quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Angel City Chorale - Africa (Música com tradução).

 

 OPORTUNA A VOLTA DA MÚSICA DA DÉCADA DE 80!

ABENÇOADAS AS CHUVAS QUE CAEM EM BRASÍLIA!

QUE EM LEVEM PARA LONGE O COVID-19

 

 

                                                       JOVIANA

 


 

 

O bebê mais lindo do mundo, neto da velha Ana. Falavam do seu encanto, os que a viram nascer e crescer, sempre jovial. Digo isso, não para enganar, mas é a pura verdade. É vida real, não história da carochinha.  Ainda hoje, passados tantos séculos, fala-se na mãe Joviana, que sempre aparece aos pequeninos, em tempo evitar maiores tragédias.

Dizem que Joviana vem de longe, de um lugar precioso, da antiga Anatólia, e nem sino tocou quando ela nasceu. Tudo ainda era mistério, a revelação viria depois. Mundo traiçoeiro, onde as mulheres viviam escondidas. E em meio ao caos, coisas boas estavam previstas para acontecer, isso quando surgisse uma nova Eva. Por onde ela  passasse ia abrir caminho para mudanças, era o que diziam.

Joviana, antes recolhida em silêncio. Tempo de guerras, massacres e toda sorte de abusos, que se sucediam, um nunca mais acabar, infinitude de incertezas. Tempo dos poderosos, temidos em seus desmandos. Também de corajosos homens em sua barcas, os primeiros a testemunharem o poder daquela mulher.

Escondida, não por medo, mas por estratégia, de tempos em tempos é vista Joviana em algum lugar remoto, cidade ou vilarejo. Alguém falou: É Joviana! E o nome ficou. Parece fantasia, considerando-se o que o povo diz e teme, ao ver essa mulher pequenina, mas imensa em seu poder. Concebida sem pecado, o que revela seus bons antecedentes.

Quando menos se espera ela chega. Não há mistério, nada que possa impedir seu aparecer repentino, tudo está previsto. É preciso considerar o que Joviana inspira, o sentimento maior da fé nos corações. E o pavor que desperta nos maus, que odeiam saber da existência desse poder feminino.

Tempo infinito de uma vida, que ninguém pode calcular. E se há um tempo certo para tudo, também para que acabem as maldades no mundo, temos que acreditar. O segredo de Joviana eu já sei, e todos um dia também hão de  saber. Aquela que carrega seu Filho nos braços, que cresceu em sabedoria e amor, que morreu e ressuscitou, e virá outra vez para os bons, que O aguardam.

Antes,  afastemo-nos dos medos, das superstições, para nos fortalecermos na verdadeira fé.

 

 

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

 

 BRASÍLIA DÁ BOAS VINDAS À PRIMAVERA COM CHUVA INTENSA

APÓS MESES DE SECA NO CERRADO

 


 

sábado, 19 de setembro de 2020

 

 

                                SERVIR

 






 A vida nada mais é que serviço, e a alegria de viver é servir”, declarou o poeta indiano Tagore, no alto da sua reconhecida espiritualidade. Ficou mais evidente nessa pandemia que nossa vida é destinada a servir. Diante da notícia da contaminação na família, certificada em teste do covid-19, Maria pensou, sem alarme: Se familiares não podiam sair, ela ia levar ajuda, mesmo sendo idosa, bastava tomar as devidas precauções. Sacolas prontas e lá se foi com o marido acudir filhos e netos, que até então   pensavam serem eles a acudirem os idosos. Obedeceu o protocolo para colocar a sacola em frente à porta, tocar e campainha e sair. A vida tem dessas surpresas...Todos felizmente já bem de saúde, livres do mal.

Nos domingos, Maria quando não oferecia um almoço, era um caprichado lanche da tarde que ela servia com toda dedicação aos filhos, que a visitavam religiosamente nesse dia. A melhor forma dessa mãe dar vazão à felicidade  de ter a família reunida. A alegria que tem em ir  para  a cozinha fazer um banquete, como costumam comentar os agraciados. Nas tardes de lanche,   um belo e saboroso bolo confeitado ocupa o centro da mesa, colocado sobre um prato de pé para fazê-lo realçar, e ser devorado, primeiro com os olhos.

Um tempo estranho esse dos últimos meses, todos a se questionarem: Até quando vamos suportamos tudo isso? Desencontradas as respostas. Já está próximo do fim de ano e a pandemia do covid-19 ainda não foi debelada, já com mais de um milhão mortos em todo o mundo. Mas vai passar, não tão rápido como previsto de início, mas vai passar. Fica o saber que temos de olhar as pessoas com mais empatia, cada um com suas necessidades de amor  e  tudo o mais. E o quanto todos nós humanos somos vulneráveis!

A vida é para ser aceita  e ser comemorada em seus bons momentos, quer estejamos juntos ou afastados, uns dos outros devido a essa pandemia. Anunciam-se as esperadas chuvas, findo os dias secos em Brasília, assim como a vacina para o covid-19. E possamos nos alegrar naquele estilo simples e verdadeiro de uma família cristã, ou seja, no serviço, o que a vida nos pede, nos exige: SERVIR.

 

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

 

 

 

conto

 

              NAQUELA NOITE


 

 

Aquele fim de festiva deu a Álvaro oportunidade de demonstrar aos amigos a ascendência que tinha sobre sua mulher. Se havia dúvida sobre quem dava as cartas podia acabar ali, pensou. Deixara Alzira sozinha na sala de TV, enquanto ele bebia com os homens. Comemorava seu aniversário, 40 anos. Os familiares já haviam partido. O irmão dele em seguidas vezes foi até a cunhada para que ela lhe desejasse felicidade, tinha acabado de ficar noivo. A eleita não pode comparecer, estava fazendo um estágio fora, falou. Meio bêbado, ainda assim mostrava-se um perfeito cavalheiro. 

Como no filme "Sabrina", eram dois irmãos, vizinho da jovem Alzira. O mais novo, atirado, seduziu-a primeiro, de modos nada ortodoxos, seu carro batido várias vezes, o namoro não foi adiante. O irmão mais velho estudava fora, e chega já formado engenheiro, que ela o via sempre sério, sobraçando  livros. Quando certa tarde a bicicleta de Alzira teve o pneu esvaziado em frente à praça, onde ela costumava pedalar, ele veio ao seu encontro para ajudar. Em breve estariam noivos, casados logo a seguir.

Enquanto ela lembrava do passado, ele pensava do gostoso sorriso encharcado de lágrimas da mulher, que o fez apaixonar-se, também seu meio sorriso. A feição da mulher quase a mesma de antes, pouco havia mudado, mas era notório seu cansaço nos últimos meses com a gravidez de risco dos trigêmeos, isso depois de alguns abortos espontâneos. Pela manhã lera o bilhete que acompanhara o presente da mulher, dizia: “Amo-te tanto. E nunca mais nos beijamos como antes... Guardo ainda o amor mais lindo que se possa ter.”

 Dia de festa naquela noite, mas é sabido que perfeitos são os dias calmos, os momentos de paz, que despertam nas pessoas a vontade de viver e amar. Também lindo é o tempo do perdão, que diz muito de um nobre coração. Era o que Alzira pensava olhando os últimos capítulos da novela, o enredo nos seus momentos cruciais, um problema atrás do outro, e os protagonistas a se desentenderem, iam fazer as pazes no final. Não era o que às vezes acontece na vida de cada um?

Com essa pergunta que fez a si mesma, Alzira tomou coragem, levantou-se, e acercou-se do marido no terraço, com um copo na mão. Chamou-o para ver as crianças, já deitadas para dormir, escutara choro. Desculpa para fazê-lo lembrar da mulher, da falta que  ele fazia para ela e os filhos, em todos os momentos. Que ele nunca esquecesse disso.

Alzira sabia o quanto ele a amava, e beijou-o com o ardor de antes.