sexta-feira, 27 de setembro de 2019





      SEJAMOS MAIS SAUDÁVEIS!
      SEMPRE!









MOMENTO ATUAL- COMENTÁRIOS


I - MALALA E GRETA

Como é de praxe, na abertura dos trabalhos da ONU, o discurso fica a cargo do presidente da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, Jair Bolson, que fez seu pronunciamento, como era de se esperar, abordando a questão ambiental. As potências mundiais de olhos voltado para a Amazônia, que sofre queimadas, nessa época seca do ano. As demais nações aproveitam então para dizer que parte do território brasileiro é de interesse mundial, por ser o pulmão do mundo, o que não verdade. O pulmão do mundo são os oceanos, nossa Amazônia rica, sim, em biodiversidade, assim como seu subsolo tem uma grande riqueza em mineiro, que os europeus sonham apossar-se.

Todos devem ter consciência do quanto dependemos da natureza, que por tanto tempo foi explorada sem dó nem piedade, os acidentes, como o de Brumadinho, acontecendo em espaços cada vez menores. Chegamos a uma superpopulação, e ainda vamos crescer, o que demanda consumo cada vez maior. A natureza está exaurida, pede cautela, que o homem se conscientize da necessidade de poupar as   riquezas, que são limitadas, assim como devemos limitar nossas ambições. A Europa colonizadora e exploradora de longas datas, e parece que nunca perde esse costume. O presidente Macron da França, repreendendo o Brasil, que estaria queimando um território de interesse mundial.  Bolsonaro respondeu à altura, do seu cargo e dos direito dos brasileiros sobre a Amazônia. Ponto final.   

Por conta da preocupação com a natureza e a devastação, que não é de hoje, mas tende a piorar, manifestou-se no foro mundial do meio ambiente e na ONU a ativista mirim Greta Thumberg. De nacionalidade sueca, com 16 anos, a menina deixou para trás os bancos escolares, e com palavras duras e feições tomadas pelo ódio, se pronuncia de forma teatral, através de um duro discurso, em que se destaca a frase lapidar: “Vocês estão roubando meus sonhos.” Mas por trás dela há toda uma horda de ambientalistas, socialistas, financiados pelo arquimilionário George Soros, e sua ambição de poder sobre tudo e sobre todos, e mais alguns outros milionários. Greta é uma menina rica e mimada, que abandonou os estudos para percorrer o mundo, e se gabar de o fazer sem poluir o meio ambiente, num rico iate da família. A Suécia abriu suas portas para os imigrantes, e estaria a ativista também se dirigindo a essas pessoas?

Como contraponto da sueca Greta tem outra jovem, de origem paquistanesa, proibida de estudar pelo Talibã, seu nome Malala Yousafzai. Por sua teimosia, recebeu tiros no rosto, quando se dirigia par a escola. Foi socorrida e levada para a Inglaterra, onde se restabeleceu plenamente. Daí passou a percorrer o mundo em campanha contra a proibição do estudo para as meninas no seu país, e onde mais vigorasse a ignorância sobre os direitos humanos. Conseguiu revogar a lei vigente no seu país que proibia os estudos para as meninas.  Malala recebeu na Suécia o prêmio Nobel da Paz de 2014, aos 17 anos, junto com Kailash Satyarthi, também ativista indiano dos direito das crianças. O país de Greta, que ainda há pouco era eminentemente agrícola, seu povo vivendo no campo, sem grandes perspectivas de progresso, senão com o avanço da ciência e tecnologia. Sem estudo e trabalho nada se faz, essa a verdade.

Semelhanças e também diferenças entre as duas jovens, seus interesses e ideais. Digo de antemão que torço por Malala.


II - OLAVO E PAULO

Com experiências de vida bem diferentes, dois famosos gurus, reconhecidos mundialmente, ambos católicos praticantes, Paulo Coelho e Olavo de Carvalho, é natural que tenham ideias quase opostas sobre o presidente Jair Bolsonaro. Seria bom que estivessem juntos torcendo pelo sucesso do governo, que veio para resgatar o país da sanha do PT, após os governos de Lula e Dilma. Mas colocam-se em polos opostos no quesito política, também no que diz respeito à religião e sua moral. Refletem a   polarização que se formou no país, ora dividido em direita e esquerda, as cabeças dominadas pelo radicalismo.

Paulo Coelho repudia o presidente Jair Bolsonaro, capitão reformado do exército, defensor do governo militar, que o prendeu e torturou. O hoje famoso escritor e guru, que seduz tanto a elite mundial quanto sua população,  foi parceiro do autodenominado maluco beleza Raul Seixas, com quem vivenciou toda sorte de experiências, em que entrava álcool, drogas, tudo barra pesada, do que se libertou, convertido ao catolicismo. Chegou a ser alimentado pela Irmã Dulce, que será elevada ao altar no próximo mês, em Roma, e Coelho convidado de honra. Certas pessoas são assim, surpreendentes. Há pouco o escritor foi entrevistado pela BBC, e quando  perguntado sobre o que tinha a dizer do filósofo católico Olavo de Carvalho, sabiamente, não quis se manifestar, nem podia.

Olavo de Carvalho é considerado o guru de Jair Bolsonaro, a quem o filósofo católico acompanhou na campanha para presidente. Campanha por demais complicada, quando então o candidato sofreu uma facada, seu autor um petista fanático. Eleito pelo PSL, Bolsonaro passou a receber ataque acirrado desse esquerdismo tupiniquim, que ainda sonha com o comunismo. Hoje há necessidade de uma mudança de mentalidade no país, que por 16 anos foi comandado, ou melhor, dilapidado pelo PT. O Brasil atravessando uma crise sem precedente, por obra e graça da incompetência do petismo. Foram perdidas as melhores oportunidades para que os brasileiros gozassem estabilidade na economia, avançassem na educação e melhorassem na saúde. O que houve foi desperdício e incompetência, resultando na prisão do “cumpanheiro” Lula e de toda a trupe de políticos corruptos por ele comandada. 
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2019




CONTO

                                           CURVA NA ESTRADA








Havia a intenção das sobrinhas de d. Marieta e sr. Isac virem do interior para morar em Natal. Ver dois rostos  pálidos e olhares ansiosas diante de si à espera do veredito era para nunca mais esquecer. As meninas tinham onze e treze anos, não jovens demais para ajudar nos pequenos afazeres domésticos, e com  boa idade para serem educadas, conforme sua capacidade. Conscientes disso, o casal, com os filhos já criados, não hesitaram em recebê-las em casa.

“Depois do almoço vou pedir ajuda a Marilda, que é psicóloga e  pode orientar-me em algumas questões ".  Falou d. Marieta, e assim fez. Uma visita inesperada da mãe em seu consultório foi de assustar. Já recuperada do impacto da novidade, a filha não hesitou em dar sua opinião, como profissional e membro da família. Colocar alguém em sua casa, mesmo que seja parente, mas que pouco se conhece, por mais boa vontade que haja, não esquecer os direitos de cada um, em especial, as crianças. É  saber lidar com quem está sob seus cuidados, e não cair na cilada de querer ajudar quem não quer ser ajudado. Mas se tudo correr bem e o resultado for bom, é levantar as mãos para o céu, e agradecer.

D. Marieta sabia, sim, que o melhor para a criança é não se afastar do lar onde nasceu, e deva crescer com os pais biológicos, o que nem sempre é a realidade. Pensava nos orfanatos cheios de menores abandonados, fora os que têm família, mas perambulam pelas ruas. A porta de sua casa   estaria sempre aberta para quem quisesse entrar. Não faltou gente boa e receptiva para d. Marieta  acolher, parentes em sua maioria, e nunca se arrependeu. Suas duas filhas, Marilda e Verita, lembravam disso e chegaram a uma conclusão, que o dom de fazer o bem era inato em sua mãe. Fechada a questão, as meninas foram morar com a bondosa, ou corajosa esposa de sr. Isac.

“Não queria estar na tua pele”, falou d. Enira para d. Marieta ao tomar conhecimento das novas habitantes da casa vizinha. Ouvira falar em casos reais de crianças, que cometeram atos criminosos, um garoto havia queimado a casa, e a menina de nove anos envenenara os pais adotivos. Na realidade as crianças é que mais riscos corriam de serem discriminadas, exploradas por sua situação financeira e origem, e até mesmo sofrerem abuso sexual.

“O perigo que corres por conta de tua bondade”, lastimou outra amiga, que d. Marieta pouco conhecia, mas convivia, sem desconfiança, a quem respondeu, que perigo há em tudo, e se fosse para ter medo nem se podia sair de casa. “É saber lidar com as pessoas, ter discernimento”, retrucou a futura mãe adotiva de Lucimar e Lindalva. 

Bem verdade que as duas meninas não iam deixar de ser uma provação para d. Marieta, que era exemplar em tudo, leitora assídua, boa dona de casa e exímia cozinheira. Lucimar mostrou-se um desastre  na cozinha, ao tentar fazer um bolo, esqueceu o fermento e o mesmo "solou", e por aí vai. Lindalva, por sua vez, quis ser freira, mas desistiu depois que d. Marieta já havia falado com um convento para recebê-la, dizia escutar vozes, e ver coisas estranhas. Jovens de inteligência mediana, que iam se diplomar, se profissionalizar, como a maioria dos brasileiros. O Brasil deficiente de cérebros bem formados, e sem condições de competir com o mundo lá fora.    
  
Algum tempo depois daquele dia em que d. Enira desconfiou das sobrinhas de d. Marieta, ela chegou esbaforida com o calor, e bem depressa sentou seu corpanzil na primeira cadeira que encontrou vazia. De pronto, falou que estava arrependida do que dissera tempos atrás, mas continuava não acreditando que as mulheres tivessem obrigação de  ir para a faculdade, como os rapazes, uma vez que a matemática e as ciências seriam  demais para suas cabeças. Era voz geral a inferioridade feminina no campo do conhecimento.

O tempo passou.

Lucimar, depois de se despedir de d. Enira, em uma de suas costumeiras visitas, ficou algum tempo do lado de fora de casa, pensando quando ali chegara muito jovem. As ruas  do centro da cidade, antes tão calmas, estavam tomadas pelo trânsito, mas a casa pouco mudara. Mudanças aconteceram, sim, de dentro para fora, muitas e decisivas. E nada poderia tirar o que é da pessoa por direito: sua ambição, seus sonhos. Assim é para todos. Lindalva acabara de ser contratada para trabalhar na prefeitura, e estava de casamento marcado. Lucimar nomeada professora universitária numa cidade vizinha da capital. 

Quando o marido de d. Marieta faleceu tempos depois, sua esposa disse que ia "fechar o barraco". Aceitara o convite para morar com sua filha mais nova, que ressaltava a importância da presença dos avós para o desenvolvimento dos netos. Verita era dona de casa, vivia com o marido e um casal de filhos numa ampla casa de praia, com o mar de um lado e a pródiga natureza do outro. Nada melhor para um fim de vida, que d. Marieta esperava se estender por alguns anos mais, estava com oitenta anos.

Há uma curva na estrada, que ninguém sabe o que há depois, mas é ter fé em Deus, fé na vida e seguir em frente.









sexta-feira, 20 de setembro de 2019




FICÇÃO


                                       OLHAR PARA O ALTO
                                                






           Incrível como a casa se esvaziava, seus habitantes, um após outro, a deixavam. Para aquela que ficou parecia que  tinha o lugar exclusivamente para si. Meira estava sozinha e com medo. Os fantasmas sempre presentes, mas só aparecem quando chamados. Antigos habitantes da casa, que nunca a abandonam, numa perene comunicação por via natural, ou sobrenatural, que é a mesma coisa. Tempo em que se olhava para alto em busca de uma inspiração divina. E ter a graça de poder ver uma santa Mãe, a Virgem Maria. Hoje, uma geração de deslumbrados, que buscam no alto o brilho dos flashes e dos fogos. A ilusão do artifício. Como assim? Ainda se orgulham da cegueira? Não sabem o que  perdem, se pudessem ver de verdade!...

        Meira lembra quando tempos atrás a noite calma caia suavemente sobre a velha casa, silenciosa e tranquila, a avó deitada dentro do caixão na sala de estar, com seus cabelos grisalhos emoldurando o rosto plácido no qual se via um leve sorriso, de quem em vida cumpriu sua missão, e fez mais, procurou ajudar a muitos à sua volta. Havia flores, algumas trazidas do seu pequeno jardim que ela cuidara até o fim. Era a última coisa que Meira podia fazer por sua avó. A morte fora instantânea, e provavelmente indolor, estava às vésperas de completado setenta anos.

          Alguns dias depois Meira encontra seu tio-avô Aquim, que pouco via. Ficou feliz em vê-lo muito bem disposto, ele aproveitou para contar à sobrinha que acabara de concluir uma pesquisa sobre os antepassados. Estava orgulhoso de ter feito a árvore genealógica da família, tendo seu pai vindo do Porto como investidor para o Brasil. Meira estava no momento tentando a cidadania portuguesa, coletando os documentos necessários, sua intenção era passar um boa temporada em Porto, ou numa daquelas simpáticas vilas de Portugal. O tio incentivou-a a prosseguir:
          
         - Minha pesquisa pode ser útil para seu intento.
         
        Meira penou para receber o documento que lhe dava direito a viver, ou, simplesmente, visitar no tempo que quisesse, o país de origem dos seus avós. Acontece que a certidão de batismo da mãe estava desaparecida, a igreja onde foi batizada havia sido demolida na sanha de modernidade da antiga cidade. O registro foi parar numa igreja em bairro distante, e, ao ser localizado, verificou-se que havia um erro com o nome próprio do batistério, que estava diferente da certidão de casamento.  Feito a correção, a escrevente encarregada da transcrição, coloca na certidão de batismo o sobrenome de casada da requerente. O erro só percebido depois. Parecia uma trama diabólica.
         
          O tio que Meira havia prometido visitá-la e dar-lhe a aconhecer sua pesquisa, infelizmente, faleceu pouco dias depois daquele encontro, não dando tempo para a sobrinha conhecer sua árvore genealógica. A pesquisa do tio acabou no lixo, o filho dele alegou ter se desfeito de muita papelada "inútil". Meira lastimava não ter gravado os dados do tio no computador. Ele bem que merecia o reconhecimento pelo trabalho, que se perdeu.   




terça-feira, 17 de setembro de 2019

CONTO




                                         TERROR NA LUA DE MEL






Um dia Meira ia casar com Celso, moravam próximos, mas pouco se conheciam. Bons relacionamentos são importantes, em especial para que aconteça uma união conjugal de sucesso. Diferenças culturais podem dar  problema, o que não é, nem nunca foi, uma verdade inconteste. Mas, como se diz, problema é para ser resolvido. Há os problemas que a gente cria, e o que os outros criam para nós. E há os fantasmas que aqui e ali assombram, vindos do passado, também os que surgem no presente.

  Já naquela época, Meira era  uma moça “empoderada” , seus pais com boa situação financeira, mas longe de serem ricos. Tinha a mesma idade do jovem que passava em frente da casa, lançando olhares para sua janela. Chegaram a ficar noivos de outras pessoas, sem  trocar alianças. Até que Celso resolveu ir adiante na conquista pelo coração de Meira, já havia realizado algumas  investidas. Não demorou muito e estavam  noivo, com casamento marcado.

Às vésperas de assinarem os papeis, que os tornariam  marido e mulher, Meira sentiu que estava sumindo aquela sensação de triunfo ao noivar com o dono daquele sedutores olhos verdes, pouco confiáveis, dizia a lenda. Ela era assídua leitora de Stephen King, e acabara de ler O Iluminado. Passou a perscrutar no seu íntimo se  Celso poderia um dia a se tornar um maníaco  sexual, ou algo no gênero terror.

Era como se pedaços dentro dela houvessem se soltado, que devia juntar. Ou restaurar a fratura de um membro após um grave acidente. Mas acreditava que Deus nunca ia permitir uma coisa assim, já que ela nunca faltava às missas dominicais, e ainda ajudava o padre como catequista. Tirou a ideia da cabeça, viu que ele continuava, sim, a ser uma pessoa que cabia como uma luva nos seus sonhos. Tomada por uma compulsão, não parava de falar para o noivo que estava ótima, completa, sentindo-se iluminada.

Já casados, em viagem de  lua de mel, na cidade de Maceió, onde iam também residir, ao chegarem observaram nuvens escuras no céu. Nada a temer, iam estar abrigados no melhor quatro estrelas da cidade. Uma carta espera por Celso, e é com certa apreensão que ele lê seu conteúdo, e de imediato cai em prantos. Para completar a cena, a tempestade  prenunciada, desaba, com trovões e relâmpagos. O tempo ruim lá fora e não menos assustador entre quatro paredes. Meira, quis então saber o que a carta dizia, e fizera o marido derramar tantas lágrimas. 

Sem revelar nada, Celso disse apenas que ia ver os alagamentos perto dali, já que a TV dava notícias alarmantes, e ele estava sempre pronto para ajudar. Antes de sair, volta-se para elar e fala:

— A vida é mesmo uma m.....

Meira fez menção de acompanhá-lo, mas foi impedida de sair do quarto.

 Durante toda a noite a recém-casada aguardou o marido. No dia seguinte encontra a correspondência recebida por Celso na mesinha da saleta contígua, e algum dinheiro junto. Leu o conteúdo sentada em frente à janela que dava para um jardim que começava a florir, e eles não tiveram tempo de apreciar, era início de primavera, as chuvas chegaram antecipadas. E assim como os relâmpagos assustaram Meira no dia anterior, do mesmo modo foi a notícia da carta, onde estava escrito que o pai de Celso engravidara uma menor de idade, e os parentes dela ameaçavam matá-lo. O sedutor resolvera então sumir.

Enquanto sua família esfacelava-se em João Pessoa, Celso  dava início à sua vida de casado,o que não lhe parecia justo.  O irmão mais moço cobrava sua presença, o que sempre fez o irmão do meio acudir os familiares.  Antes de mudar-se para a cidade do novo emprego, Celso passou um dia na casa de uma tia que recebia mensagens do além, via coisas estranhas. Fez uma consulta, e recebeu a notícia que o sobrinho, prestes a casar, ia ter uma grande tristeza após as bodas. Celso pensou em morte. Premonição revelada agora na carta trazida pelo Correio, que costuma atrasar, mas dessa vez foi pontual. 

Três dias se passaram e o marido de Meira não havia retornado. Hora de deliberar o que fazer. O casamento não se consumara, mesmo assim ela resolveu não voltar para casa dos pais. Ia procurar emprego e ficar na cidade que amou assim que nela pôs os pés. E no que diz respeito a esses fatos extraordinários, Meira, em toda sua vida, só tinha visto Uri Geller entortar colheres na TV. 

Meira não se fez de vítima, tomou as rédeas da própria vida, foi ser recepcionista numa clínica médica e passou a estudar para seguir a profissão de dentista, outro sonho, que abandonara para casar. Ainda noiva tivera aquele “pressentimento”, mas jurou a si mesma que ia se recuperar do trauma sofrido com o casamento. Mesmo que uma vez ou outra sentisse um aperto no coração, o que jamais deixou de sentir. 

Celso ainda quis remediar a situação, mas o que estava feito estava feito. Exímio surfista, também impulsivo e exagerado, dois anos depois, resolveu enfrentar o mar revolto de Nazaré em Portugal, com as ondas mais altas do mundo. Teve ali um ataque cardíaco e morreu. Mas a vida continua, pensou Meira, uma outra mulher, não mais aquela, cujo maior sonho era casar com Celso.