terça-feira, 30 de dezembro de 2014


                    
                 TEMPO DE RECONCILIAÇÃO

 

        

 

       Em recente visita à Turquia, o Papa Francisco recebeu boa acolhida do patriarca turco, em confraternização pelo que suas igrejas têm em comum, e respeito mútuo para com as diferenças. Fato que aponta para uma esperança de reconciliação, entre ortodoxos e católicos romanos.  Visita de aproximação que o Papa espera acontecer também com a igreja ortodoxa russa, da qual aguarda um convite. Duas igrejas católicas? É isso mesmo, a fé católica dividida entre a igreja Ortodoxa do Oriente e a Apostólica Romana do Ocidente. Por duas vezes separada, como permanecem até hoje.

        Ocorreu o primeiro cisma no século IV, quando os ocidentais sofreram a invasão dos povos germânicos que, acossados pelos hunos transpuseram suas fronteiras do Reno e do Danúbio, e invadiram o Império Romano. Os católicos latinos então sob forte pressão dos bárbaros, dos quais se afastaram os ortodoxos. Os ocidentais, também nada satisfeitos com as   heresias que infernizavam a fé católica no Oriente. No Ocidente a igreja católica, a princípio isolada em mosteiros, de lá partiram para as iniciativas que resultaram na formação de uma nova civilização, sendo inevitável a participação dos bárbaros, que eram vencidos e convertidos.

       Em 476 Roma desmoronou com a invasão dos germânicos chefiados por Odoacro. Fim da idade Antiga e começo da Idade Média.  E por séculos as duas igrejas católicas viveriam sem terem contato, até que parte do Ocidente foi dominado pelo Islã, e elas deviam estar juntar diante da opressão mulçumana. Com o fim do Islã ocidental a separação foi inevitável, o que perdura até hoje. O segundo cisma, que ocorreu em 1054, como o anterior, foi por questões de doutrina, também política. E desde então têm sido frustradas as tentativas de reconciliação entre católicos e ortodoxos.     

        Francisco, o papa da reconciliação, também em reuniões secretas em Roma, trabalhou para que Barack Obama fizesse o esperado gesto de aproximação entre Estados Unidos, nação capitalista e democrática e Cuba comunista e ditatorial. Como as crenças, não mais se justifica que nações americanas permaneçam separados, mas tratem de ajustar suas diferenças e assim possam crescer juntas. Como disse o presidente americano, “nós falamos a mesma língua”, ou seja, pertencemos ao mesmo continente —  o que é muito importante. Com as bênçãos do papa Francisco, que surgiu no horizonte como um anjo da boa nova para um mundo, onde reinem o respeito e a paz entre as crenças, povos, pessoas.

 

 

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