segunda-feira, 12 de setembro de 2016






                                                        FÁTIMA

       

        

           Vou-me embora pra Pasárgada/ Lá sou amigo do rei/ Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei... Manuel Bandeira suspira por essa Pasárgada imaginária, em que possa gozar a liberdade para fazer o que quer.  Lá a existência é uma aventura de tal modo inconsequente. Desejo de viver a urgência dos prazeres, das mortais sensações. Não seria melhor ir para um lugar de bênçãos, agradecer pela vida, pela fé que transforma, e faz a pessoa viver mais consciente e feliz?  Um lugar especial é Fátima, pequena cidade portuguesa, onde fica o Santuário em homenagem a Mãe do Rei dos reis. Se em Pasárgada o poeta pode chamar a “mãe d´água” para contar-lhe histórias, em Fátima posso chamar N. Senhora para contar-me uma bela lição de amor e de vida.
      
         Vou embora para Fátima, lá sou amiga de uma rainha, a Rainha da Paz. Penso o quanto seria bom viver na pequena e encantadora cidade de Portugal, que surgiu com as aparições da Mãe divina aos três pastorzinhos, que vai fazer 100 anos, em 1917. Estive há pouco em Fátima, quando então senti a fé vibrante dos peregrinos que visitam o local de fé. A felicidade que é consequência da fé e amor pela vida, no que ela tem de santidade e paz. Aqui na minha pátria querida também posso ser feliz, mas elucubro como seria bom viver no exterior, longe dos problemas nacionais. E eu possa ver de fora o Brasil encontrar o caminho para seguir em direção a melhores dias, resolvidas as dificuldades políticas e econômicas.
       
        Nosso país, antiga colônia portuguesa, solo rico e abençoado, com um povo que vive a religiosidade católica, em sua maioria. A essa tradição junta-se a africana e indígena, também vigente entre os brasileiros. Como diz Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Portugal, nosso avozinho e a África nossa avozinha. A fé é um bem importante  para a formação do homem, esse animal racional, que evoluiu em sua humanidade para o que conhecemos hoje como religião e civilização. Matar uma é matar a outra. A barbárie sempre à espreita... Cuidado! Há pouco o Cardeal D. José Saraiva Martins, presidente do 24º Congresso Mariano Internacional, encerrando o evento na Cova da Iria, proferiu as seguintes palavras: “Fátima é uma escola de verdade porque nos defende da fábula, nos ensina a encarar a realidade e o coração de Deus”.        

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