quarta-feira, 25 de setembro de 2013










                         INTERNET NOITE E DIA




              
         Quem hoje não está conectado à internet? Basta um computador, um tablete, ou mesmo um celular, para se ter acesso ao conhecimento, ao que acontece no mundo.  Que maravilha tudo isso diante dos nossos olhos, desde uma simples mensagem à informação, em qualquer hora do dia e da noite. Nas Redes sociais as pessoas fazem amizades, e podem até formar uma galera de fãs. Não resta dúvida que há um lado perigoso da falsa informação e do assédio. Estar na vitrine tem seus perigos, principalmente pela forma como as coisas acontecem nesse meio, tanto que a revista Época, na edição dessa semana, tem como a matéria de capa o que chama de “facebullying”. O desejo inicial de quem entra no Facebook é dialogar com outras pessoas, e surpresas agradáveis acontecem. Mas não se conte muito com isso. O comprometimento pode se transformar em dilema cotidiano, a que milhões, mesmo bilhões, de pessoas se dispõem a participar, haja paciência, principalmente, prudência.
        A internet tem coisas boas a oferecer, que não seja apenas essa virtualidade que alimenta a vida moderna, sem limite, de acordo com a mentalidade de cada um.  Fácil o assédio virtual, o que causa grande estresse físico e mental. As relações sociais imediatistas, artifícios da mente que ajudam a seduzir o amigo, ou então detonar o suposto inimigo, isso desde as cavernas. Fala-se de bondade, de paz, mas os ataques são quase uma declaração de guerra. KKKKK... Assim mesmo! O preconceito que a gente não sabia que tinha, nem que era vítima dele, acirrado nas redes. Faz parte da natureza humana ter preconceito, que se pode administrar com a educação. Cada um com liberdade para defender seus direitos, exigir respeito. A maldade que permeia as relações, mas no Face parece que todo mundo gosta de ajudar os outros, não tem preconceito, adora crianças, animais, é o melhor amigo do mundo, e por aí vai. Tudo gente sem culpa alguma na consciência, só os outros. Se não estou enganada o Facebook começou numa brincadeira do seu inventor para chamar a atenção das colegas de faculdade, com quem havia se desentendido, e através dessa rede podia falar mal delas, jogar umas contra as outras.
         Hoje estamos conectados com pessoas que participam da nossa vida, sem estarem presentes. Uma terapia a que muitos se dedicam diuturnamente. Passam a sentir  impulsionados por estranhos, a pensar pela cabeça dos outros. O perigo de ser levado por esse e aquele. Procura-se pessoas para contatos imediatos, sabe-se lá de qual grau pode acontecer. As pessoas na vida real cada vez mais distantes umas das outras.  Conectadas no virtual e desligadas do real, isso é bom? Sobre o fato, disse um psiquiatra, que “nos foi aberto espaço a outras possibilidades e vamos ver no que vai dar”. O perigo é confiar cada vez mais no estranho, e menos em nós mesmos, nos nossos sentimentos, na nossa vivência. No Face as pessoas querem nos completar a toda força, longe da nossa realidade, o que pode nos causar mal, mesmo sem querer, ou querendo.  Somos um animal social, dizem alguns entendidos, outros pensam ao contrário. Segundo Rollo May, um dos maiores psicanalistas do século XX, a tendência da pessoa adquirir um novo senso de realidade através do que outros pensam e dizem, acaba tornando-se vítima dessa artimanha. E acrescenta que, se for longe demais, acontece de se perder o sentido da própria existência, ante tal dependência. Isso dito antes do advento da internet. 


                                       

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