sábado, 21 de novembro de 2020

 

 

 

                            ETERNA MAGIA

 



 

 

“Coisa boa é o canto dos pássaros”, fala Maria para si mesma ao despertar. O marido acordara antes, e após o café já estava no local de estudo, ocupado em revisar seu livro antes da impressão, e ainda fazer as últimas ilustrações para o mesmo. Quando a mulher chegou foi recebida com palmas, e entendeu do que se tratava.

“Resolvi colocar os livros em ordem, estavam tão desarrumados na estante que ontem um pequeno volume caiu-me aos pés, assim que acendi a luz.” Maria estava cismada com as palmas e também com o acontecimento da noite anterior. E concluiu: “O livro era o Jardim Encantado, e fiz uma rápida leitura do mesmo, sobre a natureza e seus encantos. Amei.”

Maria sentou-se frente ao computador, ia ler as mensagens das redes sociais, mas não ia fazer postagem, estava em férias do blog. Ouviu um chilrear, virou-se e viu um pássaro, certamente um daqueles que escutara ao acorda, agora  pousado na janela, como a observá-la.

O marido fala ao lado: “Curioso! Parece o mesmo pássaro de meses atrás!” Maria tenta chegar mais perto, susta a respiração para não espantar a ave, havia pesquisado sobre a riqueza do cerrado em variedade de espécies. Em segundos a ave bateu asas e se vai. Correu uma suave lufada, o suficiente para balançar os ramos das árvores no parque em frente, pousada dos pássaros.

Maria acreditava em mágica, sabia de muitas histórias. Há momentos mágicos, basta sentir. “Bom pensar assim”, murmurou satisfeita. Olhou para a tela em branco e colocou as mãos sobre as teclas. Uma semana sem escrever, era como se houvesse trancado a mente, e jogado a chave fora.

De repente fluem as ideias. Na alegria e no espanto a mente da escritora trabalha, e as palavras se encaixam.  Cantam os pássaros lá fora. A felicidade que é sentir do mundo a eterna magia. E magia maior não há que a inspiração, pensa  Maria.

  

 

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