inverno, com clima de verão. Assim, depois de um inverno quente, o verão  chegou para rachar, o que me faz lembrar o filme “Rio 40 Graus” de Arnaldo Jabor, que se fosse hoje se chamaria “Rio 50 Graus”.   

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2015





                                     
                              NOSSO SER SUSTENTÁVEL

 



 

         Como seres racionais, temos capacidade de avaliar, discernir, sobre tudo o que se refere à natureza das coisas e à própria humanidade. Os homens de boa vontade preservam-se do males, físicos e espirituais ao educarem a mente, ao elevarem sua alma. Riscos há em se descuidar dos valores que libertam o homem da prisão da ignorância e do domínio dos instintos, quando o emocional é que domina as ações e não a hipótese racional. Dores bem menores para quem se dispõe a pensar e agir de forma adequada à condição humana, do ser racional que somos. E quantas vezes frustramos nosso ser íntegro, em nome de uma despótica liberdade, que nos pode esfacelar.

         Mas falamos em perdas, ou que deixamos de ganhar algo. As coisas avaliadas em perdas e ganhos, de acordo com nossas exigências, ou mesmo as exigências do mercado, por exemplo, que impõe plena satisfação, a razão a nos informar da inadequação desse nosso viver como consumidores dos bens existentes, simples predadores. Viver não é se arriscar em lances perigosos, onde se perde a noção da realidade. E não se dependa do acaso, ou da sorte, manipulando dados aleatórios, para uma jogada qualquer, quando podemos contar com dados precisos oferecidos pela própria natureza, decodificados por nossa mente racional. Dados, dados, dados a serem buscados sempre, como os dados econômicos, que precisamos ter em mãos para aferir resultados positivos para a economia do nosso país, que ora afunda.

       Ter como meta lutar por uma vida melhor, a começar pela família que se sustenta no amor, assim como a sociedade, ao promover conforto e segurança a seus membros. A vida que existe em abundância, vida plena, promessa do nosso Deus, no que devemos acreditar piamente.  Na peça de Brecht os clérigos teriam rejeitado o telescópio e optado pela inquisição. Mas justamente aos clérigos devemos quase todo o conhecimento legado ao mundo moderno. Ateus existem aos montes por aí e são grandes detratores, conquanto os que creem sejam a grande maioria. O tanto que a fé favorece a ciência, mesmo que erros tenham sido cometidos, quando havia as heresias para combater, o que ainda acontece, infelizmente. Desde a idade média a igreja católica oferece educação e cultura aos jovens nos melhores estabelecimentos de ensinos e faculdades do país e do mundo. E quantas lutas a igreja empreendeu em defesa da civilização, o que merece elogios e eterna gratidão. Uma religião da caridade que, com competência e prudência, ensina o mundo a ter fé, e desse modo a humanidade alcance o justo prazer da justiça e da paz. Em especial, a paz de espírito. É o nosso ser sustentável, ou não ser.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

As Melhores Músicas Natalinas Instrumental



PARA MEUS FILHOS MURILO, VIVIANNE E MARÍLIA
RECORDAREM O NATAL DOS TEMPOS DE CRIANÇA.
LOUVADO SEJA DEUS, PELAS BÊNÇÃOS RECEBIDAS!



                                                             
 
                                             O SORRISO NOSSO DE CADA DIA






                      Certos sorrisos nos atingem em cheio, alguns para guardar na lembrança, que a gente nunca esquece, o sorriso dos que sofrem, por exemplo, e mesmo assim sorriem, e de um jeito doce, amigo. Pessoas especiais que, mesmo na adversidade, procuram sorrir, ser amáveis, não para esconder o sofrimento, e sim para receber em troca o amor que precisam, que merecem. E estejamos sempre prontos para ofertar um sorriso sincero a quem precisa. É amor que doamos ao próximo, para que a vida seja mais leve para nós e para quem está ao nosso lado. O sorriso sincero é um ato de amor dirigido ao outro, com retorno certo.
                         Sorrimos com facilidade quando nos sentimos felizes, mas podemos aprender a sorrir na adversidade, o que conforta, pois o sorriso atrai amor, mais que o choro, as lamúrias. Pessoas passam por nossas vidas, quantas e quantas, que nos fazem lembrar o bem que existe, para além de qualquer mal que nos possa afligir.  O sorriso confiante, amigo, o quanto eles nos vale em momentos difíceis. Sorrir quando estamos  felizes no íntimo do nosso ser, não há nada melhor. 
                          No passado dizia-se que muito sorriso era sinal de pouco siso, ou falta de juízo. Pode acontecer aquele sorriso que mascara a realidade. Não enxergar a dor do outro, ou a nossa própria dor, para lastimar, pois os problemas se resolvem, ás vezes basta não chorar por eles, não fazer tempestade em copo d`água. Mas encontrar alegria no bem, para seguir adiante, ciente de que é uma força restauradora de qualquer ferida, refaz qualquer dano. A força de Deus, que é o Bem maior. E que o sorriso nosso de cada dia eleve nossa alma. Amém!
 
BOAS FESTAS!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015





             O SER HUMANO EM MOVIMENTO

 

 




 

A vida pressupõe mobilidade, no sentido de mudança, crescimento, sujeita que está à evolução. Não que o ser humano seja de natureza errante, com tendência a sair por aí atoa, ao contrário, tende a acomodar-se, assentar-se, mas nunca ficar de todo parado, pois cada estágio da vida é uma etapa a vencer. Crescemos ou definhamos. O corpo definha na velhice até a morte, enquanto a mente, como numa escada, avança a cada degrau, numa subida ao  topo, o que é próprio de cada um.  Mudar de território, emigrar, foi por séculos procedimento da espécie Homo, certamente ansiosa por explorar novas terras, em busca de uma vida melhor, como acontece até hoje. Quando em  movimento a pessoa sabe o que quer, o que vai semear e colher. Assentado o homem civilizado tem em mente o bem-estar pessoal, que comunga com a sociedade a que pertence.

Não resta dúvida que a fé nos deuses, depois no Deus único, contribuiu para que o homem atingissem o estágio de vida assentada, civilizada. Um ser racional, mas também espiritual, desse modo, criador de meios para se ligar ao alto, assim como de técnicas para progredir na terra. O tanto que custa tempo e esforço se chegar a algum lugar, que faça sentido estar ali. E veja bem, mesmo a pé, mas com fé, nossos antepassados foram longe em suas ambições terrenas e espirituais. Inventores e progressistas, supriram suas primeiras necessidades de locomoção a partir da invenção da roda e do carro de boi, utilizados, por séculos e séculos na locomoção humana. Até que se chegasse ao mundo apressado em que se vive hoje, com trens elétricos, carros movidos à gasolina, aviões e até mesmo os foguetes espaciais. A terra rasgada pelas estradas de ferro, e logo a seguir pelas estradas de rodagem.  As invenções não pararam, para a locomoção e muito mais. Na atualidade do mundo tecnológico os avanços tornaram-se de tal monta que assustam. Chegamos aonde chegamos, inclusive à lua. Ufa!

A grande invenção  da eletricidade, de início para livrar o homem da escuridão das noites, mas que deu largada a uma corrida desenfreada de criatividade e progresso sobre a terra. Até lá em cima, nas “nuvens”, para onde dizem que vão os dados colocados nos computadores. Inventamos um novo céu! Também uma nova terra, que é pródiga em insumos, capaz de fazer movimentar a indústria na produção de coisas do arco-da-velha, como diriam nossos avós. Acham os conservadores  que, se é de bom alvitre acreditar no céu, melhor ainda é manter os pés firmes na terra. E do homem das cavernas ao ser civilizado – ainda bárbaro, como ele se apresenta em certos casos – será que chegamos aonde deveríamos chegar? A tecnologia que nos levaria ao melhor dos mundos, não fossem as imposições à reboque das invenções, que inovam os costumes, trazem novidades para o centro das atenções.

A boa nova da mídia televisiva, que se tornou um meio compulsivo de informação, assim como seus expectadores, que pensam viver, ora no melhor, ou no pior dos mundos. Com a internet e as redes sociais as pessoas certas de que fazem amigos e influenciam pessoas à distância. Mas é justamente o local em que a boa consciência se perde, diante dos ruídos das mensagens, de todos os níveis, inclusive de inveja, cobiça, até mesmo ódio. Fomos longe, sim, e podemos estar em qualquer lugar em algumas horas de viagem. E mesmo no conforto da casa, acessar o mundo todo, que maravilha! Mas, na verdade, vivemos um tempo de exclusão. Os “eus” que querem se sobrepor uns aos outros. E o tanto que queremos ser felizes, mas o que temos é seu avesso, uma vez que falta o principal - a paz. Diante disso fica difícil viver, sonhar, amar com dignidade. No calor das refregas, evaporam-se os valores morais, universais, sabendo-se o quanto eles são necessários, principalmente no mundo atual.

Nos últimos anos a situação do nosso Brasil nos faz lembrar dois personagens bíblico: José, no Egito, que interpreta o sonho do faraó de sete anos de abundância depois dos sete anos de fome, enquanto o profeta Jeremias, em Judá, confirma em suas lamentações a inutilidade e efemeridade do poder mundano. Perdidas as ilusões, principalmente no que se refere à política, de onde viria a salvação, mas, em vez do prometido paraíso sobre a terra, os políticos oferecem o inferno. Importante aferir com convicção o que é bom e tem qualidade, pois, se evoluímos em certas coisas, regredimos em outras que só nos desfavorecem os anseios maiores. Nós brasileiros, assim como o mundo todo, temos hoje muito a lamentar. Mas como se faz uma nação próspera e feliz? Nossa cultura nacional é como um arca, concebida para acomodar a pluralidade, forças que se agregaram para superar adversidades, e constitui nossa história. E não nos afoguemos em dores, da miséria, do preconceito, mas por nosso passado construamos um futuro melhor.

E neste fim de ano de 2015 só me resta invocar as forças do bem, que se movimentem, em sua totalidade e intensidade, para fazer a humanidade avançar na paz. O tanto que a paz faz falta nos dias de hoje. O mundo a se debater num mar de insensatez, onde o terrorismo impera. Mas que desse dilúvio se resgatem o discernimento e a prudência, necessários à condução da vida.

Que Deus, o Bem supremo, nos ilumine, nos salve!

  


terça-feira, 15 de dezembro de 2015





 
 
              NOVAS SUGESTÕES DE LEITURA

         

                  Durante a minha última estada em S. Luís,  Maria Laura, minha amiga de infância e juventude pediu-me sugestão de livros. Com algum atraso, faça a indicação de dois livros de minhas leituras, que li por ocasião das minhas pesquisas sobre a pintura de Vermeer. São eles: “Estilo”, de Joan De Jean, livro que por sinal me remete à avó dessa amiga, uma grande estilista, que certamente faria sucesso e dinheiro se morasse no Rio e quisesse se dedicar à alta-costura. Acontece que dona Maria Laura Jucá de Castro costurava apenas para as netas e umas poucas privilegiadas, incluídas eu e minha irmã mais nova, que tivemos esse privilégio. Lembro bem do quanto me senti elegante dentro dos vestidos confeccionados por dona Laura, roupas do mais perfeito corte, do mais refinado gosto, experiência que ficou  registrada na minha memória.

 

 
 

 
 
                                     O livro “A essência do Estilo”, escrito por Joan De Jean, professora da Universidade da Pensilvânia, que trata da França como berço da moda e de tudo o mais que, à época de Luís XIV, alavancou a economia do país. São páginas escritas com inteligência e elegância, onde a autora expõe como os franceses inventaram a alta-costura, a gastronomia, os cafés chiques, as festas regadas a champanhe. Esse vinho borbulhante, também foi inventado pelos franceses,   um monge beneditino da abadia de Hautvillers, perto de Reims, bebida que fez aumentar a sofisticação nos salões da corte.  Os franceses trataram de colocar a tecnologia a serviço do glamour, como os espelhos, que eram poderosos  na demonstração de riqueza e poder. Perfumes, cosméticos, mobiliário, decoração de interiores, tudo que a França inventou, e desde o século XVII exporta para o resto do mundo. E todos querem conhecer Paris, a mais bela e sofisticada cidade do mundo.
 

A segunda sugestão de leitura é o livro “Giordano Bruno e a tradição hermética” de Frances A. Yates. Este livro da editora Cultrix também fez parte da minha pesquisa sobre o pintor Vermeer, e cito-o porque sei o interesse de Maria Laura pelo assunto esoterismo.

 

 

 
 
 
 
 
 
 
“Giordano Bruno e a tradição hermética” contém vasta pesquisa sobre  o mago renascentista, que morreu na fogueira da Inquisição. A autora Frances A. Yates vasculha as entranhas da época, repleta de heresias, influenciadas pelo hermetismo, do qual o mago era adepto. Pesquisa isenta de julgamento, sendo a autora benevolente com o hermetismo do monge  agostiniano, que  Olavo de Carvalho não perdoa, ao considerar Giordano Bruno adepto da prática da idolatra do hermetismo, um traidor, cuja disposição pró-egípcianismo o fez inimigo da igreja Católica romana.  

sábado, 12 de dezembro de 2015



                ACORDO EM PARIS


COP-21 - PARIS - 2015
     Paris nas duas últimas semanas sediou a COP-21, conferência do clima da ONU, para tentar resolver o problema crucial  do mundo no futuro próximo, a preservação do meio ambiente. E após intensas negociações, foi assinado neste sábado um acordo inédito, em que os 197 países presentes ao evento  comprometem-se num esforço comum  reduzir as emissões de carbono e conter as mudanças climáticas. O compromisso colocaria em curso uma mudança radical no jeito de produzir e consumir energia. Que assim seja! 
      Paris ainda está em choque com o terrível atentado que sofreu em novembro passado, mas cumpre sua vocação democrática, sendo  local do encontro entre as pessoas do mundo todo, o caso do intenso movimento de turistas que acorrem à capital francesa.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

  

CONVITE À LEITURA


        PARA OS INICIANTES, QUE DESEJAM ADQUIRIR CONHECIMENTO DA LITERATURA UNIVERSAL, CLÁSSICA,  UMA BOA DICA É UMA PUBLICAÇÃO DA EDIOURO DUETTO EDITORIAL.
        TRATA-SE DE UMA COLEÇÃO DE QUATRO VOLUMES QUE REÚNEM EM SUAS PÁGINAS ESPECIALISTAS DO MUNDO INTEIRO, COM TEXTOS SOBRE AS OBRAS DE 7 CLÁSSICOS FRANCESES, INGLESES, RUSSOS E AMERICANOS.
     À LUZ DO QUE DIZEM OS CRÍTICOS NO LIVRO 7 CLÁSICOS FRANCESES, TEMOS UMA VISÃO RESUMIDA, LÓGICO,  DA VIDA E OBRA DE BALZAC, STHENDHAL, VICTOR HUGO, FLAUBERT, PROUST, SARTRE, CAMUS. 
    DA MESMA FORMA NO  VOLUME 7 CLÁSSICOS INGLESES ESTÃO SHAKESPEARE, JOYCE,WOLF, BECKETT, AUSTEN, DICKENS E CARROLL.
    ESCOLHIDOS PARA CONSTAR NO  7 CLÁSSICOS RUSSOS ESTÃO DOSTOIEVSKI, TOLSTOI, TCHEKHOV, GÓRKI, GOGOL, PÚCHKIN E MAIAKÓVSKI. 
       DESTACAM-SE  7 CLÁSSICOS AMERICANOS  : POE, MELVILLE, FAULKNER, HEMINGWAY, FITZGERALD, JAMES E WHITMAN.
          APURADO O GOSTO, É SÓ SE APROFUNDAR NO ASSUNTO, LER AQUELE AUTOR QUE MELHOR LHE TOCAR A ALMA, O SENTIMENTO.
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PARIS DE SANTA GENOVEVA -

ORAI POR ELA!

Panteon de Paris
Panteon de Paris

 

Na paisagem parisiense do início do século XIX casebres cercavam a catedral de Notre-Dame e também a parte mais antiga do Louvre. Apenas uma promessa do que se transformou Paris de hoje, que haveria de crescer entre os grandes bulevares do norte e ao sul, às margens do Sena. Por ocasião da Revolução Francesa de 1789 o centro de Paris era apenas um entrelaçamento de ruelas estreitas, insalubres. O rei Luís XVI é apeado do trono, e executado no ano seguinte. Mas os revolucionários que vieram para salvar a França provocaram um derramamento de sangue sem precedente, e fez com que a França passasse para as mãos de Napoleão Bonaparte, que tomou o poder dez anos depois, em 1799. O soldado corso trata então de restaurar a monarquia tornando-se soberano, inclusive, de parte do mundo. E a reboque de suas vitória Napoleão resolve transformar Paris, construindo pontes, que marcou com a letra N. Ergueu o Arco do Triunfo em homenagem às suas vitórias militares, e fez do Champs Elysées o passeio preferido dos parisienses, e quem mais por lá desembarque em busca de encanto e beleza. A bela Place de la Concorde seduz quem visita o local, antes um chão vazio, onde a guilhotina havia trabalhado sem parar, decepando as cabeças, inclusive dos revolucionários, pois ninguém era poupado –  local que desde o reinado de Luís XV é ornado por grandiosos prédios, testemunhas daqueles fatos escabrosos.

 Paris da intelectualidade,  onde em 1815 encontra-se Honoré de Balzac, na situação de filho de  funcionário público, ao lado do poder, qualquer que fosse, posição que lhe assegurava ser bem-visto na sociedade. O jovem absorvia os ares da cidade, acompanhando de camarote as derrotas de Napoleão, quando da sua terrível e frustrada expedição a Moscou e com a tomada de Waterloo, nas duas vezes em que os aliados tomaram Paris para colocar a França em ordem. Cidade tantas vezes humilhada. Foi o que aconteceu com o atentado terrorista do  dia 13 de novembro de 2015! E podemos dizer que os inimigos não param de atacar Paris. Mas seus defensores também não cansam de a defender. A capital francesa, que é também capital da civilização ocidental, que dizem ter sido atacada por tropas de Átila, rechaçadas devido a intervenção milagrosa de Santa Genoveva, que escapou do cerco ao seu convento e enfrentou os invasores, incentivando os homens a reagirem até à vitória. A santa é considerada padroeira da cidade e venerada pelos parisienses.

 Paris tem muita história! Tanta história tem Paris para contar que Balzac faz de da capital francesa “personagem” dos seus romances, e se expressa na seguinte frase em um dos seus livros: “Paris tem fisionomia humana, que imprime em nós certas ideias contra as quais não temos defesas.” A mistificação e exaltação das qualidades e defeitos de Paris é fonte de sedução, que acarreta sobre ela o amor e o ódio em iguais proporções. Os últimos ataques terroristas que sofreu a Cidade Luz afrontam o lema de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, do qual os franceses muito se orgulham. Mas se tais itens são obedecidas é outra história, da qual os franceses devem prestar contas. Seria essa a intenção dos terroristas? Fazer Paris tremer de medo, e da forma mais cruel, como costumam agir as forças do mal, que matam inocentes, no caso recente, no Bataclan? Jovens pegos de surpresa quando assistiam uma banda de Rock, divertimento tido como pecaminosos por esses fanáticos, que de religiosos eles não têm nada. A falta de integração que sofrem os imigrantes, uma minoria mulçumana, no caso específico de ataques terroristas.

Devido aos fatos recentes em Paris lembramos de Albert Camus, outro expoente da literatura francesa, ganhador do Nobel de 1957, filho de colonos  franceses, que viveu o dilema de ser argelino de descendência francesa. Perdeu o pai na primeira guerra e conheceu de perto a miséria. Na Argélia natal, o escritor sente “o poder daquela civilização mediterrânea que, indiferente às promessas de eldorado na terra, aposta na noção de limite e no equilíbrio entre história e natureza”. Mudou-se para França em 1938 pouco antes da ocupação alemã e participou da Resistência. Estrangeiro, era como Camus se sentia, e também todos seus personagens em “busca de enraizamento”, ao mesmo tempo que sente o “travo da hostilidade primitiva do mundo’”. O mundo elementar (ao mesmo tempo rude e voluptuoso) e as ironias da modernidade movem o autor em suas reflexões. O “sentimento do absurdo” seria o divórcio entre o homem e sua vida, como um “ponto zero“, para o qual convergem as representações literárias, personagens, meditações de Camus. Temas abordados, os do século XX, alguns dos quais persistem: "a gratuidade, ausência de sentido, crise de identidades estáveis, totalitarismo, rebelião, utopia". Camus tratou sempre com a noção de limite, que lhe era imposto pela consciência, pela indignação ética. Dizia: ”Tenho uma pátria, a língua francesa.” A alguém confidenciou: “Vou lhe dizer uma coisa, meu caro, não espere o juízo final. Ele realiza-se todo dia.”  O juízo final que impõem as guerras, vivenciado por Camus. Além das guerras, agora o mundo sofre com o terrorismo. As mortes em Paris de 2015 é como o juízo final, que os terroristas querem impor ao mundo civilizado. Absurdo dos absurdos! É mister reagir ao mal, com todas as armas, em especial, com FÉ E ESPERANÇA!             

FONTE DE LEITURA : COLEÇÃO 7 CLÁSSICOS 
                                                                                 (DUETTO POCKET)